SETE PASTÉIS
Krretta
Há
bem pouco tempo atrás, tinha um armazém aqui na cidade que foi muito
frequentado.
Era
um armazém qualificado, não só pela quantidade de mercadorias que possuía,
daqueles armazéns que não faltava nada, mas também por “juntar” pessoas de
todos os credos, tendências políticas, preferências clubísticas, profissões e
raças.
E,
por incrível que pareça, não era uma Torre de Babel, ao contrário, pois sempre
ali reinou a paz e a boa convivência.
Mesmo
que, no plenário, o aperitivo era quem reinava absoluto.
Embora
isso possa parecer paradoxal, a mistura de pessoas e bebidas, era a harmonia
que sempre imperava.
Amizade,
respeito mútuo e a boa conversa.
E,
nunca teve restrição de assuntos a serem abordados.
Muitos
e muitos causos foram contados naquele ambiente e, outras tantas histórias
aconteceram por ali.
Algumas
normas regiam o funcionamento do armazém, como por exemplo, quando o dono
começava a fechar as portas, sabia-se que era terminar o que tinha na garrafa
ou no copo e, não tinha mais chance nenhuma de tomar a “saideira”; a “cuba” só
podia ser acompanhada pela Coca-Cola garrafa ou lata, nunca 1 litro... 2 litros
nem pensar...
Levar
para casa podia e era a alegria do dono.
Senhores,
senhoras, crianças, moças, entravam no armazém e, nunca se ouviu falar que
alguém tivesse feito uma piada ou um mexerico de mau gosto.
Essa
era outra característica dos seus frequentadores, ou seja, o respeito pelos
outros fregueses do estabelecimento, e, também, a certeza dos outros fregueses
que ali podiam entrar sem nenhum constrangimento, isso se faz necessário que se
registre.
Ali,
tinha um dos melhores pastéis da cidade, para acompanhar o aperitivo ou, até mesmo,
para lanchar.
E,
quando chegava, ainda com o recheio fumegante, era um manjar dos deuses, visto
que, conforme um parente meu: beber exige que se alimente...
O
prato estava sempre em cima do balcão frigorífico, a disposição do freguês.
Certa
feita, aconteceu um fato bastante hilário com um desses raros frequentadores,
pois que sim eles existiam e eram como o cometa Halley...
É
preciso esclarecer que este personagem tinha uma estatura meio que avantajada,
lateral e “práfrentemente”, como dizia o célebre personagem de Dias Gomes,
Odorico Paraguaçu.
Muito
embora fosse um tanto quanto retaco.
Mas,
o causo se deu da seguinte maneira...
Certa
feita o dito cujo chegou no armazém, deu uma enrolada por ali, uma conversada
com as pessoas que estavam no recinto e, sem titubear, começou a degustar os
tais pastéis, um por um, sem dar tempo prá ninguém falar.
O
dono do estabelecimento, que já conhecia o gajo, em nada estranhou aquele
apetite voraz, mas os presentes ficaram atônitos, pois nunca tinham visto uma
pessoa ingerir SETE pastéis, e, pior ainda, comê-los sem nenhum fastio.
Sim,
o gajo comeu SETE pastéis.
Como
diria o gaúcho: bota esganado nisso!
Mas,
tinha justificativa, pois encher aquele “panduio” todo, não seria em hipótese
alguma com um ou dois pastéis.
SETE
pastéis! Oigaletê, louco!
Mas
o espanto ficou para o depois, ou melhor para o pedido final, depois de ter
ingerido os tais SETE pastéis...
Diga-se
de passagem, o que ocasionou uma perplexidade bem maior e gargalhadas muitas
dos presentes... depois...
- Fulano! Me dá uma Coca Diet!!
Ãh? Coca-Cola ZERO?
Convenhamos,
depois de SETE pastéis...???
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