quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

CADÊ A ACETONA?

Krretta
hcarretta@yahoo.com.br


A acetona é um composto sintético.
Pode ocorrer também de forma natural no meio ambiente.
Apresenta-se sob a forma de um líquido sem cor, com um odor e sabor de fácil distinção.
Evapora fácilmente, é inflamável e solúvel em água.
A acetona é utilizada como solvente de esmaltes, tinta e vernizes, na extração de óleos e, na fabricação de produtos farmacêuticos.
É empregada na indústria de explosivos como gelatinizante da pólvora e como produto inicial de sínteses químicas, em especial na indústria farmacêutica.
A acetona ajuda na eliminação de tinta seca e de diversas colas.
É muito utilizada, também, para remover o verniz das unhas.
Em química, a acetona é conhecida como dimetilcetona, 2-propanona, propan-2 ou simplesmente propanona.
Sua fórmula química é CH3COCH3.
Pois bem, agora que você já sabe tudo sobre a acetona, eu gostaria de destacá-la também pela sua importância nos lares brasileiros, assim presumo.
É quase inimaginável não se ouvir, em casa, a frase:
- Mãe, cadê a acetona? Mãe, sempre a mãe...
Principalmente num fim de semana, tenho certeza que irão concordar comigo, a acetona se torna um produto vital, para as mulheres, é claro.
Mas que diabos que nunca encontram a tal da acetona...
Pois o “vidrinho” redondo de plástico, também tem a propriedade de se esconder, ou, talvez seja um dos muitos brinquedos dos duendes que existem em todas as casas.
Cada um com os seus, mas, na verdade, os lá de casa adoram brincar com a acetona.
Incrível, ela nunca está onde deveria estar!
- Mãe, cadê a acetona?
- Tá no lugar onde deixei.
Já era, os duendes levaram-na.
Para quem têm muitas mãos e muitos pés em casa, mais a Rose (coitada da Rose é que se encarrega de deixar a primordial acetona no lugar, portanto, nada de falar da Rose), seria extremamente fácil achar a acetona, ou seja, com tanta mulher assim por metro quadrado, com uma delas é que deveria estar, pois não está...
- Mãe, cadê a acetona?
E, por que será que se lembram de tirar o esmalte das unhas justamente na hora de sair de casa, depois que já estamos dentro do carro, aguardando há mais de meia hora?
Agora, é a vez da mãe, que estava na cozinha preparando o jantar e, não teve tempo de se arrumar: - Thaís, Mariana, Tizzy, Dora, Mabi, cadê a acetona? Me esqueci de pintar as unhas. Cadêêêêêê a aaaaaaacetooonaaaaaa? Liga para a Rose!
Eu tenho a impressão que as acetonas deveriam vir em garrafas pet de 2 litros.
Não, acho que não.
Com certeza a colocariam na geladeira pensando ser água e, num lapso, tomariam-na por água.
Não, acho melhor não.
Então, fica a sugestão para que todos nós pensemos numa embalagem para a acetona, no entanto, que seja fácil de encontrá-la numa casa e, principalmente num fim de semana.
Pai, cadê a acetona? Este pote grandão igual o das bolachas, vermelho vibrante, com listras verde marca-texto em volta e bordas amarelas cítricas?
Aliás, só encontrá-la não seria nada, mas o diacho é que sempre quando a encontram, o frasco está vazio.
Que pombas, também, os duendes a escondem e, além de escondê-las, consomem-na.
Acetona, não há erro de que se trata de um produto primordial, principalmente nos finais de semana, dentro de um lar, aliás, mais do que primordial, se é possível elevá-la ao mais alto destaque nos gêneros de primeira necessidade.
Não se esqueça de comprar a acetona para a sua família na farmácia mais próxima, pois, mesmo assim, ela vai sumir ou faltar, logo em seguida.
Tenha certeza.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

FAZER BEM FEITO

Krretta
hcarretta@yahoo.com.br


Luiza Enaura era uma pintora.
Colega de ginásio, do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, lá em Bagé, calma, sossegada, de definições estudadas e movimentos serenos, olhos de jabuticaba e, desinteressados.
De feições muito bonitas, suaves, cabelos morenos, corte Chanel, corpo simétrico a sua altura, talvez um pouco mais do que 1m60cm, mas, também, nem tanto mais assim, de sorrisos comedidos, no entanto, sinceros.
Pintava quadros.
Ainda não tão famosos assim por causa de sua pouca idade, digamos jovem idade, pois Luiza Enaura ainda estava no primeiro grau (naquela época chamava-se ginásio), e, desconheciam o seu trabalho, ou melhor, o seu talento.
Suas linhas grafadas nas telas e as cores empregadas eram de uma realidade subjetiva fora do controle da razão, surrealistas, talvez inspiradas nas diversas manifestações profundas do inconsciente.
As telas tinham a pureza da sua alma, de seu corpo, da jovialidade de seu coração.
Livres, leves e soltas.
O que se podia dizer é que, na verdade, a todos encantava.
As pessoas maravilhavam-se com seu talento, com a sua obra e, eram testemunhas do sucesso que por certo seria vindouro.
Fazia-as com maestria, com gosto, com a certeza de estar fazendo tudo aquilo que imaginava para a sua vida, a criação.
Digo sempre que a mulher tem o dom da criação.
Está muito perto de Deus, pois tem o encargo da geração da vida em seu interior, é a terra fecunda da humanidade, natureza infinda de que se determina como mãe, e, isso é mais do que tudo, precisa-se saber.
Sendo assim, pode-se estabelecer o poder da criação através da sensibilidade feminina e, quando a isso se mistura a vontade de dar existência a arte... nada se copia, e, nem se compara.
Luiza Enaura.
Sua beleza juntava-se a sua arte.
Na inocência pueril jamais uníamos as duas coisas.
Mas seus quadros davam a imaginação certa de como ocorreria a sua vida dali para frente.
Um sucesso.
Luiza Enaura sempre duvidava que seus quadros fossem tão lindos assim, e queria mais, cada vez mais a perfeição, pois sua dedicação e vontade de fazê-los bem feitos era muito maior que a vaidade de contemplá-los e dos elogios.
E, sempre carreguei isto comigo, ou seja, de que as coisas precisam ser bem feitas se você desejar o sucesso, precisa-se doar perseverança, dedicação, precisa-se emprestar toda a vontade ao que se está fazendo, em prol da sua satisfação, acredite.
Se é que temos que fazer, então que façamos com dedicação, com vontade, com determinação, muito embora nem sempre se tenha um talento mais evidente, contudo, a tarefa é fazer, que se faça bem feito.
De Luiza Enaura nunca mais ouvi falar.
Quem sabe use um pseudônimo, quem sabe não, quem sabe ande bem longe daqui, em galerias pelo mundo afora, quem sabe não, seja apenas e tão somente uma mãe dedicada, quem sabe... mas o que importa é que quando fez, e assim afirmou, fez seus quadros bem feitos, com vontade de vê-los realizados, com desejo de existi-los, de serem presentes na sua satisfação de pintora.
Assim foi Renato Portaluppi com o Grêmio, com o seu trabalho, fez e o fez mais do que bem feito.
Competente, talentoso, criativo, impetuoso, tirando-o da zona de rebaixamento e, deixando o Tricolor da Azenha em quarto lugar no Campeonato Brasileiro, um tanto quanto longe de uns e outros...
Tudo o que é feito com dedicação, com carinho, com vontade e, mais uma pitada de um dom natural diferenciado, dá no que dá.
Renato Portaluppi e Luiza Enaura são diferentes!!!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

OS GORDINHOS

Krretta
hcarretta@yahoo.com.br


Todo o gordinho é feliz, vai dizer que não?
Você já viu um gordinho triste?
Sempre tenho ouvido esta afirmação através de um grande amigo meu, meu irmão camarada, amigo de tantos caminhos, de tantas jornadas, que diz peremptóriamente ser uma grande verdade, é claro que também ele é um pouco gordinho e, vive as turras com a balança, contudo, um grande centroavante.
Mas, tenho observado a sua definição e, tenho notado que ele tem absoluta razão no que afirma, ou seja, não vejo nenhum gordinho triste.
É claro que não veremos nenhum gordinho triste, me dou conta...
Em primeiro lugar o gordinho feliz nunca está de dieta, então, não precisa se preocupar em comer pratos e pratos de alface, brócolis, agrião, uma rodela de tomate, um “arquinho” de cebola, cenoura ralada à vontade e, meia rodela de batata a vapor.
Carboidratos nem pensar, então, massa com aquele molho de carne vermelho, encorpado, fumegante e, uma dose generosa de queijo ralado por cima, ou, um pãozinho quentinho saído recém do forno da padaria, com uma manteiga feita em casa, uma fatia de presunto gordo e outra de queijo, ou, com maionese e catchup em exagero, bem, isso jamais.
Torta fria, sanduíche três andares, torrada com ovo, pizza de todos os tipos, calabresa, portuguesa, com camarão, strogonoff, presunto e queijo, quatro queijos, alho e óleo e muito halls ou plets de menta, entre inúmeras outras, sem citar as doces, nem pensar, por isso os gordinhos não são tristes, pois tudo aí de cima faz parte do seu repertório.
Não tem como ficar triste.
O café do gordinho é bem quente, fervendo, sabe por quê? Pois só assim ele come mais pão.
Aliás, vocês já viram magrinhos usarem adoçantes?
Quem usa é gordinho, pois disseram para ele que faz muito bem e, emagrece...
Outro amigo meu, também rechonchudinho, certa vez em uma rodada de café da tarde, com pão feito em casa, batido, sovado, cuca de açúcar, bolo de chocolate recheado de leite condensado, manteiga, presunto, queijo, omelete, mel, salame, nata, requeijão, chimia de goiaba e de abóbora, mamão, sucrilhos, iogurte de morango e ameixa, suco de laranja e de uva, e, uma xícara de café “balonè”, com leite, foi perguntado quantas gotas de adoçante ele usava:
Resposta – Põe três jatinhos!!!!
Os gordinhos são assim, são felizes, ao invés de usarem gotinhas, usam jatinhos, não é uma graça? Os gordinhos estão sempre de bem com a vida. Não querem e não fazem dieta. Sorriem o tempo todo, comem de tudo, sem preocupações, por isso, são felizes.
Doutra feita, mais outro amigo, preocupado com um problema de “boleto” devido a alguns quilinhos a mais, foi consultar.
Chegando ao consultório o médico de pronto já diagnosticou aonde residia o problema, e, além da prescrever um tratamento para o “boleto” afetado, entrou num papo sério e disse ao seu paciente que ele devia se ajudar e, para isso, para ficar bom e voltar a caminhar normal teria que emagrecer 14 quilos, o que recebeu de resposta: - Impossível!!!
Triglicerídeos, colesterol, dietas da água, da lua, do céu, da terra, de fulano, de beltrano, academia, esteira, caminhar, correr, até fazem parte do dicionário dos felizes gordinhos, mas não com tanta intensidade quanto pensam os tristes magrinhos, os quais, ao contrário, sonham com um bife bem acebolado, com um ovo frito com uma enorme gema por cima e um prato de batatinha frita, com arroz e um feijão mexido bem temperado, e, odeiam academias, esteiras, etc., etc., etc.
E aquela costela de ovelha bem gorda, de Encruzilhada do Sul, é claro, destilando no fogo a espera de uma farinha de mandioca e salada de maionese...
Ah, me lembrei, cuidado, cerveja aumenta e muito os triglicerídeos.
Realmente os gordinhos são mais felizes!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

NÃO SE CULPE

Krretta
hcarretta@yahoo.com.br
NÃO SE CULPE

“Há mais coisas no céu e na terra, Horácio, do que sonha a tua filosofia” – William Shakespeare.
Pois li na revista Isto É, edição nr. 2136, de 20.10.2010, sensacional entrevista da atriz e comediante Márcia Cabrita, 47 anos, que dissertou sobre a sua doença, diagnóstico de tumor de ovário, agora em março/2010, que vai justamente ao encontro daquilo que penso sobre estas situações ditas complicadas e muito sensíveis.
Existem aí mitos que as pessoas impuseram aos que padecem de tais complicações que são verdadeiras torturas.
A atriz Márcia Cabrita dá uma verdadeira aula de autenticidade, de autoestima e, de total independência aos preceitos ditados, que são dignos de que se adote, pois as coisas não são como muitos pensam que são, basta absorver o que afirma o dramaturgo e poeta inglês W.Shakespeare citado acima.
Indagada se quando recebeu o diagnóstico manteve a calma, de pronto a atriz falou que não, e, disse que ninguém precisa manter a calma numa hora dessas, e, que amigos e familiares acabam cobrando muito: que você tenha pensamento positivo seja otimista e forte.
Mas ignoram que num momento destes a pessoa não consegue isso e, como é normal, diga-se de passagem, só tem pensamentos negativos, exatamente o inverso.
Em decorrência disso acaba achando que não poderá ficar boa porque não é capaz de ter pensamentos bons e, que só os otimistas é que vencem esta batalha, então, está fora desta possibilidade.
Em outro momento a comediante Márcia Cabrita afirma: “... uma crueldade também é a busca de todos por um culpado para o fato de o câncer ter aparecido”; o que no caso era ela.
Mais uma vez casamos nossos pensamentos, pois é muito desumano insinuar que a pessoa é que “faz” a doença maligna porque ela era triste, porque se divorciou, porque comeu agrotóxico, porque é magoada com esta ou aquela situação, guarda rancor...
Ninguém “faz um câncer”, ou opta por estar doente, entendam isso, portanto, como culpar uma pessoa?
Quem se compraz em fazer este mal, em atormentar ainda mais quem tem uma luta toda pela frente, não merece esta amizade, aliás, quem foi que afirmou ter veracidade tal crueldade?
Não se duvida das boas intenções, mas, a bem da verdade, ninguém sabe bem como lidar com estas situações, e, com certeza acabam magoando quem já está sofrendo tanto.
Do mesmo modo, e, agora aqui também é pungente, afirmar, como expressa a personagem em questão, de que a portadora da doença é estritamente responsável pela sua recuperação.
Se tiver cabeça boa, fica curada.
Se não, não.
Diz Márcia Cabrita que isto é colocar a responsabilidade da doença em quem está doente, o que discorda totalmente, se isentando de toda e qualquer responsabilidade pela cura.
O que aconteceu com ela pode acontecer com qualquer pessoa, seja ela triste, magoada, criança, velha, ator, otimista ou não.
Entre muitas outras coisas a atriz fala que se importou sim em perder os cabelos, pois isto leva a vaidade feminina ao fundo do poço e, não venham com outro tipo de consolo, que depois tudo vai voltar ao normal, o que vale é o momento presente, e, é por ele que se está passando, o futuro, ainda está por vir.
Entre outros conselhos, esta mulher tão genuína, leal aos seus conceitos e filosofias, deixa alguns alertas, também verdadeiros e muito humanos:
- não “consulte” a internet, pois não há nada pior para um leigo, informe-se sempre com seu médico;
- um dia de cada vez, faça o que precisa ser feito;
- dê a si espaço para desabafar o que está sentindo – chorar, chutar, quebrar e, ignore os olhares “pé na cova”.
Sensacional!!!!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

FAVAS CONTADAS

Krretta
hcarretta@yahoo.com.br


A curiosidade é, sem sombra de dúvidas, o que movimenta as pesquisas, em qualquer campo, é bem verdade.
O homem sempre foi curioso com tudo o que lhe cerca e, por isso, houve tantas descobertas que até hoje, completam o mundo moderno.
Pesquisar, é o modo mais simples para se dirimir dúvidas, com toda a certeza, e, esta dúvida me levou a procurar saber de onde surgiu a expressão “favas contadas”, muito embora a bibliografia seja em tanto quanto escassa.
Primeiramente, como é sempre recomendável, o campo de pesquisas se deparou com o velho “amansa burro”, ou seja, o tradicional “Aurelião”, Dicionário da Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, o que é indispensável em qualquer lar que abriga estudantes.
Aliás, o Governo Federal faz tantas peripécias, em nome da educação, como a doação de livros às escolas, bibliotecas, alunos, que seria de bom alvitre doar a cada estudante, após a alfabetização, um dicionário da língua portuguesa, atualizado, é claro, para que seja utilizado em toda a sua vida escolar.
Assim sendo, garanto que teríamos uma sensível melhoria dos estudantes na expressão, escrita ou falada, do vernáculo nacional, bastando para isso a vontade do aluno em pesquisar o sentido das palavras e expressões nestas fontes de sabedoria e informação.
Mas, enfim, são sugestões como tantas outras, que apenas demonstram a vontade de fazer com que as coisas aconteçam neste país, todavia, jamais sensibilizarão seus responsáveis.
Deixando a profundidade de lado, como diz Belchior em uma de suas músicas, voltemos ao assunto proposto, então, agora com a pesquisa no “Aurelião” sobre o significado de fava, a saber:
Favas – Botânica: planta de caule ereto, ornamental, da família das leguminosas, com propriedades medicinais, de flores alvas ou róseas, cujo o fruto é vagem viscosa, verde ou preta; a vagem ou semente dessa ou doutras plantas; veterinária: doença que ataca o céu da boca dos equídeos; doença que ataca os olhos dos galináceos; espécie de peixe; fava preta: voto de reprovação; favas contadas: coisa certa, inevitável; ir às favas: ir para longe, afastar-se, para deixar de importunar, ir pentear macacos, ir plantar batatas; mandar às favas: despedir (alguém que importuna); demonstrar pouco apreço a alguém ou algo.
Então, favas contadas significa coisa certa, negócio seguro sendo que a expressão surgiu, de acordo com o pesquisador Câmara Cascudo, também historiador, folclorista, antropólogo, advogado e jornalista, antigamente, quando votava-se com favas brancas e pretas, significando sim ou não.
Cada votante colocava o voto, ou seja, a fava dentro da urna.
Depois vinha a apuração pela contagem dos grãos, sendo que quem tivesse o maior número de favas brancas estaria eleito.
Isto também se parece com o que acontece em muitos clubes sociais, quando seus conselheiros, usando agora outro material, como por exemplo, bolas de marfim que integram o jogo de bilhar, decidem se a admissão de um novo sócio vai ou não ser aceita, sendo isto apenas e tão somente a manutenção de uma tradição.
Transportando todas estas informações para o momento que vivenciamos agora, qual seja a eleição em 2º. turno para Presidente da República cabe aqui uma pergunta que agora se faz sentir, tendo em vista os acontecimentos do 1º. turno: Seria, caros (as) leitores (as), o resultado das eleições, neste segundo turno, FAVAS CONTADAS?????
Tenham a palavra...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

ATITUDE

Krretta
hcarretta@yahoo.com.br

Certa vez, em uma pequena cidade entrecortada por um caudaloso rio, aconteceu um fato marcante que nos leva a refletir sobre nossas atitudes, pois estamos acostumados, em muitas vezes a fazer de conta de que não a vemos, sermos estáticos em acontecimentos que exigem nossa participação, mas...
A sociedade por um todo caminha acompanhada pela inexistência de participação na vida comunitária, ao contrário de tempos mais remotos.
Estamos nos isolando e deixando o barco a mercê das ondas, onde muitas vezes os marinheiros estão precisando de ajuda.
São fatos verdadeiros e importantes, mas que se ficarmos longe é bem melhor, pois ficamos sem o ônus da participação e da responsabilidade.
Desta cidade da qual estamos falando, as fotos correram o mundo com a mensagem totalmente inversa ao que adotamos e, mostra as pessoas estáticas e a ação, a atitude, e, a participação de quem se propõe a ser protagonista da história.
Pois bem, um senhor de idade passeava com seu amigo de estimação, um cachorrinho poodle brincalhão e, estavam atravessando uma ponte sobre este rio caudaloso.
O cachorrinho, numa de suas travessuras correu por entre a guarda da ponte e, num passo em falso, caiu para dentro do rio.
Apavorado com a correnteza, o cãozinho nadava desesperadamente para não se afastar de seu dono, este senhor já de idade, pois sabia que a sua salvação estava ali naquela ponte e, se perdesse as forças e a correnteza o levasse rio abaixo, provávelmente não se salvaria.
Então, este senhor, dentro de sua capacidade de agir, lentamente devido a sua idade, começou a se despir para pular na água e, tentar salvar seu amiguinho.
As pessoas à volta tiravam fotografias do cão, noutro momento viravam suas câmeras para o velhinho que se despia, numa atitude de coragem e desprendimento, pois o que valia era a vida de seu cãozinho que já se entregava, extenuado pelo esforço de permanecer perto da ponte, foi quando um jovem, mais do que ligeiro tirou seus sapatos, sua jaqueta, blusão e camisa e, agarrando-se a guarda da ponte, atirou-se ao rio.
Não perguntou de quem era o cachorrinho, não parou para saber onde estava seu dono, não tirou fotos de seu celular para mostrar aos amigos depois, não gritou que ia salvar o cãozinho, não fez alarde e nem propaganda de sua atitude, simplesmente jogou-se ao rio.
O cãozinho percebendo intuitivamente a atitude do jovem rapaz, deixou-se arrastar pelas águas até bem perto dele, e, com a outra mão livre da guarda da ponte, este mesmo jovem agarrou-o firmemente, e, colocou-o novamente em cima da ponte.
O velho senhor correu ao sem encontro e, abraçou-se ao seu amiguinho, todo molhado e ferido no rosto, enrolando-o em seu casaco.
Logo em seguida, estendeu a mão ao jovem rapaz, auxiliando a subir de volta a ponte, enquanto uma pequena multidão se juntara para ver o salvamento e, num misto de alegria e emoção, ovacionaram o abraço entre o velho senhor e o jovem rapaz.
Moral da história: Atitude, só os verdadeiros heróis conseguem ter!”
Mas, ainda é possível extrair desta história que, se usarmos nosso tempo, dedicação para proclamar sorrisos, felicidades e amor, tudo fica melhor, tudo se transforma e assim cumprimos o que Deus nos confiou...
O jeito de como decidimos viver a vida é o que faz a diferença nos momento em que passamos por provações.
Temos a liberdade de escolha, enquanto respiramos!!!
Atitude é tudo.
Pensem nisso...

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

É HIPNOS, E NÃO MORFEU

Krretta
hcarretta@yahoo.com.br


Vais cair nos braços de Morfeu?
Pois esta é uma expressão bastante popular, todavia, um tanto quanto “demodê”, mas muitos de vocês já ouviram, outros, nunca...
Meu grande amigo Batistella era um usuário contumaz desta expressão e o que ele mais gostava de dizer quando ia se retirar de um lugar já quase perto da meia-noite era: “Vou escutar o Antonio Augusto e cair nos braços de Morfeu!”.
Grande Batistella!
Pois esses dias, lembrei-me desta expressão, e, curioso, fui em busca de sua origem, e, qual minha surpresa, a expressão segundo alguns escribas está errada.
A mitologia grega ensina que Hipnos, filho de Erebo e da Noite, era o deus do sono e distribuía docemente sobre a terra e o mar um repouso benéfico e reparador.
Os estudiosos da mitologia acreditam que seu palácio ficava numa caverna perto da região onde habitava um povo descrito por Homero, em sua Ilíada, como vivendo numa escuridão perpétua, e considerado por Heródoto o “pai da história”, como os primeiros ocupantes da Rússia Meridional, de onde foram repelidos através do Cáucaso até a Ásia Menor.
Ainda segundo alguns estudiosos, “junto à entrada da caverna crescem abundantemente papoulas e outras plantas, de cujo suco a Noite extrai o sono, que espalha sobre a terra escurecida”.
Entre os filhos de Hipnos estava Morfeu, que tinha a faculdade de revestir de sonhos a imaginação dos homens adormecidos.
É preciso salientar que os povos primitivos e os da antiguidade viam não apenas o sono como uma atividade fisiológica, mas uma das manifestações do sobrenatural na vida cotidiana.
Entre a farta variedade de drogas que o homem vem se servindo, principalmente na medicina, há milhares de anos, o ópio é uma das mais antigas de que se tem notícia, pois no quarto milênio antes de Cristo, os sumérios já o conheciam, bem como os gregos, os egípcios e os árabes.
Extraído de diversas espécies de papoulas, a planta que existia na entrada da caverna de Hipnos, pai de Morfeu, o ópio contém vinte alcalóides diferentes, sendo a morfina um dos principais.
Isolada em 1805 ela recebeu inicialmente o nome de morphium em alusão a Morfeu, mas depois essa designação foi alterada para morfina, acompanhando a terminação comum a outros produtos tóxicos.
Por isso Hipnos era o deus do sono, e Morfeu o dos sonhos.
Em razão disso, quando a expressão popular “cair nos braços de Morfeu” pretende indicar que alguém vai dormir os sonos dos justos, comete um engano mitológico, porque a lenda explica que o responsável por este estado de repouso é o deus Hipnos, de cujo nome, inclusive, surgiu o prefixo hipno, com o significado de sono, como em hipnose e hipnótico.
Vejam só quanta informação em somente buscar o significado de uma expressão popular, que esteve muito em “voga”, mas que até hoje persiste no dicionário particular de muitas pessoas, e, que ainda a utilizam para enunciar um estado fisiológico e natural.
No entanto, daqui para frente sai Morfeu e assume Hipnos na expressão, ou seja: “Vais cair nos braços de Hipnos”? Que Morfeu esteja contigo!
Agenda também é cultura.
-:-
Fonte: Recanto das Letras - Fernando Kitzinger Dannemann – 18.12.2005

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

GENTILEZA GERA GENTILEZA

Krretta
hcarretta@yahoo.com.br


É bem provável que você já ouviu diversas vezes o que acima esta escrito, pois esta grande verdade foi dita por um homem que se chamava Jose Daltrino, empresário do ramo de caminhões, nascido na cidade de Cafelândia, São Paulo, em 11 de abril de 1917.
Ele se tornou o Profeta Gentileza, quando, após uma tragédia acontecida com o Gran Circus Americano, em Niterói-RJ, onde morreram inúmeras pessoas, a maioria crianças, ele ofereceu consolo e solidariedade aos parentes das vítimas e, plantou um jardim sobre as cinzas do circo.
A partir daí o Profeta Gentileza, alegando ter ouvido “vozes astrais”, que o mandavam abandonar o mundo material e, se dedicar somente ao seu lado espiritual, passou a cumprir sua jornada como personagem andarilho, sendo visto por ruas, praças, barcas da travessia Rio - Niterói, trens, ônibus, fazendo sua pregação e levando palavras de amor, bondade e respeito pelo próximo e pela natureza, a todos que cruzassem o seu caminho.
Aos que o chamavam de louco, ele respondia: -“ Sou maluco para te amar e louco para te salvar”.
Então, está aí, estamos vivendo uma grande carência de gentilezas.
Ser gentil.
Quantas pessoas conhecem esta palavra e, a usam pela excelência da educação, da delicadeza, do sentimento solidário e, pela excelência do amor desinteressado?
Você viu o seu vizinho hoje? Cumprimentou-o?
Seus colegas de trabalho ouviram o seu “bom dia”?
Pacientemente, você deu passagem a alguém mais apressado que você no trânsito?
Você esteve em paz com a vida e com o carro da frente que, mesmo com o sinal aberto não se movimentou, sem “tacar” a mão na buzina?
Já cedeu seu lugar no ônibus, numa sala de espera, num consultório a uma pessoa idosa, uma grávida ou alguém que necessitasse este recosto?
Assim, como estas, outras tantas atitudes poderiam fazer parte de nosso cotidiano, mas, infelizmente, esta qualidade muito pouco ou quase nada está presente em nossas atitudes e pensamentos.
Talvez estejamos vivendo uma aridez de sensibilidade e brandura...
Segundo o livro A Arte da Gentileza, de Piero Ferrari, pesquisas científicas confirmam que pessoas gentis são mais saudáveis e vivem mais, são mais amadas e produtivas, têm mais sucesso nos negócios e são mais felizes.
O “Gentileza” pregava em suas viagens educadoras que tudo passa pelo favor, pois o simples fato de pedir, ”por favor,” e agradecer com um “muito obrigado”, gera uma reação anímica, que mexe com a alma e o coração, na atitude educada e desprovida de qualquer sentimento de malquerença.
Presenciamos, e muito, a frieza e a rispidez em grande maioria da humanidade.
Estamos perdendo o sentimento de afetividade com nossos semelhantes.
Talvez, também por isso, a vida esteja mais estressada, com mais violência, com mais hostilidade, com mais raiva, e, nos levando, sem que percebamos, guardadas a proporções, de volta a sociedade de Neandertal.
Mas, beleza da vida, felizmente, não está muito longe de nosso alcance, para tanto, basta rever conceitos e aceitá-los como eles o são, valorizando bem mais a troca de sentimentos desinteressada, estes sentimentos de pureza refrescante que vivificam o princípio da existência, a condição primacial, a essência, o sentimento de generosidade da alma.
Gentileza gera gentileza!!!

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

VAMOS COMBINAR: O VOTO É LIVRE!!!!

Krretta
hcarretta@yahoo.com.br

Fui em busca de uma resposta que esclarecesse de uma vez por todas as dúvidas que andam por aí sobre os efeitos do voto em branco e do voto nulo.
Atenção: não existe diferença entre voto branco e voto nulo.
Nenhum deles conta na hora de fazer a soma oficial dos votos de cada candidato.
Desde 1997, quando houve uma mudança na legislação eleitoral, os votos brancos e nulos passaram a ter significado quase idêntico, ou seja, não ajudam e nem atrapalham a eleição.
Como muita gente não sabe disso, a confusão persiste.
As dúvidas sobre esse assunto sobreviveu porque, de 1997, os votos em branco também eram contabilizados para se chegar ao percentual oficial de cada candidato.
Na prática, era como se os votos em branco pertencessem a um candidato virtual, mas os votos nulos não entravam nessa estatística.
Com a Lei 9.504/97, os votos em branco passaram a receber o mesmo tratamento dos votos nulos, ou seja, não são levados em conta. A lei simplificou tudo, pois diz que será considerado eleito o candidato que conseguir a maioria absoluta dos votos, não computados os votos em branco e os votos nulos.
Mas por que então os votos em branco eram contabilizados antes?
Há controvérsia sobre isso. Alguns juristas e cientistas políticos sustentam que o voto nulo significa discordar totalmente do sistema político, já o voto em branco, simbolizaria que o eleitor discorda apenas dos candidatos que estão em disputa.
Daí, ele vota em branco para que essa discordância entre na estatística.
Porém, depois da mudança da lei eleitoral, essa discussão perdeu o sentido, já que tanto faz votar branco ou nulo.
Vale a pena lembrar também que nas últimas eleições andou circulando e-mails que pregavam anular o voto como forma de combater a corrupção na política.
Esses textos dizem que se houver mais de 30% de votos nulos e brancos a eleição será cancelada e uma nova eleição terá de ser marcada, com candidatos diferentes dos atuais.
Puro engano. Tudo isso não passa de leitura errada da legislação segundo as mais recentes interpretações do próprio TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Mas, também o que se sabe que votar é importante, é uma demonstração de cidadania, é exercer nosso direito de escolha, mas também é protesto sim, e, para que isso ocorra, basta abster-se do pleito, pois ninguém tem a régia posição de taxar qualquer indivíduo, eleitor, de inapetente aos assuntos políticos do nosso país, se, ele mesmo, que irá votar, tiver seu candidato misturado em falcatruas e roubalheiras, o que dá o direito de lhe nominar convicta e popularmente de conivente, também.
Pensar que votar branco ou nulo é antidemocrático é ir de encontro à própria democracia, que representa, entre outros, a liberdade de associação e de expressão.
Se no meio do joio não há trigo?
As lições de civilidade já há muito tempo os professores em Brasília se encarregaram de nos ensinar, e com louvor, portanto, o voto nulo ou o voto em branco é sim um protesto legítimo de recusa a tudo o que tem de errado na Corte deste País.
O voto é uma influência ou demonstração de maturidade política?

quarta-feira, 28 de julho de 2010

DOCES QUANDO CRIANÇA

Krretta
hcarretta@yahoo.com.br


Dia desses em que divagar faz parte das horas que formam o tempo e, que corre lá fora sem testemunhar nossas saudosas prosas, falávamos em doces destes campeiros ou, até mesmo da cidade, mas que habitavam nosso mundo naquela época, que, diga-se de passagem, não é tão distante assim, vai dizer que é?
Depois de um opíparo churrasco gaudério, espeto de pau, fogo de chão, carne gorda e, salgada antes de servir, ao contrário do que andam fazendo por aí, dizendo os outros, pois não comungo desta corrente, que é heresia salgar a carne ante de ir para o fogo... discussões a parte, nada melhor que se refestelar com uma boa mesa de doces preparados para a ocasião.
Mas o bom mesmo é arroz com origone!
Ainda que não seja assim nos tradicionais churrascos de domingo, mas muitos conservam a tradição de manter ao menos um bom doce campeiro, que é para não se afastar dos costumes, ou uma ambrosia ou um sagu com creme, se bem que o sagu é doce que desembarcou aqui com a Família Real, feito com os melhores vinhos do Porto, pesquisem...
E, assim, vamos falando para a garotada dos doces daquela época, e, que, muitos não tiveram a oportunidade, ainda, de saborear aquelas verdadeiras maravilhas, tais quais as figadas, marmeladas e goiabadas dos tachos quentes que eram por tanto tempo esperados para esfriarem e serem rapados. Ou, a suntuosidade num prato fundo...
Latas e um pouco mais moderno as caixas de madeira eram encarreiradas em cima da mesa e, uma a uma recebendo o seu quinhão para depois serem herméticamente fechadas...
É claro, deva-se esclarecer que os doces eram feitos com as frutas da época.
Comia-se pudim de laranja, laranja em calda, e, a melhor de todas, as bergamotas no pé da bergamoteira depois do almoço e antes da “siesta”. Tinha coisa melhor?
Tinham os doces mais complicados, diríamos os que exigiam mais habilidades para serem confeccionados e, estes, já bem mais difíceis de aparecerem, mas surgiam com suas freqüências habituais, tal qual o doce de pão, a cuca de uva ou de maçã...
Ariticum, butiá, romã, pitanga, araçá, cáqui, uva, pêssego, banana, guabiju...
A ambrosia somente quando o leite estava em abundância, doce de abóbora tinha que ter cal, mas com um creme de leite..., a pera e sua calda já eram mais delicadas, o doce de morango era muito raro, entre outros.
Também tinham aqueles doces que combinavam com um bom prato fundo e leite de vaca fresco, que eram sorvidos em colheradas fartas, e, sabia-se que eram alimentos sadios e saborosos, escorregadios aos cantos das bocas das crianças mais afoitas.
Um deles era o “mogongo” (de acordo com Dicionário Novo Aurélio, século XXI, editora Nova Fronteira, página 1354- Aurélio Buarque de Holanda Ferreira), caramelado, com leite resfriado, um prato fundo e uma colher de sopa. Prá nós, mogango com leite, bem caramelado e colher suficiente para belas caçambadas naquela mistura áurea, que tem gosto do manjar dos deuses, depois de um arroz, feijão e costela de ovelha frita...
De sabor celestial o encontro do leite com o mogango entremeado pelo açúcar queimado, dando-nos a propriedade impressionável do paladar ao sabor dos deuses, muito longe e bem longe de outras iguarias.
A marmelada, a goiabada e a figada, qualquer das três também eram divinas no prato fundo com leite, e, outros tantos, como ainda acrescentaria a batata-doce no prato fundo, até pode ser...
Mas, também tinham os da cidade, ou quando não se encontrava nas prateleiras dos armazéns ou o dinheiro estava escasso para as marmelada, figadas, goiabadas Ritter, desde 1910, ainda assim essas maravilhosas e inventivas mães nos brindavam com outras novidades que eram tão ou mais gostosas como aquelas que não podíamos comprar.
Dona Iolanda tinha o dom de inventar e, quando o Seu Carretta saía para o trabalho na Viação Férrea, que era por turno, geralmente à noite, a fábrica entrava em funcionamento.
Não temos nenhum doce em casa, apenas algumas bananas. Pois bem, pegue as bananas, corte-as ao comprido, unte uma forma com fina camada de manteiga para não queimar a casca, polvilhe as bananas com açúcar e canela em pó e, quando estiverem assadas, coma-as em pratos de sobremesa e colheres de chá “Bananes Rôties á La Cannelle”.
Isto é ser feliz!!!!

sábado, 24 de julho de 2010

BOTA BICO FINO

Krretta
hcarretta@yahoo.com.br


Fui pesquisar o dia certo dos avós, que sei ser em julho, mas uma desconfiança misturava a data junto com o Dia do Colono e Dia do Motorista, entre tantas outras datas festivas e importantes, como o 19 de julho, para o município de Encruzilhada do Sul.
Na busca efetuada conta a história que no século I a.C., Ana e seu marido, Joaquim, viviam em Nazaré e não tinham filhos, mas sempre rezavam pedindo que o Senhor lhes enviasse uma criança.
Apesar da idade avançada do casal, um anjo do Senhor apareceu e comunicou que Ana estava grávida e eles tiveram a graça de ter uma menina abençoada a quem batizaram de Maria. Santa Ana morreu quando a menina tinha apenas 3 anos de idade.
Devido a sua história, Santa Ana é considerada a padroeira das mulheres grávidas e das que desejam ter filhos. Maria cresceu conhecendo e amando a Deus e foi por ele a escolhida para ser Mãe de Seu Filho Jesus.
São Joaquim e Santa Ana são os padroeiros dos avôs e avós, e, este dia é comemorado no dia 26 de julho.
Ah, este mês de julho é cheio de surpresas e comemorações, vejam só, dia 1 é o dia em que se comemora o dia da vacina BCG, dia 04 independência dos EUA, dia 13 dia do cantor, dia 14 dia mundial do rock, também dia da liberdade do pensamento, dia 19 dia nacional do futebol, dia 20 dia do amigo e o dia internacional da amizade...
Mas eram das vovozinhas e vovozinhos de quem estávamos falando, aquelas pessoas de uma voz mais embargada, mais experiente, já com uns óculos mais grosso na ponta do nariz, de pele um pouco enrugada, quando não um trabalhinho de mão, ou um tricô ou um crochê, já o vovô a bengala e o jornal dobrado entre a mão judiada pelas agruras da vida, segurando trêmulo as notícias que a princípio pensávamos que iam cair do jornal, mas de pensamentos e idéias sapientes que sempre nos diziam tudo da vida.
O inverno, um chinelo mais quente, a cadeira de balanço forrada com um pelego, ou uma coberta de “fuxico” mais “caliente”, e, quem tivesse o privilégio de um fogão a lenha ou uma lareira, um couro de vaca no chão e as cadeiras num vai e vêm de recordações que a vida deve rodar em suas lembranças, como máquinas projetoras do tempo que passou, e, que fizeram tudo o que nós também fizemos...
Mais que nada, as avós e os avôs de hoje não são nem parecidos.
Tudo e todos mudaram.
Têm balada, calça jean, cintura mais baixa só para dar aquele jeitinho maroto, a bota bico fino alongando a silhueta do pé, fetiche de muitos noctâmbulos,fragrâncias e perfumes, os rostos maquiados de levezas e extravagâncias, de quero ficar ou estou mais séria, amigos, amigas, a galera um busca da alegria, de histórias outras para contar, se saber da vida, de buscar a vida e, seguir em frente sem testemunhar o que poderia ter ficado para traz.
Não se fazem mais avós e avôs como antigamente, de saia de lã cumprida e jaleco cinza ao cair na cintura, óculos redondos e passos curtos...jornal e um guarda-chuva...
Nem faça o teste, pois as vovós e os vovôs vão estar na noite sim, é tudo diferente!
Filhos e filhas, pais e mães embalam juntos as suas liberdades, buscam juntos as suas realizações, entram nas baladas juntos, até que então os filhos, ou os netos, tenham sempre a guarida da responsabilidade, da segurança e do carinho das lobas.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

1430 DIAS...

Krretta
hcarretta@yahoo.com.br
1430 DIAS...
...e eu fico imaginando como estarão às coisas com o passar deste tempo.
Vivemos neste domingo p.p. o derradeiro dia da Copa do Mundo de Futebol num país que tenta reiniciar uma nova caminhada...
Viva a África do Sul!
E agora, Brasil?
Acho que todos nós temos a curiosidade de saber como estarão às coisas daqui exatamente 1430 dias, onde estarão, com quem estarão, o que estarão fazendo, enfim...
Com certeza nós aqui em Encruzilhada do Sul também faremos uma grande festa para comemorar a Copa do Mundo, pois não?
Comecemos por quem comandará a festa da Copa do Mundo aqui na nossa Terra Encantada?
Talvez algum órgão oficial e sua equipe, enfeitando a cidade, decorando os bairros, os pórticos, palanques, postes ou sabe-se lá se o novo prefeito, ou algum seu assessor maior, sim, porque vai haver um novo prefeito, não queira nada disso e entregue as festividades para alguma entidade organizar, terceirizando de uma certa maneira as festividades da copa... quem poderia ser? Alguma idéia? Alguém? Alguma entidade? Quem?
Aliás, a pergunta é pertinente: quem será o Prefeito de Encruzilhada do Sul quando a Copa do Mundo estiver se realizando no Brasil? Em quem você aposta?
Quem vai ser o grande assessor? Haverá algum... ou alguns?
Bom, neste meio tempo, pode ser que o Legislativo tenha interesse nas festividades e, num passo determinante resolva encampar a festa instaurando um grande concurso de quem tiver a sua casa mais enfeitada para a Copa do Mundo, ganhará um grande prêmio, dividindo em casas residenciais e comerciais, inclusive atraindo inúmeros turistas para opinar e admirar a competição, quem sabe?
Neste tempo, poderá mudar alguma coisa no Legislativo encruzilhadense, mais cadeiras quem sabe, o número de vereadores será o mesmo, teremos algum vereador consagrado prefeito, deputado, secretário estadual, quem sabe?
Quiçá já façamos parte da Rota do Vinho da Serra do Sudeste, com nossas vitiviniculturas investindo um pouco mais em terras encruzilhadenses, já pensaram?
Ah, já vamos reivindicar a Viação Santa Cruz que tenha piedade dos passageiros de Encruzilhada do Sul e, junto desta festividade, inclua em seus horários, carros que tragam mais conforto aos usuários encruzilhadenses, agradando aos turistas também.
Por acaso os foguetes vão ser o nosso despertar nestes dias de festas?
Será que os bancos comerciais ainda serão os mesmos, e as filas, abrirão todos os dias, e os seus funcionários, quem serão, nossas casas comerciais terão aumentado, haverá mais indústrias, o Proveta será uma grande galeteria, o Shopping das Delícias será um shopping de quadra inteira e, será que no Marcelão já vai ter uma televisão em altíssima definição em 3D, de transmissão 4K, que tem imagens de 8,8 milhões de pixels por quadro, ali em cima do cafezinho para os clientes verem a Copa?
Será junho, dia ensolarado, claro, límpido, convidativo aos passeios, as bandeiras estarão hasteadas nos mastros da Praça Ozy Teixeira, o obelisco intacto, as gramas dos canteiros impecáveis, as árvores e arbustos aparados, calçamento e bancos na devida ordem, enfim, nossa cidade, deverá estar fulgurante para a festa da Copa do Mundo.
As pessoas não precisam se preocuparem terá estacionamento rotativo no centro da cidade, num projeto com estudantes Nota Dez dos Bairros, diversos semáforos organizarão o trânsito de nossa Encruzilhada do Sul, a entrada da cidade desde o seu perímetro urbano até o trevo do Colégio Barão do Quaraí vai estar com os tachões tão esperados, estará arborizado nos dois lados da Avenida Zeno Pereira Luz, além de belos artesanatos com diversas opções aos visitantes, tal qual se encontra na serra gaúcha, alem é claro da lombada eletrônica no cruzamento do Lava Pés, enfim, estaremos aptos a Copa do Mundo, como o Brasil inteiro.
1430 dias...

quinta-feira, 1 de julho de 2010

A VOZ DO LEITOR

A G E N D A
Krretta
hcarretta@yahoo.com.br

Peço licença a todos os (as) outros (as) leitores (as), para trazer até aqui, hoje, correio eletrônico recebido semana passada, que diga-se de passagem, de articulada redação e sincronismo (uma crônica por excelência), por saber tratar-se de palavras que foram escritas com honestidade, palavras incentivadoras, merecidas ou não, fica a interpretação de cada um daqueles que as lerem, mas, que são e sempre serão importantes a medida que nasceram com a sinceridade do coração, e, mais do que qualquer outra coisa, merecem serem transcritas, pois enobrecem e nutrem de realizações a nossa alma.


Amigo Carretta:

“Intempestivo o meu contato, visto a tua coluna ter sido escrita há tanto tempo, mas como é normal, a gente vai adiando as coisas que temos que fazer, nem tanto por obrigação, mas como por consideração de fazer e não fazemos...
Sou leitor (como muitos) da tua coluna no 19 e sempre que leio penso comigo mesmo que, pô, quando eu enxergar o Carretta vou cumprimentá-lo e parabenizá-lo pelos seus “escritos” no jornal.
Só que normalmente temos nos visto de longe, só um abano, um “tudo bem” e, quando conversamos não é sobre a tua coluna, pode ser pelo Imortal Tricolor (somos parceiros), pelo estudo de nossos filhos em Santa Cruz do Sul, pois são vizinhos no mesmo condomínio, enfim, por qualquer outro motivo e, acabo não fazendo o que planejei, que seria de te parabenizar pelos teus escritos.
Mas a vida é mesmo assim, apesar de vivermos e convivermos na mesma cidade, temos os nossos compromissos, as nossas correrias, os nossos estresses e acabamos “esquecendo” do mais importante, a convivência com as pessoas que nos querem bem e recíprocamente a gente também as quer.
Bueno!!!
Aproveitando o feriado de 21/04 e com uma chuvinha mansa que vem se chegando como quem não quer nada, quero parabenizá-lo pelos teus escritos no 19 e não vou entrar em detalhes se são bem ou mal escritos, se são bem situados no nosso cotidiano ou não tem nada a ver com ele, se tu homenageias alguém ou deixa de homenagear, ou comentas carnaval ou deixa de comentá-lo, enfim, qualquer que for o assunto a tua coluna está lá, na quarta-feira, e tem muita gente esperando por ela!
Independente do título ou conteúdo da tua coluna, sou leitor assíduo e, nessa semana citastes AS SALAS DAS CASAS ESTÃO VAZIAS, que poderíamos também citar os antigos cinemas que se foram os circos que não aparecem mais e quando aparecem, pobres, tristes... poderíamos citar também aqui em Encruzilhada o clássico JU X DA, os torneios de verão na antiga quadra de laje do Clube Encruzilhadense, te lembra do Mimi contra o Jaguar, da AABB contra não lembro contra quem?
Das gincanas entre equipes formadas ou por amigos ou por grupos de alguma entidade...
Das corridas de lambretas em volta das nossas praças centrais...
Apenas para citar algumas
Pois é, AS NOSSAS SALAS estão completamente vazias e não falo isso com saudosismo porque acho que evoluímos muito em tecnologia, mesmo que “goela abaixo”, porque se quisermos conversar com um amigo é só ligar o computador, se quisermos jogar futebol é só ligar o Playstation, enfim, temos quase que tudo a mão dentro de nossas “salas” mesmo que vazias.
Mas, mesmo tendo toda essa tecnologia, que sentimos falta de tudo isso, é claro que sentimos...
Bem, estou te enviando por e-mail estas palavras com o propósito de homenageá-lo pela tua competência e acabei “esvaziando” mais a nossa sala.
Abraços, meu camarada, parabéns pela tua coluna sempre!!!!
Sou e continuarei leitor dela!!!
Encruzilhada do Sul-RS, 21.04.2010
Glênio Macedo de Almeida

sábado, 19 de junho de 2010

A PEDIDO

MEUS OLHOS AZUIS

Krretta
hcarretta@yahoo.com.br


Nunca estamos preparados para tudo.
Por mais que se queira, por mais que se tente, por mais que se treine, a vida sempre está acima de toda e qualquer possibilidade prevista, com suas nuances, e, em determinados momentos, de nada adianta planejar com antecedência quando a emoção toma conta de tudo e de todos.
Não poderia ser diferente e, cheguei a pensar que sim, que teria forças suficientes para mais uma despedida, não tive.
São tantos os pensamentos, as lembranças, as saudades, mesmo neste exíguo tempo em que nos afastamos, mas sabe-se que esta distância é definitiva, e, este sarcasmo de nossas existências requer mais do que simplesmente chorar, sabe-se.
Agora, o que nos resta é um duplo vazio, um sentimento de perda, a dor pungente da ausência, muito embora a frágil distância, mesmo que partiram em busca de seus destinos, das suas realizações, da vida que as espera, mas a inexistência da substância física contrai a alma e entristece a vida.
Temos um olhar perdido, marejado de lágrimas que não suportaram ver o horizonte absorver em si, agora, a nossa Mariana, seus lindos olhos azuis, com sua beleza encantadora, sua intensa luz, sua sensibilidade, presteza, companheirismo e presença forte pela personalidade em seus conceitos e definições.
Consenti em escapar das mãos aquele abraço terno, o que mais poderia fazer?
A vida é assim.
A concepção não nos traz uma receita básica de como temos que fazer no dia em que nossos filhos vão em busca dos seus ideais.
Nada tem a sua forma e seu roteiro.
Mesmo porque nunca viveríamos este tempo de muito mais felicidade nos treinando para a separação dos filhos.
Sei que tudo tem a sua justificativa, entendo que assim está escrito nos anais de todas as histórias filiais, que o mundo as espera, e, tudo tem o seu seguimento normal, contudo, nada resta por enquanto de consolo neste vazio que restou.
Somos humanos, temos sentimentos.
A cura deveria estar na compreensão da vida, o que o amor dos pais ignora e teima insistentemente em se sobrepor ao curso normal dos acontecimentos.
Dói o coração, angustia-se a alma.
Não somos perfeitos e nem temos a compreensão de tudo.
Aliás, deixamos talvez de interpretar a vida simplesmente como ela é e, estranhamente buscamos sentimentos outros que julgamos dar sentido ao que percebemos desta existência.
Em síntese, sabemos que vai acontecer, no entanto, nada nos consola, nada nos conforta viver longe dos filhos.
Também é verdade que nada há a fazer.
Estamos sozinhos.
Na casa, agora, há dois quartos vazios.
As lágrimas teimam em rolar pelo rosto, tenho saudades das minhas filhas, mas nada mais eu posso fazer a não ser incentivá-las a buscar seus espaços, realizar os seus sonhos, encontrar neste tempo as suas próprias vidas, mas tenho saudades.
Sei que vamos sobreviver, com toda a certeza, mas dói demais.
O tempo será sempre companheiro da angústia, da ausência, da dor da separação e, num mesmo momento, dar-se-á o significado dos reencontros.
É o que resta.
Os reencontros e, deles, faremos a nossa recomposição, o consolo da alma, o regozijo do coração, enxugaremos as lágrimas, daremos longos abraços, abraços apertados, beijos emocionados, colo se for preciso, embalaremos e vigiaremos o sono se for o caso, como dantes o que sempre foi, e, logo então, a inexorável realidade e, novamente, teremos que nos preparar para outras tantas despedidas.
É a vida, não tão bonita assim...
Aos meus olhos azuis, todo o sucesso do mundo!
Estamos com saudades.