DO TEMPO “DAS ANTIGAS”
Krretta
Com apenas seis anos de idade, naquela noite de 31 de
março de 1964, estava visitando minha vó materna, quando inesperadamente meu
pai nos disse que deveríamos ir para casa.
Lembro-me muito bem, na Avenida Salgado
Filho, em Bagé, militares e os seus blindados em grande agitação,
movimentando-se por aquela artéria.
De lá para cá, até o ano de 1985,
vivemos um período dito nacionalista, desenvolvimentistas e de oposição ao
comunismo.
Luis Mir (pesquisador médico,
historiador e escritor brasileiro) em seu livro, “A Revolução Impossível”, da
Editora Best Seller, mostra que Cuba já financiava e treinava guerrilheiros
brasileiros desde 1961, durante o governo de Jânio Quadros.
Muitos irão contestar, outros tantos
dirão que tudo isso foi uma contrarrevolução, contudo, a bem da verdade a
história registrou e, portanto, aconteceu.
Seguindo o curso dos fatos, o Brasil
continuou a viver e a pulsar como nação, passando por diversos momentos
políticos até os nossos dias.
Foram 21 anos até a Nova República, com
José Sarney.
Fui estudante como todos os jovens da
minha idade, e, exatamente em momentos conturbados da política nacional
(1974-1976), fui líder estudantil, presidente do Grêmio Estudantil do Colégio
Nossa Senhora Auxiliadora, ligado a União Bageense de Estudantes Secundários (UBES)
e UNE (União Nacional dos Estudantes).
Para meu espanto e de muitos outros “da
antiga”, vê-se por aí, aos jorros e lufadas, uma juventude que nem sabe o que
diz e o que faz.
Chamam-os de “socialistas de boutique”.
Notem que a grande maioria deles foram
ou estão sendo educados em colégios particulares, e, por isso, não utilizam
coletivos para irem para escola, pois carros último tipo com bancos
confortáveis e muito espaço, os conduzem até o seu destino, e, quando não é o
pai ou mãe, são os motoristas.
No deslocamento, estão “muito ligados”
em seus Iphones, quando não no whatsApp, provavelmente combinando com a turma a
próxima viagem para a Disney, quem sabe compras em Miami, ou uma balada na
Europa.
Côte D’Azur?
Sim, com apenas 18 anos já possuem em
seus currículos, “viagens inesquecíveis” pelo mundo afora.
Nunca souberam ou ouviram falar de um
transporte coletivo, lotado, apertado, suado e sujeito há muitas intempéries, principalmente
pela violência instaurada no país nas últimas décadas, fruto de um governo que
só se interessou em nadar no mar da corrupção e enriquecimento ilícito.
Fome? O que é isso?
Estão mais interessados em salões de
beleza e cortes de cabelo que custam verdadeiras fortunas, pois no próximo
evento “precisam arrasar”, não sem antes, visitar a boutique daquele shopping,
que ontem chegou novidades do estrangeiro.
Cartão de crédito é que não falta.
Papai ou mamãe pagam tudo, aliás sempre pagaram...
E é verdade, vivem na casa de seus
pais, sempre protegidos por tudo e por todos, fortalecidos pelos direitos que
sempre reivindicaram, doa em quem doer... mas desfraldam, sem fastio nenhum, a
bandeira do marxismo.
Que comunismo seria esse?
Tenho certeza absoluta que a vida que
ostentam, com festas, viagens, roupas de marca, comida e bebida à vontade... não
procede do socialismo que pregam da porta de casa para fora.
Socialistas de boutique, dos iphones
mais caros e viagens para Disney...
Não, determinadamente não, pois esta
causa não lhes pertence.
A realidade é bem outra...
Sequer conhecem a história para ter
opinião de como foi e de como será, pois estão mais interessados no carro que
vão ganhar no fim o ano, ou, quando depois do colégio particular, cursinho Fleming
e aprovação no vestibular, chegar à recompensa pelos mantenedores dos seus
lares abastados.
Defendem uma causa que não conhecem e,
desfraldam uma bandeira que lhes foi posta na mão por pessoas de índoles
duvidosas e com outros interesses que não os republicanos.
Desditosos e estultos inocentes.
Vocês não são “das antigas”!
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