quinta-feira, 29 de novembro de 2018


F L U O X E T I N A




FEUDO

        Lamentavelmente, as atitudes demagógicas e arrogantes persistem na Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul.
        A prática ainda é do século passado, mas expõe toda a soberba dos grandes partidos (MDB-PP-PTB-PT), quando se reúnem a portas fechadas, e determinam quem vai gerir a Casa nos próximos quatro anos.
        Por terem a maioria dos votos, afastam do processo de eleição do Presidente da Assembleia, deputados de siglas tidas como menores e, assim, esmurram a democracia.
        Feio, muito feio.
-:-


INACREDITÁVEL

        Fantástico.
        Um projeto extremamente polêmico foi inaugurado recentemente.
        Para ressocialização dos presos, uma penitenciária liberou acesso à internet através da cedência de 01 tablet para cada detento.
        Pode: enviar e-mail para os familiares, para os amigos, pesquisar receitas, fazer cursos de línguas e profissionalizantes.
        Tudo monitorado, é claro.
        Só que tudo isso está acontecendo em Berlim, na Alemanha.
        Aqui? Muito difícil.
-:-


ANTIGAMENTE

        O ideal era quando o educador cumpria magistralmente o seu papel, básico e fundamental, doando seus conhecimentos, simplesmente para o desenvolvimento dos alunos, sem nenhuma conotação político-partidária.
        Levar ao conhecimento dos discentes todas as nuances da vida política de um país, é um dever.
        Ferir o direito individual é uma injúria.
        Seja de que lado for, constranger ou humilhar quem pensa diferente, não está no currículo.
        Professor não é doutrinador.
-:-


EDUCAÇÃO

        O fato de um secretário tentar “intimidar” o colunista desta página demonstra o total despreparo desta administração, em fazer o que tem que ser feito, e escolher seus asseclas.
        Deveria educadamente, se por ventura tivesse algo a demonstrar, o que não têm, pois num simples “post” nas redes sociais originou mais de 60 comentários em desabono ao seu trabalho, convidar o colunista para uma conversa amigável.
        É isso que as pessoas polidas fazem.
        Polido?
        Ah sim = bem-educado, cortês, civilizado, requintado...
        Tem um velho ditado que diz: “Quem cavalga a razão não usa esporas!”
        Aprender nunca é demais...
-:-


CULTURA

        O MistralPub configura-se cada vez mais no grande baluarte da cultura encruzilhadense.
        Uma vez que o Poder Público se ausenta das grandes ocasiões (por exemplo: Projeto Dandô e gravação do DVD de Lauren Oliveira, excelente artista encruzilhadense) é que fica realçada a importância deste palco incentivador da evolução dos talentos desta terra.
        Transforma-se assim no gueto da resistência cultural de um município, e, que assim continue, pois que não se pode deixar depender “de quem não vem”, ou “de quem não faz”.
        Aos proprietários, todas as láureas.
“A neve e as tempestades matam as flores, mas nada podem contra as sementes.”
Khalil Gibran – ensaísta libanês

       









PRECISAMOS MUDAR

                                                                                                      Krretta

         Recebi pelas redes sociais o texto abaixo, que foi enviado pelo meu grande amigo Zé Eli, do qual pude refletir e ver que realmente estamos nos afastando, cada vez mais, de sermos mais compreensivos e tolerantes.
         E isso começa desde a nossa casa, estendendo-se aos nossos círculos de amigos, de trabalho, na sociedade em geral.
         Estamos precisando mais de Renato Russo: “... é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã...”
         O texto abaixo transcrito, quando perguntado, parece ser de autor desconhecido, no entanto traduz uma pureza e simplicidade de alma, que, por ser assim, transmite a grandiosidade da compreensão e tolerância.
         Com toda a certeza vocês irão concordar comigo, leiam:
-:-

Depois de um longo e duro dia de trabalho, minha mãe colocou um prato com um pedaço de carne e um pão torrado, muito queimado, na frente do meu pai.
Lembro-me que estava à espera que ele notasse, mas apesar do meu pai ter reparado, pegou no pão torrado, sorriu para minha mãe e perguntou-me como tinha sido o dia na mina escola.
Não me lembro do que lhe respondi, porém lembro-me de o ver passar manteiga no pão torrado e comê-lo todo.
Quando me levantei da mesa, nessa noite, lembro-me de ter ouvido a minha mãe pedir desculpas ao meu pai pelo pão torrado, muito queimado.
Nunca vou esquecer o que ele lhe disse:
- Querida, não te preocupes, às vezes gosto de pão torrado e um pouco mais queimado!
Mais tarde, nessa mesma noite, quando fui para cama para dormir, o meu pai foi me dar o beijo de boa-noite e perguntei-lhe se realmente ele gostava de pão torrado e muito queimado.
Ele me abraçou e pegou-me nos braços e fez-me essa reflexão:
- A tua mãe teve um dia difícil e muito duro no trabalho, está muito cansada e, além disso, um pão torrado e um pouco queimado, não faz mal para ninguém.
- Ela esforçou-se muito para nos preparar esta refeição, por que a culpar e feri-la?
- Veja que torradas queimadas nunca fizeram mal para ninguém, no entanto, as palavras podem ser muito dolorosas.”
-:-

            Nós, se ainda não aprendemos, está mais do que na hora de sabermos apreciar o que os outros fazem por nós, mesmo que não seja a coisa mais perfeita que poderia acontecer, pois a intenção de fazer o bem é que conta, e convenhamos, ninguém é perfeito.
         A vida é cheia de coisas imperfeitas.
         Recentemente passamos e vivemos, ou sobrevivemos, a momentos de grande turbulência, aonde chegamos num fim de linha que, se os ânimos não forem arrefecidos, os ensinamentos cristãos estarão sendo jogados fora, insanamente.
         Aprender a aceitar os defeitos e decidir apreciar cada uma das diferenças dos outros, é uma das coisas mais importantes para criar uma relação saudável e duradoura.
         A compreensão e tolerância são à base de cada bom relacionamento.
         Por isso é que devemos mais, e cada vez mais, sermos pessoas gentis mais do que achamos necessário, porque todas as pessoas a nossa volta e nesse momento estão lutando em algum tipo de batalha.
         Lutando contra uma doença, buscando um trabalho, estudando por uma profissão, batalhando num concurso, ensinando, aprendendo, administrando...
         Difícil hoje em dia é viver num mar de calmarias.
         Todos nós temos problemas e todos estamos “passando por aqui” para aprender, portanto, estamos aprendendo a viver e é muito provável que uma vida só não será o suficiente para angariarmos o necessário, por isso, devemos olhar a vida do próximo com mais amor... como se não houvesse amanhã...

Vale a pena amar. O amor desabrocha através do respeito pela vida e se consolida pela amizade.
Divaldo Pereira Franco



quarta-feira, 21 de novembro de 2018


F L U O X E T I N A



ABSURDO TOTAL

        O funcionário responsável por determinar onde os doentes deveriam ficar, no caso do jovem que foi assassinado num hospital de São Leopoldo, deve ser punido exemplarmente.
        Colocou um menino inocente no mesmo ambiente que um marginal, mesmo sabendo que havia em curso uma ameaça de morte.
        Isso por si só já é um absurdo, no entanto a coisa complica de vez quando, ao invés do menino ser retirado da sala, quem é removido é o alvo da vingança.
        Um erro crasso. Expuseram à morte um jovem inocente.
        Pobres pais!


CONTRAPARTIDA

        A bem da verdade, os médicos cubanos são servis e dóceis ao seu país, pois que nunca viveram outro regime político.
        Manda quem pode, obedece quem precisa e tem juízo.
        O Congresso Nacional junto com o Ministério da Educação bem que poderiam criar um mecanismo para que acadêmicos de medicina, bem como de muitos outros cursos, após se formarem nas universidades federais, ou que utilizaram o Fies e até mesmo as cotas raciais e da escola pública, dessem as suas contrapartidas.
        Por que não?


MAIS DO MESMO

        Quem pensou que seria diferente, deve colocar as suas “barbas de molho”.
        O futuro governador do estado negocia com o PR e o PSB, “apoio”.
        Surpreendam-se: os dois partidos fizeram parte da base do governo de José Ivo Sartori e foram parceiros do governador nas últimas eleições.
        O PSB, sem nenhuma cerimônia, espera ter o mesmo espaço que possui hoje no Palácio Piratini, ou seja, duas secretarias, e já escolheram: Obras, Desenvolvimento Rural e Trabalho.
        Tudo leva a mesma prática do “loteamento de cargos” pelos partidos políticos. A velha prática do toma lá da cá.
        Por aqui, parece que nada vai mudar.


IDEOLOGIA E NAÇÃO

        Agora, o Sr. Jair Messias Bolsonaro deve esquecer de vez os seus “arroubos ideológicos” e que o ajudaram a construir a sua vitória, para sempre lembrar, cada vez mais, que ele será líder de uma nação.
        Todo o cuidado é pouco em suas declarações, mas também terá que manter a sua personalidade, caso contrário não fará a diferença (esperança) que foi depositada nas urnas.


IDADE PENAL

        O Brasil tem 22 mil adolescentes internados, cumprindo medidas socioeducativas.
        No nosso estado hoje temos uma população de 1.307 jovens na Fase (Fundação de Atendimento Socioeducativo).
        Em pesquisa sobre a PEC 33/2012, no site e-Cidadania você pode opinar através de votação sobre a redução da idade penal.
        Lá, o placar até esta última sexta-feira estava assim: 12.269 a favor e 2.876 contra.
        Neste caso, não vai ser preciso nem desenhar...
       


A ARTE DE “TARRAFEAR”

                                                                                                     Krretta

        

         Conversei, ou melhor, indaguei de um dos personagens desta história que vou agora contar, sobre a sua veracidade, mas não obtive nenhuma afirmativa: nem que sim, nem que não...
         Tenho por mim que o fato “se assucedeu”, mas, por razões óbvias foi esquecido.
         A pescaria, com toda a certeza foi no nosso Rio Camaquã, o rio que é das garças que moram no leito, e têm o despeito...
         O Leto havia comprado recentemente uma tarrafa (espécie de rede de pesca de forma cônica, guarnecida de chumbo nas bordas, que se lança à mão – Dicionário da Língua Portuguesa) e, estava em fase de experimentação.
         É preciso salientar que “tarrafear” é uma arte.
         Não é qualquer “paisano” que pega uma tarrafa e a lança com o devido preceito, como manda o figurino e estabelece as suas normas.
         Não, decididamente não.
         A sua utilização requer muito treino e conhecimento da “lida”.
         Deve-se dizer também que uma tarrafa bem lançada é um verdadeiro espetáculo de arte, leveza, sincronismo e perfeição.
         Leto se acha, até hoje, um bom tarrafeador.
         Isso é ele lá com os seus conceitos, coisa que os amigos mais próximos não concordam, e até duvidam.
         Dizem que nunca foi “tarrafeador”.
         Mas, enfim, estavam lá nas barrancas do rio, o Leto e o Carancho.
         Uma pergunta que até agora não consigo parar de me fazer: o que leva um cara, ao menos tido como normal, atirar de cima de um barranco as suas botas dentro do Rio Camaquã?
         Para quem conhece “o nosso rio”, sabe que ali a correnteza é bastante intensa, mesmo quando suas águas estão baixas, portanto, é um rio que exige muitos cuidados.
         Muitos pescadores já viraram barcos e outros tantos já perderam todos os seus apetrechos de pesca rio abaixo.
         O JB que o diga.
         Mas então, lá estavam o Leto, pescador afamado e criado naquelas barrancas e o Carancho, músico de mão cheia e não dado à lida de pescaria, mas parceiro para tudo e para todos.
         Agora é que vem a indagação.
         O que leva uma pessoa a jogar um par de botas fora, na correnteza do Rio Camaquã?
         Conversa vai, conversa vem, o Leto se tendo por exímio tarrafeador, convence o Carancho de atirar as suas botas no rio, onde dizia que não dava nem tempo de vir à tona e elas já estariam tarrafeadas.
         Volto à questão: o que leva uma cara a atirar as suas botas no meio do Rio Camaquã para o parceiro tarrafear?
         Bebedeira? Loucura? Dinheiro sobrando?
         Quais foram os argumentos do Leto para que isso acontecesse?
         O que passava na ideia do Carancho para tirar e atirar as suas botas naquela correnteza?
          E confiar no parceiro...
         Isso! Está dito: confiança.
         Confiança na tarrafeada, confiança no taco, na mão do amigo, na experiência de anos com uma tarrafa na mão (será?), confiança na habilidade do parceiro em lidar com aquela rede cônica...
         Mas não me conformo.
         Quando me contaram essa história não acreditei, juro que não acreditei.
         Ainda estou pasmo.
         Minha curiosidade está nos argumento, nas palavras, no convencimento em fazer um amigo descalçar as suas botas e simplesmente jogá-las no meio do rio...
         Não preciso dizer o que aconteceu, né?
         ...Leto se preparou, armou a tarrafa, enquadrou o corpo para um melhor arremesso, concentrou e gritou:
- ATIRAAA!
         Então, as botas iniciaram um voo desengonçado, girando sobre si mesmas, numa dança esquisita e surreal no ar, como se anunciando um fim triste e melancólico.
         Quando a rede de pesca de formato cônico, guarnecida de chumbo nas bordas e lançada “a moda Miguelão” tocou nas águas límpidas e intrépidas do Rio Camaquã, as botas do Carancho já estavam à meia légua dali... rio abaixo.
         Só se ouviu um triste lamento, num grito abafado:
- PQP!


quarta-feira, 7 de novembro de 2018


F L U O X E T I N A





PARA QUE TODOS POSSAM ENTENDER

        Foi um voto, e não é uma seita.
        É uma chance, e não uma jura de amor eterno.
        Se errar, sai.
        Se roubar, ninguém defenderá.
        Se for preso, não terá outra chance.
        Honestidade sempre.
        O voto é condicional, os valores NÃO!


ELE SENDO ELE MESMO

        Deveria ter feito sua autocrítica. Ainda não fez.
        Prometeu ética na política, não cumpriu.
        Traíram o Brasil e a esquerda, e, ao invés de pedirem desculpas, apontam o dedo em riste aos outros.
        Enfim, trocaram um projeto de país por um projeto de PODER.
        Ainda paira no ar um silêncio desmesurado e constrangedor.


FRASE DA SEMANA... PASSADA

        “Fomos miseravelmente traídos”. Ciro Gomes
        Terceiro colocado na eleição presidencial (PDT), queixando-se do ex-presidente Lula e de seus “asseclas”. (Fonte: Zero Hora)
        Qualquer semelhança com as últimas eleições municipais aqui de Encruzilhada, não é mera coincidência.
        Será que os pedetistas (nem todos) aprenderam, ou será preciso desenhar...?


FAKE NEWS

        No primeiro turno das eleições houve uma enxurrada de notícias falsas que atingiram, maldosamente, muitos candidatos.
        Com a pronta intervenção da Polícia Federal (órgão se se afirma cada vez mais como protetora da sociedade brasileira, com larga vantagem no quesito credibilidade) e da Justiça Eleitoral, essas manifestações arrefeceram bastante no segundo turno.
        Motivo: pessoas devidamente identificadas e, o que deveria ser praxe no nosso país, pessoas responsabilizadas e punidas.
        Simples assim.


ÁGUA MOLE, PEDRA DURA...

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entrou com recurso no STF (Supremo Tribunal Federal) em que usa a aceitação do juiz federal Sergio Moro para o posto de ministro da Justiça para pedir a liberdade do petista...
Os advogados acusam Moro de perda de imparcialidade.           O pedido tem caráter liminar, ou seja, caso aceito, o ex-presidente poderia ser solto imediatamente...
Será que vai...?


CONGRESSO E AS INVESTIGAÇÕES

Um terço do novo Congresso é acusado de crimes como corrupção, lavagem, assédio sexual e estelionato ou é réu em ações por improbidade administrativa com dano ao erário ou enriquecimento ilícito.
No total, são 160 deputados e 38 senadores. O levantamento feito pelo Estado envolve casos em andamento nos Tribunais de Justiça dos Estados, na Justiça Federal, no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal.
Pode isso, Arnaldo?


FEIURA TOTAL

É preciso concordar em gênero, número e grau com o colunista Leco.
Nossa cidade é uma das mais feias do Estado do Rio Grande do Sul.
Nossas ruas são esburacadas, nossos passeios são ondulados, falta calçamento, são estreitos, faltam podas nas árvores, os meios-fios não tem pintura, as casas são descoloridas... um caos.
Mais parece um filme de terror e em preto e branco.
Tem muita gente querendo descer deste trem... ainda não teve oportunidade.






       

       

       


...CHAMEM O SANCHO PANÇA

                                                                                                      Krretta

         Recentemente tive a felicidade de conhecer um pouco mais da cultura de dois países maravilhosos, em visita que fiz ao Chile e a Argentina.
         Antes, é preciso que se diga que também o Uruguai bebe desta mesma fonte, onde os valores cívicos e o amor para com a pátria estão acima de qualquer coisa, menos de Deus, é claro.
         Pois juntemos todos eles e podemos afirmar com toda a certeza: cada um dos seus habitantes ama incondicionalmente o seu país, lhe dedica veneração, traz consigo respeitabilidade aos valores morais e cívicos.
         É de sentimentos que estamos falando, é de amor à pátria, é de ser fiel e honrar o seu país de que estamos falando, é ter orgulho, conhecer a sua história e amar incondicionalmente a sua terra natal.
         E, quando se está por lá, somos agraciados a cada instante com essas demonstrações, somos brindados a cada minuto por estes exemplos, e a cada instante, a cada minuto, sentimo-nos constrangidos ou envergonhados de ver que no nosso país, esse sentimento morreu há muito tempo, se é que algum dia existiu.
         Sinceramente, eu não queria ser conhecido apenas pelo país do futebol e de Pelé.
         Sim, lá fora somos apenas conhecidos por isso e, agora, agregaram mais um predicado (sic), o país da corrupção.
         ...do dinheiro nas cuecas, em malas e verdadeiras fortunas depositadas em apartamentos...
         E, surpresos, colhidos na decepção e desconforto pelas verdades citadas, dentro da educação que ainda nos resta, somos obrigados a calar diante de tantas verdades que nos são citadas, nua e cruamente.
         A vergonha se compraz justamente onde nossos valores para com a pátria sucumbiram, onde nosso amor pelo Brasil ficou na busca pela justiça social que nunca veio, nas ruas e vielas das favelas, na falta de emprego, nas escolas sem nem mesmo uma carteira para o aluno sentar, que dirá banheiros e merenda escolar, que foram roubadas, pasmem...
         Não honramos a nossa história como eles, não nutrimos esse mesmo sentimento pela pátria como eles, não temos a mesma raça que eles, não somos como eles, que defendem com unhas e dentes o seu país, e, na acepção literal do vocábulo, se dizem “morir por La Pátria”!
         Onde foi que nos perdemos?
         Senti-me diminuído por saber que os meus patrícios não nutrem esses sentimentos pelo nosso país.
         Se você tiver a oportunidade de assistir a troca da guarda no Palácio da Moeda em Santiago do Chile, ou a história do tango em uma casa de espetáculos em Buenos Aires, vai entender perfeitamente do que eu estou falando.
         Eles fazem questão de demonstrar a dedicação ao seu país, transbordam amor pela pátria, veneram a sua história, eles têm raça, têm gana e vontade... vontade de serem uruguaios, chilenos e argentinos.
         Ao fim do espetáculo da história do tango, que assisti em Buenos Aires, quando todos os bailarinos sobem ao palco e interpretam a canção “Não Chores por Mim Argentina”, onde cai do teto uma enorme bandeira azul branca, levando todos as lágrimas... confesso que também chorei, mas chorei de vergonha e de constrangimento por não ter isso no meu país.
         Nossos valores foram rasgados justamente por aqueles que deveriam honrar esses sentimentos.
         Nos perdemos pelos corredores da corrupção, dos desmandos, da patifaria política, infelizmente.
         Que coisa mais linda é passear por estas nações e ver o orgulho que eles têm em expor em todo e qualquer lugar, a bandeira do seu país.
         Ignorando totalmente a mesquinhez e idiotice de alguns, farei como Dom Quixote, contudo, mergulhado na mais pura lucidez e sentimento cívico, pois hastearei brevemente a minha Bandeira do Brasil.
         Para o quinto dos infernos a política e seus idiotas, ineptos e insensíveis, vou voltar a ser brasileiro como eu sempre fui, e não mais me envergonharei de “mis hermanos”.
         Se quiserem chamar o Sancho Pança, fiquem à vontade...