quinta-feira, 28 de novembro de 2019


UMA DEMANDA LEGÍTIMA

                                                                                                                                                                                                              Krretta

            Os professores estaduais estão em greve e, todos nós sabemos disso, mas, no entanto, muitos ainda não estão convencidos da causa.
            Lá atrás, quando o governador Eduardo Leite sugeriu a ideia de modificar o Plano de Carreira do Magistério, já houve um indício de que estaria mexendo num vespeiro, e com vara curta.
            Ainda mais quando esta reforma ou mudança, como queiram, traz impacto no futuro de uma categoria.
            Portanto, a greve do magistério estadual não é uma surpresa.
            É um problema para a sociedade gaúcha?
            Claro que sim, pois, uma grande parte dos gaúchos e gaúchas têm seus filhos estudando em escolas públicas e, é mais do que evidente que aluno sem estar na sala de aula não é bom.
            Contudo, não podemos responsabilizar os professores por este prejuízo, decididamente não.
            Se você for analisar o salário de um professor estadual, você terá logo em seguida a resposta para esta greve.
            Pense bem...25 anos numa sala de aula, e com este salário, só vocação mesmo.
            Aqui não estamos tratando de um balcão de uma repartição pública (jamais desmerecendo o funcionário público, longe disso e antes que queiram polemizar...)), mas como dizem por aí, a sala de aula é diferente.
Aqui se trata de educar pessoas para a vida, de ensinar valores, de moldar personalidades, de formar o caráter de pessoas que irão comandar esta nação, enfim, mesmo que professor seja uma vocação, contudo essa vocação precisa ser muito bem remunerada.
Embora tenha virado um jargão, mas nunca é demais repetir: “se você está lendo esse artigo agora, foi graças a um professor ou uma professora”, e só isso é mais do que suficiente para que a categoria venha a ser respeitada.
A desvalorização dos salários dos professores está em torno de 30% e hoje, representa apenas 49% do Piso Nacional.
Se a Assembleia aprovar o pacote do governador Eduardo Leite, os professores concluirão a sua carreira no magistério ganhando em torno de 3,9 mil, isso se tiverem mestrado e doutorado.
Encerrando estes números, chega-se a conclusão de que lá no fim da carreira, um professor terá em média uma diminuição de 50% dos seus vencimentos.
Precisamos registrar aqui, também, que os aposentados terão que contribuir com 14% para a previdência, o que logicamente vai diminuir também os seus salários.
Números esses pescados na grande imprensa.
Eu, particularmente, sou completamente contra a mudança de regras no meio do jogo.
Isso é injusto e imoral.   
O que aqui poderia estar se discutindo seria as novas medidas para quem fosse ingressar na carreira do magistério, mas não para quem já está caminhando e ajustado as regras de quando escolheu e ingressou nesta profissão.
O que se nota é um governo sendo egoísta e tentando salvar a sua administração espezinhando uma categoria.
Os professores não são os culpados por nosso Estado estar na penúria que está.
Como já disse nas redes sociais: “o governador virou a sua metralhadora para o lado errado...”
Tudo isso está muito longe da valorização de uma categoria e que, ao meu ver deveria ser a mais prestigiada, monetária e moralmente.
Se hoje existem médicos, advogados, engenheiros, administradores, odontólogos, etc., etc., etc..., e repito, se vocês estão lendo, discordando ou não deste texto, deem graças aos professores, louvem os professores, e compreendam os professores!!
Por tudo isso é que esta greve é justa e deve ser apoiada por toda a sociedade gaúcha.
Se você fica neutro em situações de justiça, você escolhe o lado do opressor.
Desmond Tutu – líder religioso sul-africano








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