segunda-feira, 13 de junho de 2011

NOSSAS RUAS

Krretta


Ouço inúmeras histórias, causos, contos e outras tantas narrativas que se sucederam pelas ruas da nossa Encruzilhada do Sul.
Tenho a pretensão, embasada de simplicidade, é claro, de um projeto, que, por onde ando comento e, mais do que isso, peço ajuda, que seria de deixar estas histórias, folclóricas ou não, escritas em algum “pergaminho”, assim como ficaram as lembranças de Humberto Castro Fossa, Ozi Teixeira e Gastão Gonçalves Lopes, tão bem retratadas por Alice T Campos Moreira e, os saudosos Flávio Vinício Campos Teixeira e Dione Teixeira Borges Moreira.
Lá estão os muitos retratos da vida cotidiana de Encruzilhada do Sul em épocas mais remotas, com suas histórias, seus causos, contos e tantas outras narrativas, as quais já fazem parte de um inestimável legado ao povo encruzilhadense.
É a vida narrada por interpretações tempestivas, contudo, diferentes.
Sem sombra de dúvidas torna-se indispensável as suas leituras.
São memórias de uma cidade que saíram dos acervos particulares e ganharam as estradas deste universo, pois, por onde andarem estarão sempre retratando uma cidade, seu povo e seus costumes, contudo, sem que nada lhes faça desaparecer, estão escritas, são representações gráficas manifestadas em suas formas, e, o que está escrito, nada o apagará.
Então, enquanto caminho pelas mais diversas ruas desta memorável Encruzilhada do Sul, tento imaginar quantas histórias, nos mais diversos momentos, remotas épocas, tempos passados aconteceram, e, quantos, que as viveram ou que tenham ouvido contar, ainda caminham por aí, sem que ninguém lhes pergunte suas recordações?
Ruas nada mais são do que caminhos públicos ladeados de casas, mas são também histórias vivas do passado, que mais alguns passos já podem dobrar a esquina, e, colher outras tantas mais.
Como seriam as ruas?
Quem as vivia?
As manhãs... quem sabe reservadas para as ocupações profissionais a que se submetiam seus transeuntes, num ir e vir de responsabilidades infindas, junto a tarde, mais amena, prenúncio do anoitecer, guardada para um pouco mais de lazer, após os manuseios domésticos, onde quem sabe as calçadas das ruas se enchiam do vai-e vem despreocupado das senhoras e moçoilas distraídas pela busca das novidades do comércio? Quem sabe? E a noite? Seriam dos enamorados, é claro!
Quem sabe como eram as ruas, naquela época?
Por um tempo, com certeza se faziam de chão batido, levantavam poeira, e, quando da chuva abundante na Serra do Sudeste, talvez barro, quem sabe?
As ruas de Encruzilhada do Sul nos fazem pensar, porque não temos suas lembranças, desconhecemos suas histórias, seus personagens, estancamos em nossas imaginações e, assim, enquanto caminhamos por seus dorsos assimétricos, resta-nos conceber pressuposições, nada mais.
Ah, as ruas de Encruzilhada do Sul...
Muito embora o passado esteja recôndito talvez em gavetas cerradas pelo esquecimento ou ausência de inquisições, o mesmo não podemos afirmar das ruas de hoje, de Encruzilhada do Sul.
São tantos os percalços, obstáculos, fendas, gretas, depressões, outras tantas ondulações, que cada vez mais se torna um desafio equilibrar-se e manter-se em pé, aos que por elas propendem-se a caminhar, eretas e, sem sobressaltos.
Muito também penam os veículos que se movimentam mecanicamente a motor de explosão.
Alguém tem algum projeto para a recomposição destas personagens de tantas histórias e, que venha de encontro a sua aceitável transitabilidade, nesta histórica Encruzilhada do Sul?

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