Krretta
Eu sempre ouvi de uma amiga, que, por sua vez ouviu de uma outra pessoa, o seguinte: “o tempo passa e as pessoas mudam”.
Verdade.
As pessoas estão mudando, muito lentamente, mas estão mudando.
E, o motivo destas mudanças, é claro, é a insatisfação com que os rumos de suas vidas estão tomando, é o desagrado com a direção, com o futuro das coisas que compõem as suas existências estão acontecendo, então, vagarosamente as rédeas estão mudando de mãos.
Começa, repentinamente, nascer um sentimento de luta pelo o que acham ser o verdadeiro, o certo, o conveniente, começa, repentinamente, uma conscientização de que o que está errado, não pode continuar errado, e, é preciso que se faça alguma coisa, e, paulatinamente, começam as coisas acontecerem, tímidas, é bem verdade, mas já surgem em novos horizontes.
Os inimigos, mesmo que muitas vezes abstratos se apresentam, ainda assim são percebidos, pois ninguém mais suporta tanta iniquidade diante das supostas providencias em prol da sociedade.
No entanto, falta-lhes o principal, ou seja, que o inimigo se apresente no campo de batalha, límpido, para enfim se saber, definitivamente, com quem se vai lutar.
Protestos.
Estão por todas as partes, são muitos, muitas são as reclamações, e, não se tem um inimigo, contudo, juntos, e, são tantos, tornam-se únicos, mas quem afinal combater?
Quase se chega a patética cena de combate a insetos, são tantos e, estão em todos os lugares ao mesmo tempo, enquanto as pessoas multiplicam-se em golpes a esmo tentando combater um ou vários outros inimigos que lhes incomodam.
Enquanto aqui no Brasil as ações encaminham-se contra a corrupção, entre outros tantos adversários, o mundo lá fora busca incessantemente o combate contra a ganância, a perpetuação de poderes, as falências.
Em uma coluna do talentoso escritor Davi Coimbra, do jornal Zero Hora, com toda a sua maestria ele dita que “protestar contra a corrupção, a ganância, entre outras coisas que tenham esta conotação, chega a ser comovente, pois, embora sejam inimigos identificados, seria mesmo que protestar contra a maldade, as doenças, terremotos”...
Perfeito, quando se abstém da abordagem representativa da realidade sensível.
Mas, as comunidades já avançaram um tanto quanto mais nos campos de batalha e, já não usam mais canais ditos competentes, pois já não são tão competentes assim e, passam a ignorá-los, com ações próprias e diretas, sem intermediários que, outrora, tiveram a chance de resolver as questões que incomodavam-na, mas, que, diante de suas ineficiências, sucumbiram ao fracasso e ao descrédito, dando lugar a ações bem mais verdadeiras e objetivas.
Ainda que não se perceba nitidamente, o mundo está mudando, naturalmente, mas, também, muito e muito pela ineficácia de quem os deveria defender, por conseguinte, tornam-se hoje, sem nenhuma cerimônia, em paladinos ineficazes e ultrapassados, principalmente pela imobilidade das suas paquidérmicas máquinas burocratas e fisiologistas.
Para os descrentes, aí estão diversas e diversas ações sendo tomadas diante das adversidades enfrentadas pela sociedade e, sem nenhuma interferência do Estado, ou de seus representantes, que, apenas estão sendo solicitados para, como meras figuras decorativas, apresentarem-se nos superiores escalões, adornando os debates, que desprenderam-se da morosidade dos ganhos políticos e, exigem, cada vez mais, sob pena de atitudes mais contundentes, soluções rápidas e eficientes.
A sociedade está mudando, e, para melhor, independe-se, e, está buscando as suas próprias soluções, com suas próprias forças, só as aves estrutionídeas não querem ver, e, em suas puerilidades, ignoram-a.
Ainda no mesmo texto, cita-se Darwin: “quem não se adapta, se extingue”.
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