Leia não para contradizer nem para acreditar, mas para ponderar e considerar. Francis Bacon – filósofo inglês
segunda-feira, 30 de julho de 2012
CHIMARRÃO CHINÊS
Krretta
hcarretta@yahoo.com.br
Já não há nada o que a China não produza e, não comercialize no mundo inteiro.
Ouvi um comentário algum tempo atrás sobre a China e seus produtos, quando a tese dava conta de que, se não fosse tomada alguma atitude em respeito às importações chinesas, nossas indústrias corriam o risco de estagnar, reduzir suas produções e, até mesmo, fechar.
É lógico que sendo assim, o Brasil, no caso específico, estaria em maus lençóis, pois o ataque das importações chinesas ocasionariam, se já não está ocasionando, um desemprego em massa.
O raciocínio é simples: mesmo com a tarifa de importação, mesmo com o frete, e, contando com a matéria prima daquele país, além da mão-de-obra extremamente barata, não há como competir com seus produtos, na questão de valores.
Olhe em seu redor.
De dez produtos que você está vendo neste instante, ouso a dizer que seis, no mínimo, trazem a etiqueta Made in China.
È verdade sim, o mercado chinês ultrapassou a barreira dos produtos simples, meras variedades como lâmpadas para o Natal, tomadas elétricas, casaquinhos de lã sintética, e, de aparelhos eletrônicos que sempre instigaram dúvidas, para exportar todo e qualquer produto que se faça lucrativo nos países emergentes e, também os países ditos desenvolvidos, mas, que hoje enfrentam crises econômicas contundentes.
Segundo reportagem do Caderno Dinheiro, do Jornal Zero Hora, de 15/07/2012, dos itens mais triviais, como um palito de dente, uma palheta para tocar violão ou uma flor de plástico no vaso, até aqueles sem os quais a vida moderna seria mais difícil, como automóveis, material para alvenaria, fornos de micro-ondas e chuveiros elétricos, tudo o que uma família brasileira consome ou almeja, tem grande chance de ter sido montado por mãos chinesas.
Ainda diz mais: o gigante asiático vende ao Brasil 6,2 mil dos 7,2 mil tipos de produtos, serviços e matérias-primas monitorados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Pasmem, pois até bíblias, livros didáticos, portas para casa, tablets, placas para captação de energia solar, dezenas de tipos de peixes, como salmão e bacalhau, são comercializados pelos chineses aqui no Brasil.
Fica a pergunta: como o Brasil, ou melhor, a indústria brasileira poderá enfrentar este adversário tão forte, não ocasionando redução nas jornadas de trabalho, na produção e, numa possível dispensa de seus funcionários?
A questão é bastante complicada.
Aliás, diga-se de passagem, já estamos tão acostumados com os produtos chineses que, se houver uma redução drástica das suas importações, sabe-se lá se não iremos sentir falta... sabe-se lá.
Agora, que vai doer no bolso da família brasileira, não tenho nenhuma dúvida.
Mas é preciso certa proteção de mercado, sob pena de estarmos desempregando, gradativamente, o trabalhador industrial brasileiro e, também tenho certeza de que isso ninguém quer.
Pois, agora, uma empresa gaúcha, indústria de utensílios tradicionais com sede em Passo Fundo, está finalizando um acordo com uma empresa chinesa para importar de lá bombas de aço inox, para o chimarrão.
Já temos a garrafa térmica chinesa, e, agora a bomba do chimarrão, não me admira muito se, daqui alguns dias a erva não venha da China.
Ah, diga-se de passagem, as bombas vão custar a metade do preço do mercado brasileiro.
Como podemos concorrer...
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