TRISTEZA NA AREIA
Krretta
Gosto de observar a
vida.
Principalmente quando
estou em um lugar em que ninguém me conhece, pela paz e sossego da minha predileção.
Se vou num shopping, por
exemplo, enquanto a Lena visita às lojas, dou preferência para sentar num banco
e observar as pessoas que transitam por todos os lados.
Dia desse já contei uma
história a respeito deste assunto, por aqui.
Deste observatório temos
a sensação nítida de que realmente as pessoas são totalmente diferentes umas
das outras.
Na maneira de vestir, no
jeito de caminhar, no semblante, na maneira de reagir, de ser e de sentir...
Então, a primeira
questão que se coloca é: como pode?
E a resposta é clara e
evidente: Deus!
Não poderia ser
diferente e, somente Ele para patrocinar tamanha complexidade, aliás, de um
mundo por um todo, ou seja, os reinos animal, vegetal e mineral, e temos por
partida um universo por inteiro.
Inacreditável?
Não, longe disso, ao
menos para quem tem Fé e acredita na Supremacia Divina.
Então, formamos aí o
conceito pleno e seguro de que a Perfeição é sim uma realidade.
Agora, é bem verdade que
em algumas ocasiões nos ressentimos da questão Justiça, mas, se formos seguir a
Doutrina, temos por lá a máxima de que, para evoluirmos, certas oportunidades
precisam acontecer.
Pode ser uma cena banal,
embora triste, mas isso faz com que tal acontecimento venha em favor daquela
pessoa.
Agora, quando a gente vê
isso acontecer com uma criança ou um idoso, é de cortar a alma, e foi isso que
aconteceu em um belo dia, nas areias da praia onde eu estava a observar as
pessoas.
Sentado embaixo de um
guarda-sol, totalmente ignorado, pus-me a exercitar minha carreira de
observador da vida.
Lá pelas tantas, em
minha frente, num espaço exíguo, chegou uma senhora jovem, com sua amiga e,
aparentemente, seus dois filhos, aliás um menino de talvez 5ou 6 anos e uma
linda menininha de aproximadamente 8 anos.
Estenderam duas “cangas”
na areia e, sentaram-se (não carregava nem guarda-sol e nem cadeiras) na areia
úmida da praia.
As crianças,
entusiasmadas provavelmente pela ocasião, eufóricas pediam para a sua mãe os
poucos brinquedos que levaram para a praia, senão um balde, uma pazinha, um
raspador e um carrinho de plástico.
Por ali ficaram, as
crianças brincando e a mãe e a amiga conversando, volta ou outra brincavam um
pouco com os pequenos.
Passado algum tempo, a
mãe tirou de dentro de uma sacola dois pães enrolados num papel pardo e, chamou
as crianças para lanchar.
Não sem antes destampar
um refrigerante e dois copos de plástico, que ofereceu também para os seus
filhos.
As crianças fizeram uma
festa com o lanche e, logo em seguida continuaram a brincar na areia.
Continuei a olhar as pessoas,
os barcos, um guarda-sol que volta e meia voava pelo forte vento, os
vendedores, seus carrinhos que enfeitados chamavam a atenção dos banhistas...
Pois foi quando um
deles, logo o vendedor de picolé, parou bem ao lado daquelas crianças atendendo
a um chamado, e logo outras crianças apareceram ao lado daquele carrinho.
Todas saíam com um
picolé na mão, rindo e saltitantes de felicidade pela guloseima adquirida.
Foi quando eu olhei para
o menininho e a sua irmãzinha e percebi que, com as cabecinhas voltadas para
cima, mirando o vendedor de picolé, tinham em seus olhos a imensa tristeza de
também querer, e não poder comprar...
Minha reação imediata
foi interferir, comprar dois, três, quatro picolés para aquelas crianças, mas
me contive por não querer ofender aquela mãe...sei lá o que ela poderia
pensar...fui um covarde talvez...
Aquela cena triste me
fez ir embora repentinamente, com muitas lágrimas no rosto e uma dor imensa no
coração.
Vai ser difícil esquecer
aqueles olhinhos...tomara Deus...
Nenhum comentário:
Postar um comentário