quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018



AUSÊNCIA

                                                                                                   Krretta

         É extremamente corriqueiro as filantropias que nos vemos envolvidos em nossos dias, pois a caridade é um dos preceitos do bem e da complacência com os menos favorecidos.
“A melhor maneira de ser feliz é contribuir para a felicidade dos outros”. (Confúcio)
A beneficência faz bem a alma e ao coração.
Isto é imutável.
         Mas, também é a prova fiel e concreta da imensa e indesculpável falha do Estado em não prover as necessidades básicas de seus (des)protegidos.
         Então, os (des)protegidos saem às ruas para suprirem a ausência do poder público, que é mal e desinteressadamente administrado e, recorrente a isto, não gera verba suficiente para sanar as indigências dos seus munícipes.
         Estão por aí os mais diversos exemplos desta ausência, quando cidadãos exemplares, com grande e elogiável espírito de coletividade, montam em tratores e vão cortar as gramas das praças, dos jardins da cidade, quando formam equipes para alimentar os desabrigados, quando arrumam calçadas esburacadas, quando fazem mutirões para pintar a escola de seus filhos, e muito mais. . .
         A verdade nua e crua, para que não nos enganemos, e nem sejamos enganados por aqueles que insistem em fazer vistas grossas, sim, é por detrás de todas essas ações, que estão os imperdoáveis hiatos das administrações públicas.
         Isto também é verdade, mas não é imutável.
         Contudo, pior ainda é a tristeza de saber que nos faltam líderes, líderes que vão à luta, que descolem a bunda da cadeira e saiam de seus gabinetes fétidos de falcatruas, para irem em busca de soluções, que inventem, reinventem, plantem bananeira se for preciso, mas que lutem pela sua gente.
         Ah! Esses não existem mais. . .
         Alto lá!
Existem sim, mas são preteridos, ou seja, são trocados e não são escolhidos, pois a grande maioria prefere o comando do mandonismo, prática de cunho político-social que floresceu durante a Primeira República 1889-1930, originando uma hipertrofia privada, onde o poder econômico é quem (des)manda.
         Um líder, ao ver um cidadão da sua urbe substituir a função que lhe compete, deveria, em primeiro lugar, se envergonhar imensamente, e, em ato contínuo, assumir com hombridade as suas funções e enfrentar, sem prepotências, presunções e vaidades, os problemas do local em que supostamente lidera, deveria honrar a confiança de seus eleitores, e não jogar para outras esferas, a sua ineficiência, incapacidade e desinteresse.
         As pessoas precisam compreender, urgentemente, que devem eleger caráter, e esperar habilidades.
         Habilidades para aliar desenvolvimento com o bem-estar do seu povo.
         Um grande líder deve ser inspirador. O teu é?
         Temos um grande problema aqui e em muitos lugares, pois somos governados por pessoas que ligam mais para sentimentos próprios do que pensamentos e ideias.
Um líder não se esconde por detrás de desculpas terceirizadas, um líder: resolve!
Simples assim.

Nenhum comentário: