sexta-feira, 9 de março de 2018



                                 DEBANDADA

                                                                                                                    Krretta

        Vi, ou li, e gostei imensamente da brincadeira que surgiu esta semana nas redes sociais, onde as pessoas perguntavam se as outras lembravam de fatos ou personagens, que fizeram parte das suas épocas, aqui na cidade de Encruzilhada do Sul, e arredores.
        Ficou mais que latente as saudades das pessoas por aqueles tempos, os quais, com toda a certeza estão perpetuados em suas memórias.
        Também se notou que hoje, agora e aqui na mesma Encruzilhada do Sul, as coisas mudaram, e muito.
        Talvez as pessoas que participaram, e que estão longe do pago, não tenham a verdadeira dimensão do que hoje se vive aqui, a exemplo disso está o relato abaixo.
        Dia desses encontrei um amigo numa dessas praias do nosso litoral, encruzilhadense nato, nascido, criado e ferrenho participante de nossa comunidade, com forte cunho político, mas de oposição as minhas ideologias.
        Sim, ainda morador da nossa Encruzilhada do Sul.
        E, onde tem encruzilhadense, tem um bom papo.
        Pois dissertamos sobre alguns assuntos, no entanto, a tônica ficou (e parou) sobre o abandono de nosso município.
        Quem sai, quem viaja, quem visita outras localidades, têm a dimensão do que estávamos falando, e de que este amigo comentou.
        Dizia-me ele que estava com muita vontade de ir embora da nossa cidade.
        Para ele, conviver com este empobrecimento que estamos presenciando em nosso município é que fazia tomar esta decisão.
        A dificuldade estava em apenas se desfazer do seu imóvel.
        Então, olhávamos ao nosso arredor, e não havia como discordar de seus argumentos.
        Vivemos uma intensa deterioração da nossa cidade e interior, o atraso é galopante, nosso declínio acontece a olhos vistos, a decadência é eminente, e a continuar desse jeito, será irreversível.
        Assim como este conterrâneo, sabe-se lá quantos outros conterrâneos estão pensando a mesma coisa. . .
        A expressão “o último apaga a luz” se aproxima a galope.
        As mazelas, os dissabores, os abandonos, os desleixos, as irresponsabilidades e desinteresses estão por todos os lados.
        Há muito tempo deixaram de ser pontuais.
        Contudo, tenho a plena convicção que tudo isso ainda vai mudar para melhor.
        Sinceramente, eu não acredito que essa bancarrota vai continuar, não é possível, ninguém consegue ser tão ruim/incompetente, por tanto tempo.
        Alguma coisa, ou, muitas coisas devem estar por acontecer, para melhor, é claro.
        Cartas na manga hão de aparecer, com toda a certeza.
        Volto a afirmar, dentro da mais pura lhaneza: essa degradação que estamos vivenciando deverá chegar ao fim dentro de mais alguns dias, pois não é concebível não terem aprendido a lição em todos estes anos.
        Penso que estão reunindo forças, verbas, trabalho, determinação, firmeza, ânimo, capricho, vontade, interesse, responsabilidade, e tantos outros atributos que sumiram da pauta, para jorrarem em profusão daqui para frente, em nossa Encruzilhada do Sul, inundando-a de progresso, desenvolvimento, empregos, saúde, educação, segurança, estradas, pontes, desratizações. . .evitando assim, uma debandada geral.
        Eu acredito.
                                       Alium silere quod voles, primum sile.

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