Krretta
Há muito tempo atrás, eu me lembro, a saúde pública era infinitamente superior do que a praticada hoje.
Os leitores e as leitoras estão extenuados de ler e de ouvir, pela imprensa nacional, das condições em que se encontra este atendimento, tendo muitas vezes também vivido estas tristes situações.
A espera, a aflição, e, o desespero diante da ineficiência do processo, é o cotidiano.
Em toda regra existe exceção, é preciso salientar.
Então, também me lembro dos médicos de família.
Ah, como era bom!!!
As famílias tinham sempre o seu médico, aquele que era a confiança do clã, em quem depositavam ampla e irrestritamente a segurança da saúde dos seus componentes, sempre cercados de fé e, de muito crédito.
Receita dada, recomendações cumpridas à risca.
Nada fugia ás prescrições, pois, além do profissionalismo embutido nos atendimentos, eles vinham acrescidos da amizade que se forjou durante os muitos anos de serviços prestados à família.
Os diagnósticos eram seguros, emanavam confiança, credibilidade, e, o que sempre foi uma certeza: os tratamentos eram extremamente bem dirigidos.
Os médicos de família, quando o paciente não tinha condições de se locomover até o consultório, atendiam a qualquer hora, a qualquer instante, se fosse necessário, sem olhar para dia da semana, sem olhar para o relógio, eram solícitos nos chamados e, não dispensavam um cafezinho ao final das consultas, quiçá um bolinho.
Independente da doença que acometia o paciente bastava efetuar o chamado do médico da família e, as coisas já começavam a melhorar, porque estes profissionais traziam junto consigo o atendimento personalizado, o conforto do amigo da família, e, mais, a esperança da cura através de suas determinações e preceitos.
As urgências eram tratadas com urgência.
Infelizmente não os temos mais.
Dizem que a evolução dos tempos são favas contadas, no entanto, os médicos das famílias foram, neste dito processo de transformação e desenvolvimento, uma perda irreparável.
É estritamente importante ressaltar que os médicos em Encruzilhada do Sul sempre me foram presentes, em todos os momentos que foram solicitados, e, ainda cumprem o que Hipócrates (grego, Cós-460 – Tessália-377 a.C), considerado o “Pai da Medicina”, prometeu em seu juramento quando disse: “Eu juro, por Apolo médico, por Esculápio, Hígia e Panacea, e tomo por testemunha todos os deuses e deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue: ...Em toda a casa, aí entrarei para o bem dos doentes...”
Mas, queremo-los ainda mais presentes, queremo-los como nossos médicos de família, como antigamente, incluindo-se aí o cafezinho e, quiçá um bolinho, queremos que deem auxílio em nossos lares quando tivermos a urgência de seus préstimos, queremos poder contar com um atendimento eficaz, profissional, amigo, que possa nos dedicar uma melhor consideração, enfim, queremos fugir da ineficiência, do descaso, da incompetência, do desleixo e, da falta de apreço a quem necessita de atendimento médico, pois a saúde pública deixa muito a desejar.
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