...DE MOURA
Krretta
Ele era o De Moura...
Filho de José Oliveira
dos Santos Brizola e de Oniva de Moura, e era o caçula.
Ganhou este nome em
homenagem feita por seus pais ao líder maragato da região, chamado de Leonel
Rocha.
Em seus primeiros 15
anos de vida recebeu um nome composto, Leonel Itagiba, pois que Itagiba
recordava o irmão falecido ao nascer, quando dona Oniva tinha 33 anos de idade
e perdeu-o durante o parto.
Este nome foi retirado
mais tarde, quando De Moura precisou tirar a sua certidão de nascimento em
cartório, para frequentar a Escola Técnica de Agricultura (ETA), de Viamão.
Em sua infância e
adolescência não foram poucas as dificuldades que enfrentou, inclusive quando
certa feita foi obrigado a decidir pelo seu emprego na prefeitura de Porto
Alegre ou o seu curso de engenharia.
Não titubeou: a
engenharia.
Enfronhado na política
estudantil, depois das reviravoltas do governo Getúlio Vargas e do
“queremismo”, ou seja, movimento sindicalista que imaginava a continuação de
Vargas no poder, através da formação de uma Assembleia Nacional Constituinte,
se viu isolado com a queda deste governo em novembro de 1945.
De Moura então, optou
por ingressar num dos partidos criados por Vargas Partido Social Democrático, o
PSD, ou o Partido Trabalhista Brasileiro, o PTB.
Certa feita, De Moura
leu um manifesto do recém-criado PTB, publicado num jornal da capital e gostou
tanto que procurou a sede do partido, na rua Vigário José Ignácio.
Lá estavam reunidos numa
pequena sala importantes nomes: José Vecchio, Lino Braun, Francisco Santos,
Leopoldo Machado, Valdomiro Lemos e Silvio Sanson.
Ele se dispôs a entrar
no PTB e imediatamente foi aceito, cabendo-lhe a tarefa de organizar o
movimento jovem do PTB, a chamada “Ala Moça”, que diga-se de passagem, revelou
muito líderes.
Dali em diante, sua
ascensão como político não deixa dúvidas do seu poder de liderança e sua
magistral capacidade de administração.
Leonel de Moura Brizola
(PTB), foi empossado Governador do Estado do Rio Grande do Sul, em 31 de
janeiro de 1959.
Para tanto, De Moura
havia pautado a sua campanha e publicado nos jornais da época de acordo com as
reivindicações da população gaúcha: escolas, habitação, energia elétrica e
preços justos aos produtores.
Desde o início da sua administração
introduziu uma inovação: passou a usar o rádio para falar diretamente com o
povo, prestar contas das suas realizações e investimentos.
Ficou na história os
seus destemidos feitos: encampou multinacionais americanas ineficazes, fez
reforma agrária, comandou a Legalidade, garantiu a posse de João Goulart na
Presidência da República e, salpicou escolas pelos confins do nosso Estado do
Rio Grande do Sul.
Lembram lá o seu
programa de governo? Escolas... (em primeiro lugar, educação em primeiro lugar,
professores e alunos em primeiro lugar...)
Pois no seu governo,
1959/1963, abriu 5.902 escolas primárias, 278 escolas técnicas, 131 ginásios e
escolas normais, gerou 688.209 novas matrículas e admitiu 42.153 novos
professores.
Seu lema era: “nenhuma
criança sem escola”.
O escritor francês
Victor Hugo proferiu uma célebre frase: “quem abre uma escola, fecha uma
prisão”!
Então, Victor Hugo
ficaria encantado com o gaúcho De Moura do PTB, o inesquecível, saudoso e
destemido Leonel de Moura Brizola.
Quanta diferença para os
dias de hoje...infelizmente.
-:-
(Dados históricos extraídos do livro
Parlamentares Gaúchos – Leonel Brizola: perfil, discursos e depoimentos –
1922-2004)
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