segunda-feira, 17 de outubro de 2011

LIQUIDIFICADOR

Krretta



A coisa começa assim: colha ou compre, de preferência, ovos caseiros, evite os de granja, para você obter um produto mais apetitoso, mais saboroso, mais apresentável, mais amarelinho como as cozinheiras dizem.
As batatas, segundos os (as) especialistas, devem ser as “rosas”, pois favorecem mais ao prato e são mais saborosas, na questão em pauta.
O azeite? Bom, o azeite fica ao seu gosto, mas vai aqui uma recomendação, ou melhor, uma dica, ou seja, prefira todo aquele azeite que está acondicionado em lata, pois especialistas dizem que os azeites que vêm acondicionados naquelas embalagens plásticas, transparentes, da fábrica até ao consumidor, podem sofrer alterações no seu estado natural devido à incidência da luz solar.
Então, ainda precisamos de vinagre, ou limão e sal.
Pronto.
Dependendo do número de pessoas, o tamanho da panela e, se as batatas forem grandes a medida é uma batata por pessoa, caso contrário, duas batatas por pessoa, nunca esquecendo de contadas as batatas, coloque mais umas quatro para cozinhar junto, pois sempre aparece aquela visita de última hora.
Em outro recipiente, tipo uma caneca, três ovos (também dependendo do número de pessoas) a cozinhar, e, quando a fervura levantar, marque três minutos e eles estarão prontos para serem utilizados, depois, é claro, de tirar as cascas.
As batatas terão que estar tenras, ou seja, no ponto, nem vigorosas demais, nem macias demais ao ponto de virar purê.
Deixe esfriar as batatas, descasque-as e reserve.
Em um lugar com relativo espaço, pode ser no balcão da cozinha ou em cima de uma mesa, porque pode dar “lambança”, aproxime todo o material de que vai precisar: os ovos descascados e, se quiser, pode acrescentar um ovo cru, mas, cuidado, pois este ovo deve estar totalmente inteiro, sem rachaduras em sua casca, pois ele poderá estragar a festa, lembre-se da “salmonela”, o azeite, o sal e o vinagre, ou o limão.
Então, chegou a pior hora, à hora infernal.
Vá ao balcão dos eletrodomésticos e traga de lá, o maldito, o infernal, o rumoroso, o “espanta qualquer um”, o dito liquidificador.
A britadeira do lar.
Sim, porque não existe barulho mais estridente, mais incomodativo, mais irritante, mais barulhento que o tal do liquidificador.
Sim, ligue esta máquina de tortura medieval, pois se já estamos no século XXI e, até agora não inventaram um eletrodoméstico igual a este que não faça barulho, ou ao menos tanto barulho, então, não vão inventar mais.
Ligue, ligue esta coisa na tomada, feche todas as portas de onde estiver e, curta a sua tortura.
Coloque os três ovos a bater, e, acrescente de maneira módica o azeite até ir dando consistência a sua maionese, um pouco de vinagre ou limão e sal a gosto.
E, continue com sua tortura, desligue alguns segundos o estrepitoso e rudimentar utensílio, e, com uma colher, revolva o fundo do “maldito”, que é para ter certeza de que vais ter uma mistura homogênea, e, ligue de novo “a sinfonia”, e, mais tortura.
Não existe, eu duvido, em questão de barulho em uma cozinha, coisa pior que um liquidificador ligado, por isso, chamo-o de britadeira do lar, pois nem um balcão cheio de panelas, quando se pega uma lá de baixo e, desanda todas as de cima, é pior que um liquidificador ligado, nem uma cabeçada na porta do armário aéreo, que você deixou aberta e se agachou para pegar a maldita panela e, quando levantou, bateu a cabeça, irrita mais do que um liquidificador ligado.
A maionese? A maionese é maravilhosa, mas o liquidificador...
Só não dói mais aos ouvidos do que foguete de colorado em fim de Gre-nal.

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