quarta-feira, 16 de outubro de 2019


CHEGOU A NOSSA VEZ

                                                                                                                                                                                                                  Krretta

            Para nunca esquecermos mais esta data: 07 de outubro de 2019.
            Se vocês querem saber o motivo, eu lhes digo...
            Precisamente nesta data, segundo dados do IBGE e através de pesquisas direcionadas ao segmento, a população gaúcha acima dos 60 anos ou mais, passaram a ser a maioria em relação aos jovens de 0 a 14 anos.
            De saída vamos deixar bem claro que esta faixa etária (60+) não é aquela que lá no tempo de nossos avós, aos 50 anos estavam numa cadeira de balanço lendo jornal ou fazendo tricô.
            Bem ao contrário, sentem-se muito mais jovens.
            Ao olharem-se no espelho, gostam do que veem.
            Curtem Netflix, vão às baladas, namoram “ficando” e trocam playlists no Spotify.
            Aqui a idade cronológica perde, e longe para o novo e agitado espírito de vida dos grisalhos.
            Diferentemente do estereótipo do idoso envelhecido e ocioso, essa turma encara sua atual fase da vida com um novo momento de realizações, de experiências e busca de novos objetivos.
            Seja no lazer ou no campo de trabalho.
            Vejam que as coisas mudaram, e muito.
            Acontece que o Rio Grande do Sul, não estava preparado para a nova fase de vida desta faixa etária.
            Segundo ainda a pesquisa, os outros Estados somente atingirão esta maturidade lá pelo ano de 2039, se bem entendi, por isso é que o nosso Rio Grande já deveria estar debatido e construído para este evento, há bem mais tempo.
            Já deveriam ter acontecido as mudanças, mas, no momento que isto não aconteceu, é preciso que urgentes decisões e ações sejam tomadas.
            O ex-diretor do programa de envelhecimento da ONU, o médico brasileiro Alexandre Kalache, alerta para a inexistência de políticas públicas voltadas a essa virada demográfica.
Além das políticas públicas, como a mobilidade urbana e a saúde mantida pelo Estado, o mercado de trabalho, lazer e consumo já devem (aliás “deviam”) estar mais do que “antenados”, se não quiserem perder o bonde desta história.
            A indústria, o comércio, os prestadores de serviços, se quiserem ter êxito em seus empreendimentos, deverão olhar com muito mais apreço para a turma dos cabelos grisalhos.
            Em tempo: estas mudanças devem ser sérias, fundamentadas e duradouras, pois a expectativa de vida mudou.
            Chegou a hora e a vez dos 60+.
            Não é uma questão de tempo, mas sim uma realidade de vida e de mercado, uma imposição dos fatos.
            Exatamente dia 07 de outubro de 2019, o RS muda o seu perfil etário.
            Traduzindo, para que não seja preciso desenhar: a mais pura verdade é que a vida acontece nos municípios, então, recai nas prefeituras o dever não só moral, mas como gestores públicos que se dizem ser, o engajamento o mais rápido possível nesta causa.
            Vai ser nas cidades que tudo vai acontecer, e não poderia ser diferente.
            Enfim, o reconhecimento para a turma que levou o rock’n roll no peito e na raça até os dias de hoje, viu o homem descer na lua, andou de patinete, o mesmo que hoje faz sucesso nas ruas das grandes capitais, viveu momentos cruciais da política brasileira, lutou bravamente por seus direitos constitucionais, vibrou com seus fuscas incrementados com tala larga e toca-fitas auto reverse, usou pantalonas e botinhas sem meia...essa mesma geração que respeitou seus mestres, que um olhar feio era sinal de muita tempestade, da calça Topeka, tênis Bamba e das reuniões dançantes nas garagens das noites de sábado...essa geração tem ainda muito para fazer e contar...
Todos vivemos o mesmo céu, mas nem todos vemos o mesmo horizonte.
Konrad Adenauer – político

           
           
           
           
           



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