HONORÁVEIS RESISTENTES
Krretta
De
antemão, vamos já anunciar de que é apenas uma constatação, portanto, não
gastem pedras, paus e demais tipos de agressões...pois não valerá a pena.
E,
tudo isso vêm para enfrentar a crise econômica que assola o país, exigindo do
Poder Público medidas que, até então, jamais seriam pensadas e, muito menos
executadas.
Longe,
muito longe, quase lá no passado já se constatava que o carnaval estava se
transformando não mais numa festa momesca, intensa e divertida, mas num simples
e mero feriadão prolongado.
Somente,
e isso estamos falando lá atrás, os honoráveis resistentes já demonstravam a
sua vontade e sua gana em manter a festa em alto nível e sem jamais pensar no
seu arrefecimento.
Infelizmente
uma doce ilusão.
As
coisas mudaram.
Aliás,
muitas coisas influenciaram para que o reinado de Momo fosse aos poucos dando
mostras de que, iniciava assim, a sua decadência, senão vejamos: a violência
urbana, a falta de patrocínio, o desinteresse geral pelo evento, a descoberta
de outros tipos de lazer e, a principal, a crise financeira generalizada.
Ah,
honoráveis resistentes...
Tudo
isso vêm inspirando os administradores públicos a cortarem as verbas destinadas
ao já intitulado efêmero carnaval, pois que muitas outras necessidades se fazem
merecedoras, tal qual a saúde, a educação e a própria segurança dos municípios,
e que todos reclamam e, que todos reivindicam...vai dizer que não?
Sim,
é difícil de aceitar, mas é a nossa realidade.
O
que começou por casos isolados, agora, inspiram dezenas, centenas de prefeitos
que desistem do apoio ao carnaval e para as entidades carnavalescas e, ganham
os aplausos dos que “não gostam de samba”, daqueles que são “ruins da cabeça”,
ou “doentes do pé”.
Não,
eu não afirmo sob hipótese nenhuma de que o carnaval, logo ali, vai respirar
por aparelhos, pois que existem os “honoráveis resistentes”, bárbaros e
incansáveis batalhadores da festa essencialmente tupiniquim e, que, de um jeito
ou do outro, ganhou o mundo.
Prova
disso está na nossa bucólica Encruzilhada que, na data apropriada, com o
esforço destas pessoas que se dedicam a preservar a festa, conseguiram manter o
carnaval de rua e, os já jovens senhores e senhoras, seguraram com maestria as
festas de salão.
Torço
para que o carnaval volte ao que era antes, quando turistas invadiam nossas
ruas para admirar o trabalho das escolas de samba e dos blocos burlescos, mas,
também sou realista em afirmar que não há quase nada que aponte para esse
sentido.
Sinceramente?
Temo pelo fim da festa.
Não,
não estou sendo pessimista, apenas aponto para uma realidade que está aí,
quando os administradores públicos estão dando ênfase para obras na saúde,
construindo escolas e investindo em segurança, com as verbas que seriam destinadas
ao carnaval.
Por
favor, as notícias estão aí para quem quiser se informar...
Ah,
sim, não deixemos de grifar sobre mais um agravante do nosso carnaval e, quando
falo nosso, falo do carnaval do Brasil: em Belo Horizonte sob a alegação do
politicamente correto, a prefeitura mineira publicou em seu Diário Oficial, uma
espécie de conduta ética...estão proibidas as execuções das marchinhas de
carnaval que agridam as minorias, por exemplo, “o teu cabelo não nega...”,
“mulata bossa-nova”, “olha a cabeleira do Zezé...”
Logo
ali, ...homem se vestir de mulher, nem pensar...
Ah,
honoráveis resistentes...a luta de vocês será árdua, incessante, complicada,
mas nada que, depois de realizada a festa, não venha o prazer do dever
cumprido.
Não
existe carnaval sem a crítica, sem as brincadeiras, sem o protesto, sem as
fantasias...pois que então, não será Brasil, mas sem apoio...é quase
impossível.
Honoráveis
resistentes, “não fujam da fera, enfrentem o leão, construam a manhã
desejada...!!!”
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