Krretta
OS CROCS
Quem nunca usou deveria experimentar.
É muito bom.
Há quem diga que machuca os pés, o que não é verdade, ao menos para mim, talvez o que sintam seja apenas um tipo de massagem do-in.
Quanto mais velha, melhor.
Fica mais macia, maleável, e, já está perfeitamente adaptada e moldada ao pé do vivente.
O que se nota é que ela, por aqui, é muito pouco usada, no entanto, lá nas bandas da fronteira, este tipo de sandália, se é que assim se pode afirmar, é muito utilizada.
Substitui em larga escala as “havaianas”.
Quando o peão termina a lida, a primeira coisa que faz é colocar as mais velhas, porque a nova só vai para os pés depois do banho.
Definindo-as, podemos dizer que é um calçado tipo sapatilha, feito em brim ou lona, com solado de corda e que pode ser preso ao pé por meio de tiras de couro, corda ou pano.
Também já é feita em couro, de preferência, de capincho.
Estamos falando das conhecidas alpargatas.
As alpargatas não são originárias dos países platinos, como muitos pensam, e, de onde vem a informação que a original é uruguaia.
Ela teve origem entre os trabalhadores das docas, na França e chamam-na de “spadrille”, e, para nós chegou, aí sim, pelo Uruguai, Alpargatas Ruedas, originadas da Espanha, que a batizaram de alpargata ou alpercata.
Em épocas em que o meio ambiente passa a ser um dos assuntos mais debatidos, afirma-se sem errar, que as alpargatas são 100% ecológicas, por sua composição.
Usada preferencialmente no verão, podemos dizer que no inverno também é muito confortável uma alpargata, quando se tem nos pés uma meia de lã, ou uma meia soquete.
Não é muito elegante, mais é prático e confortável.
Ao invés de chinelinhos de pelúcia, chinelinhos de veludo, chinelinhos acolchoados, de papai, de vovô, ou pantufinhas, o melhor mesmo é uma alpargata com meia.
O único senão seria o piso molhado.
Ela é que nem o Cascão, do Maurício de Souza, odeia água.
Não enfrenta nada que possa molhar seu solado de cordas, pois quando seca, fica enrijecida, perde sua maleabilidade, e, só com o uso voltará ao seu estado normal.
Mas lendo mais a fundo a história das alpargatas, descobri que aqui no Brasil, deixando as importadas de lado, pela nossa facilidade e aproximação com os países platinos, ela começou a ser produzida em 1907, pelo escocês Robert Fraser, que veio da Argentina, associado a um grupo inglês, quando construíram no bairro da Mooca, em São Paulo, a Fábrica Brasileira de Alpargatas e Calçados.
Dizem que o sucesso foi imediato, sendo que as alpargatas mostraram-se perfeitas para colher café, porque não machucavam os grãos.
Em 1909, a empresa mudou de nome para São Paulo Alpargatas Company S.A.
Nos anos 40, a empresa adota o seu nome definitivo: São Paulo Alpargatas S.A.
A São Paulo Alpargatas S.A., é a empresa que fabricou as calças de brim Far West, lembram?
Também os encerados Locomotiva, o Brim Coringa, os sapatos Sete Vidas, as havaianas, a calça Topeka, as Colchas Madrigal, as calças Us Top, os artigos esportivos Topper e Rainha, as sandálias Samoa, Top Plus, e recentemente, a Mizuno.
Mas, nós estávamos falando das alpargatas...
Eu estava olhando para as minhas alpargatas, a mais velha já está extremamente macia, a de brim vai pelo mesmo caminho e, a branca, ficará para o verão que vem.
Apresentaram-me o chinelo dito ecológico, Crocs; vamos e convenhamos, que coisa bem feia.
Prefiro mil vezes as minhas alpargatas, legítimas, de lona e solado de corda!
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