quarta-feira, 27 de junho de 2012

ERA UMA VEZ

Krretta hcarretta@yahoo.com.br ...uma lixeira, aliás, não era uma vez, ainda é uma lixeira, que mora na Rua Sete de Setembro, em frente a minha casa, feita de arames entrelaçados, com fundo em lata, pintada de marrom. Dessas que ficam á beira da calçada e que servem para organizar o lixo, para que não fique solto pelo chão, para que os animais não o revirem, para que não suje a calçada, para que facilite aos profissionais da limpeza pública juntarem, enfim, para colaborar ainda mais na organização da cidade e, não deixar lixo espalhado por aí. Uma simples lixeira. Uma lixeira que não faz mal para ninguém, muito antes, pelo contrário, sua presença é de grande valia e, nestes termos, patrocina como facilitadora na limpeza urbana, além, é claro, de tornar-se um lugar onde nós possamos depositar o lixo doméstico, facilitando-nos também. Pois não é que implicaram com a pobre lixeira? Antes de qualquer coisa, é preciso que se diga que ela não faz mal para ninguém, que ela é do bem, que ela facilita a limpeza urbana, que ela serve, inclusive, para nos fins de tarde, muitas vezes, de cesta para a gurizada jogar basquete, como muitas vezes vi acontecer, afrouxando-a, o que faz com que no outro dia, tenhamos que fixá-la ao chão, novamente. É claro que ela não é cesta de basquete, e, para tanto, pedimos a gentileza para gurizada que por ali brinca que não fizesse dela, uma caçapa. Tempos se passaram e ela passou a ser uma das traves de uma goleira imaginária. Dentre suas serventias, mais uma surgiu. Sem falar que já foi até cabide de roupas, depósito de pedras, entre outras... Pois bem, mas, agora, tomaram-na para bode expiatório e, dia desses, jazia no chão a inocente lixeira, entrelaçada por arames, com fundo em lata, pintada de marrom, com sua haste que é fixada no chão, quebrada. Era um corpo inerte jogado ao solo, que, depois de tantas outras utilidades, além de sua real finalidade, é claro, tombava por mãos que supostamente não foram com a sua cara, ou seu jeito de ser, ou, o seu jeito de estar, ou, pelo simples fato de ver um patrimônio depredado, senão, por que a lixeira de arames entrelaçados, com fundo em lata e pintada de marrom havia sido danificada? Eis a pergunta que não quer calar. Afinal de contas, se ela servia, ou melhor, serve para colocar o lixo, para que não fique solto pelo chão, para que os animais não o revirem, para que não suje a calçada, para que facilite os profissionais da limpeza pública, para ser cesta de basquete, um dos postes de uma goleira, guarda-roupas, entre outros empregos, por que danificá-la? Pois seu sofrimento foi ainda maior. Foi literalmente arrancada de sua posição original, quebrada em sua haste, e, sabe-se porque razão, jogada por cima de um muro, para estatelar-se no pátio de uma autoescola, sem dó nem piedade. Em uma ação de arrependimento, a lixeira voltou ao seu local de origem, mas, ainda estirada ao solo, quando, novamente, a fixamos, no entanto, de lá para cá, a inocente lixeira, feita de arames entrelaçados, com fundo em lata e pintada de marrom, continua a sua sina de sofrer depredações e, está sempre torta pela ação, talvez, das mesmas mãos que arrancaram-na, só que agora, entortam-na pelo simples fato de não mais querer arrancá-la, pois, provavelmente não teve nenhuma graça. Amiguinhos, perdoem à lixeira, ela não lhes fez mal nenhum, e vejam-na como um objeto de grande valia pelo trabalho que ela desempenha em prol da limpeza urbana. Pensem nisso, pensem no que aprenderam na escola, pensem...

Nenhum comentário: