quarta-feira, 27 de março de 2019


REGNO DEL DISINCANTO

                                                                                                         Krretta

        
Era uma vez um reino não muito distante, de nome Incrocio e não muito auspicioso.
Nessa urbe havia uma grande confusão.
O imbróglio estava justamente no reajuste de um dos tantos tributos exigidos daquela turba.
         A multidão estarrecida perguntava: “Porque este tributo aumenta todo o ano, se nossa “indirizzo” é a mesma, Incrocio não tem gasto nenhum com ela, e foi “noi” quem comprou e pagou”?
         Este assunto corria vales, trespassava montanhas, rios e lagos, e a comuna de Incrocio não chegava a um denominador comum.
         “Perché”?
O “amministratore” feudal de Incrocio e seus publicanos, por interesses óbvios, haviam reajustado os valores do imposto e, em vista disso, aconteceram naquela oportunidade muitas intrujices como, por exemplo, “indirizzos” que dobraram de área construída, imposto que subiu mais do que cem por cento, outro cobrado sobre “immobile coperto” inexistente, e por aí vai...
De dez “contribuentes”, onze tinham reclamações a fazer.
“La comunitá” estava a exigir os seus direitos, visto que a “amministrazione” de Incrocio exagerava em seu equívoco, e, pior, ciente dos “assurdos” mandava um recado: “quem estivesse descontente com o seu imposto que se dirigisse ao palácio (devia ter filas “homéricas”) para apresentar a sua reclamação”!
“Il popolo del regno de Incrocio”” achava tudo isso “um assurditá”, vez que estavam sendo prejudicados pelo valor contraditório daquele tributo.
         “Indignatos”!
         E vocês sabem por quê?
         Porque fazia em torno de 820 dias que Incrocio fora levado “al declino e all’abbandono totale”.
         Não, não seria uma grande justificativa, mas atenuaria o caso dos aumentos contestáveis daquele tributo se a “amministratore” de Incrocio e seus “servi che devonos” estivessem cumprindo para com seus comunas a sua contrapartida, ou seja, um reino com estradas onde as bigas pudessem transitar sem quebrar, boas passarelas, vias limpas e sem buracos, “marciapiedes” recompostas, mais “galenos in piccolos ospedales,” “medicinas”, “scuolas” em condições... enfim, a plebe exigia uma “reciprocitá”.
         Com isso, os plebeus de Incrocio diziam ser justo o realinhamento de tributos, desde que estivessem dentro das normas que regiam os seus reajustes, e que a “amministratore” estivesse cumprindo com a sua parte, ou seja, atendendo a sua “comunitá” nos seus anseios.
         Tributo “giusto”, prestação de “servizios giustos”!
         Enquanto tudo isso acontecia, chamava a atenção à passividade dos tribunos de Incrocio, pois eram funcionários eleitos para proteger os direitos dos plebeus (leiam Tribunos-Roma 494 a.C.), e, dentro destas atividades, com certeza estava exigir a contrapartida da “amministratore”.
         Isto era um desprezo sem precedentes para com aquela “comunitá”.
         Os “incrocienses” sentiam-se abandonados pelos tribunos, e, tentando interpretar este sentimento, os “stregones” de hoje diriam que “la casa delle tribunos sembrava” ao alarme em um Fiat 147...
         Dentro da voz da “democrazia” e do “diritto vero di espressione” a plebe de Incrocio estava a fazer “solo una critiche costruttiva”, pois ansiava, suspirava pela construção de uma urbe pujante, desenvolvida, com perspectivas de um futuro engrandecedor e, tribunos atuantes, que fossem em busca deste futuro, na luta pelos interesses “del popolo”, justificando os seus holerites.
         “Cosi hanno scritto i plebeos di Incrocio”.
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