QUARTA-FEIRA
DE CINZAS
Krretta
Certo amigo postou no grupo de whatsapp, foto da
“passarela do samba”, no domingo de carnaval, 1:30 h da madrugada.
A legenda trazia os seguintes
dizeres: “Carnaval na terrinha”.
A imagem refletia exatamente o que
restou deste evento depois de tantos percalços durante muitos anos, ou seja,
uma rua totalmente deserta.
São outros tempos.
Sim, eu também acredito que muita
coisa deveria ter sido feita, para que não houvesse um abandono tão radical,
dos foliões, na festa de Momo.
Vários, muitos, muitos fatores
concorreram para que tudo isso transformasse a avenida principal, em pleno
domingo de carnaval, numa rua totalmente deserta, muito longe de outros tempos.
Deixo para vocês enumerarem tais
fatores, na ordem que tenham por maior a menor importância, nos mais diversos
setores da administração pública, principalmente.
Aqui, é preciso que se faça uma
reflexão, mesmo que em outra época, já enfrentando os cofres vazios,
administradores do paço municipal haviam reduzido o patrocínio ao carnaval de
Encruzilhada do Sul, onde sofreram duras críticas.
Hoje, nenhum valor foi aportado as
entidades carnavalescas, no entanto, nenhuma manifestação foi ouvida, quanto
mais, esbravejada.
E não deveriam.
Nem lá, e nem aqui.
Em primeiro lugar, infelizmente, não
existiu naquela época, e não existe agora, verbas disponíveis para este, ou
qualquer outro evento público-cultural, na grande maioria dos municípios deste
Brasil afora.
O Rio Grande do Sul com seus 497
municípios, 83% destes não foram agraciados com qualquer erário público, neste
carnaval.
Não seria aqui, com incontáveis,
intensas e repetidas dificuldades a acontecer o contrário.
Vamos e convenhamos.
Na minha concepção, pode-se notar
que as entidades carnavalescas, mesmo diante de imensas dificuldades, nestes
três últimos anos, souberam como ninguém suplantar estas adversidades.
Aproveita-se o ensejo para
parabenizar seus “comandantes”, abnegados carnavalescos que não estão poupando
esforços para que o carnaval não venha a desaparecer das ruas da nossa cidade.
Não se pode deixar “aproveitadores”
roubarem o mérito da questão.
Estes dirigentes, mesmo sem querer, deixam um aprendizado
diante da situação que hoje se posta, ou seja, vida própria em suas entidades,
sem mais depender do famigerado paternalismo.
Este carnaval foi o exemplo, pois sem nenhum aporte, foi uma
grande festa, o que demonstra o fim de um ciclo.
Existem muitas coisas a serem
buscadas, a serem feitas, que precisam retornar, como a criatividade para
buscar recursos, a boa vontade, as colaborações, os voluntários, e,
principalmente, o amor pela entidade, coisa que muito pouco se percebe hoje em
dia.
Há algum tempo passado, ninguém
recebia coisa alguma, nem pela fantasia, nem pelo desfile, nem pelo seu
talento, seja destaque, seja ritmista, seja um simples integrante de ala, nem
por coisa alguma, tudo era por amor as suas cores preferidas.
Acho que chegou a hora, até mesmo de
vender este
espetáculo (pensem nisso).
Precisa-se cortar as amarras deste
paternalismo escravizante e viciado, levando as entidades a dependência e a
aflição extrema.
Respirem e sintam a liberdade!
Vocês conseguem, aliás, vocês já
conseguiram.
Parabéns.
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