Krretta
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Luiza Enaura era uma pintora.
Colega de ginásio, do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, lá em Bagé, calma, sossegada, de definições estudadas e movimentos serenos, olhos de jabuticaba e, desinteressados.
De feições muito bonitas, suaves, cabelos morenos, corte Chanel, corpo simétrico a sua altura, talvez um pouco mais do que 1m60cm, mas, também, nem tanto mais assim, de sorrisos comedidos, no entanto, sinceros.
Pintava quadros.
Ainda não tão famosos assim por causa de sua pouca idade, digamos jovem idade, pois Luiza Enaura ainda estava no primeiro grau (naquela época chamava-se ginásio), e, desconheciam o seu trabalho, ou melhor, o seu talento.
Suas linhas grafadas nas telas e as cores empregadas eram de uma realidade subjetiva fora do controle da razão, surrealistas, talvez inspiradas nas diversas manifestações profundas do inconsciente.
As telas tinham a pureza da sua alma, de seu corpo, da jovialidade de seu coração.
Livres, leves e soltas.
O que se podia dizer é que, na verdade, a todos encantava.
As pessoas maravilhavam-se com seu talento, com a sua obra e, eram testemunhas do sucesso que por certo seria vindouro.
Fazia-as com maestria, com gosto, com a certeza de estar fazendo tudo aquilo que imaginava para a sua vida, a criação.
Digo sempre que a mulher tem o dom da criação.
Está muito perto de Deus, pois tem o encargo da geração da vida em seu interior, é a terra fecunda da humanidade, natureza infinda de que se determina como mãe, e, isso é mais do que tudo, precisa-se saber.
Sendo assim, pode-se estabelecer o poder da criação através da sensibilidade feminina e, quando a isso se mistura a vontade de dar existência a arte... nada se copia, e, nem se compara.
Luiza Enaura.
Sua beleza juntava-se a sua arte.
Na inocência pueril jamais uníamos as duas coisas.
Mas seus quadros davam a imaginação certa de como ocorreria a sua vida dali para frente.
Um sucesso.
Luiza Enaura sempre duvidava que seus quadros fossem tão lindos assim, e queria mais, cada vez mais a perfeição, pois sua dedicação e vontade de fazê-los bem feitos era muito maior que a vaidade de contemplá-los e dos elogios.
E, sempre carreguei isto comigo, ou seja, de que as coisas precisam ser bem feitas se você desejar o sucesso, precisa-se doar perseverança, dedicação, precisa-se emprestar toda a vontade ao que se está fazendo, em prol da sua satisfação, acredite.
Se é que temos que fazer, então que façamos com dedicação, com vontade, com determinação, muito embora nem sempre se tenha um talento mais evidente, contudo, a tarefa é fazer, que se faça bem feito.
De Luiza Enaura nunca mais ouvi falar.
Quem sabe use um pseudônimo, quem sabe não, quem sabe ande bem longe daqui, em galerias pelo mundo afora, quem sabe não, seja apenas e tão somente uma mãe dedicada, quem sabe... mas o que importa é que quando fez, e assim afirmou, fez seus quadros bem feitos, com vontade de vê-los realizados, com desejo de existi-los, de serem presentes na sua satisfação de pintora.
Assim foi Renato Portaluppi com o Grêmio, com o seu trabalho, fez e o fez mais do que bem feito.
Competente, talentoso, criativo, impetuoso, tirando-o da zona de rebaixamento e, deixando o Tricolor da Azenha em quarto lugar no Campeonato Brasileiro, um tanto quanto longe de uns e outros...
Tudo o que é feito com dedicação, com carinho, com vontade e, mais uma pitada de um dom natural diferenciado, dá no que dá.
Renato Portaluppi e Luiza Enaura são diferentes!!!
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