quarta-feira, 4 de julho de 2018


A  G  E  N  D  A


. . .ENQUANTO A CARAVANA PASSA.

                                                                                                   Krretta

“Não tenho possibilidade de consertar nada, mas eu tenho a obrigação de denunciar tudo.”  Chico Anysio

         Sim, é óbvio, jamais diria que não.
         Todos nós, indiferentemente de credo, raça, sexo, classe social..., merecemos momentos de distração, entretenimento, diversão, justamente para não tresloucarmos, ainda mais nos dias de hoje.
         Escrevo esta coluna num domingo casualmente em que, nesta Copa do Mundo de Futebol, Espanha, Rússia, Dinamarca e Croácia, inauguraram a prorrogação e a disputa por pênaltis.
         Emocionante.
         Os guarda-metas deram verdadeira aula, daquelas para fazer parte do compêndio/manual de curso pós-graduação de goleiros.
         Rússia e Croácia seguem em frente.
         Amanhã, é o Brasil que entra em campo contra o México.
         E é precisamente esta Copa do Mundo que está suscitando inúmeros comentários, ora a favor, ora contra, mas não da sua realização, não, absolutamente não, mas da possível alienação do povo brasileiro.
         Guardemos os exageros, tanto de um lado como do outro.
         O assunto que trago hoje, (e deve estar sendo abordado pelo Sérgio, articulista deste semanário ali do Agrobusiness, pois é exatamente o seu “métier), suscita em seu âmago (o assunto), um dos maiores absurdos que já presenciei, vi, ouvi, li e vou viver, principalmente por se tratar da saúde humana.
         Pois enquanto a Copa do Mundo acontece, tramita numa comissão especial da Câmara dos Deputado, aprovação de lei que dispõe sobre os agrotóxicos, projeto esse feitura de Blairo Maggi (ex-senador), atualmente ministro da agricultura (sim, assim mesmo, com letras minúsculas, pois não merece nenhuma deferência).
         Pouco sei, ou nada sei sobre glifosato, mefosfolam, nuarimol, ciprodimil, mas o que sei é o suficientemente bastante para entender, e ler, e ouvir os professores, os químicos, os “experts” em saúde pública da Anvisa, os técnicos do Ibama, Fundação Osvaldo Cruz, os médicos do Instituto Nacional do Câncer, que são elementos químicos cancerígenos, que o Brasil e, por conseguinte os brasileiros (nos alimentos, na água, e pasmem, até no leite materno), são os maiores consumidores de agrotóxicos do mundo.
         Cinco litros ao ano, per capita.
         Outro dado informa que dos 50 “princípios ativos” mais utilizados na nação tupiniquim, 22 deles são totalmente proibidos na União Europeia e outros 32 nos EUA.
         A minha indignação vem das informações passadas pelo jornalista e escritor Flávio Tavares, no jornal Zero Hora, página 30, da edição deste fim-de-semana.
         Baseia-se o projeto em nome de uma falsa ideia de que é preciso agilizar o registro e comercialização de novos produtos, capazes de aumentar a produção dos alimentos cultivados na agricultura, principalmente. Leia-se:  em detrimento a uma saúde saudável, o lucro.
         Como estamos em plena Copa do Mundo, eu pergunto: Pode isso, Arnaldo?
         Sai a Anvisa (responsável pela avaliação toxicológica destes produtos) e o Ibama, e entra em cena a politicagem e a safadeza do Ministério da Agricultura, pois será quem vai deter a coordenação e o poder de registro.
         Busquem, pesquisem, leiam sobre tudo isso, pois existe uma gama imensa de literatura sobre o assunto na imprensa brasileira, depois, tirem as suas conclusões.
         Já não bastasse a assistência de saúde precária, para não dizer inexistente neste país, pois vamos conviver ainda mais com doenças de fundo neurológico, respiratório, hepático, renal, entre outras.
         Continuamos a ladrar, enquanto a caravana politiqueira, incólume, passa. . .
         PL 6.299/02 – “O Pacote do Veneno”!
        
        
        
        


        

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