sábado, 25 de junho de 2011

A OUTRA GAIOLA

Krretta


Ali onde hoje funciona a Biblioteca Municipal, me disseram, funcionou por muito tempo a agência do Banco do Brasil.
Há bem pouco tempo foi relatada a história do BB em Encruzilhada do Sul e, com certeza deve ter sido citado os prédios, se é que houveram outros, em que seus funcionários prestaram expediente, o que também não me contaram se, nestes outros prédios, existia a gaiola do caixa tal qual no prédio da biblioteca, mas que ali tinha a gaiola, lá isso tinha.
Também faz parte da minha memória, que captou tais informações de funcionários mais velhos, que o saudoso colega, meu orientador de trabalho, guru e líder espiritual, Hilário Darci Soprana, ganhou o apelido de Passarinho por justamente trabalhar dentro desta gaiola, como caixa do Banco do Brasil.
Os mais antigos, com certeza deverão recordar outros colegas que ali desempenharam as suas funções, mas o que recebeu a alcunha de ave passeriforme pequena, foi justamente o Hilário, não foi?
Aliás, comentava outro dia com alguns amigos que não existe cidade mais fecunda em colocar apelidos nas pessoas do que Encruzilhada do Sul.
E, nem sempre são apelidos desdenhosos, quanto jocosos e de uma exatidão incomum ao que querem expressar.
São verdadeiras preciosidades.
Mas, enfim, toda essa conversa é para contar que, pela imaginação e criatividade de alguns amigos, se resolveu um grande problema que poderia surgir, e, de grandes proporções, quando da aposentadoria, que está para acontecer, de outro grande amigo, irmão de verdade, daqueles que sempre faz falta em qualquer lugar e em qualquer hora, pois ele vai se aposentar.
Não preciso dizer que fará muita falta em seu ambiente de trabalho, não preciso dizer que é um funcionário extremamente competente, não preciso dizer que é quem resolve os piores problemas e, nas horas mais impróprias, seja para quem for, seja para quem lhe pedir assistência, não preciso dizer que é mais do que um colega, um amigo e, sempre está presente nas horas mais árduas para prestar a sua solidariedade e os seus préstimos, na verdade esse é o cara.
Pois bem, mas chegou a hora deste mesmo cara se aposentar, e agora?
Não tem como ser diferente, e, tenho certeza de que ele também quer agora descansar, mas, o problema reside em saber aquietá-lo quando estiver em pleno desfrute de seu merecido descanso, então, o que fazer, se o cara não tem paradeiro?
Pois o cara não tem paradeiro, não sossega nunca...
Eureka!!!
A propósito, o que quer dizer eureka?
Pois eureka refere-se a uma exclamação atribuída a Arquimedes (matemático, físico, engenheiro, inventor e astrônomo grego) significando “encontrei”, seria isso.
Então: eureka!
Meu grande irmão e amigo está salvo e, mais do que isso, foi encontrado, com muita sapiência, capacidade de percepção, e, “show de técnica” (aí, garoooooto!!!), a solução para as suas supostas preocupações: uma gaiola, aliás, outra gaiola.
Não, mas não pensem que vamos colocá-lo dentro de uma gaiola, confinado, preso, desprovido de liberdade, escravo ao espaço definido, não, longe disso, muito longe de qualquer tolhimento aos seus anseios, e, alces mais afoitos, eu explico:
aliando filantropia/criatividade/lucro e, satisfação, tanto do proprietário quanto do nosso “aposentável”, uma loja no centro da cidade estará assinando convênio com um estabelecimento creditício, e, em seu interior, haverá uma gaiola para atender clientes que queiram pagar água, luz, telefone, títulos e todas as tarefas inerentes ao dito convênio, estes que existem em muitas lojas de nosso comércio, só que aqui, será diferenciado.
E, quem estará nesta gaiola para atendê-lo, com a mesma eficiência e presteza de antigamente?
Nosso querido amigo, com direito ao lado de seu espaço definido, ou seja, a gaiola, uma mesa, com jornais, revistas, livros, para a sua leitura e, está liberado qualquer líquido que possa lhe aplacar a sede, além do que poderá contar com seus mais diversos companheiros que lhe dedicam amizade, para um papo da hora, nesta honorável mesa.
Na gaiola, o funcionário, na mesa, o cliente com os amigos, quer coisa melhor?
Feito!!!!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

NOSSAS RUAS

Krretta


Ouço inúmeras histórias, causos, contos e outras tantas narrativas que se sucederam pelas ruas da nossa Encruzilhada do Sul.
Tenho a pretensão, embasada de simplicidade, é claro, de um projeto, que, por onde ando comento e, mais do que isso, peço ajuda, que seria de deixar estas histórias, folclóricas ou não, escritas em algum “pergaminho”, assim como ficaram as lembranças de Humberto Castro Fossa, Ozi Teixeira e Gastão Gonçalves Lopes, tão bem retratadas por Alice T Campos Moreira e, os saudosos Flávio Vinício Campos Teixeira e Dione Teixeira Borges Moreira.
Lá estão os muitos retratos da vida cotidiana de Encruzilhada do Sul em épocas mais remotas, com suas histórias, seus causos, contos e tantas outras narrativas, as quais já fazem parte de um inestimável legado ao povo encruzilhadense.
É a vida narrada por interpretações tempestivas, contudo, diferentes.
Sem sombra de dúvidas torna-se indispensável as suas leituras.
São memórias de uma cidade que saíram dos acervos particulares e ganharam as estradas deste universo, pois, por onde andarem estarão sempre retratando uma cidade, seu povo e seus costumes, contudo, sem que nada lhes faça desaparecer, estão escritas, são representações gráficas manifestadas em suas formas, e, o que está escrito, nada o apagará.
Então, enquanto caminho pelas mais diversas ruas desta memorável Encruzilhada do Sul, tento imaginar quantas histórias, nos mais diversos momentos, remotas épocas, tempos passados aconteceram, e, quantos, que as viveram ou que tenham ouvido contar, ainda caminham por aí, sem que ninguém lhes pergunte suas recordações?
Ruas nada mais são do que caminhos públicos ladeados de casas, mas são também histórias vivas do passado, que mais alguns passos já podem dobrar a esquina, e, colher outras tantas mais.
Como seriam as ruas?
Quem as vivia?
As manhãs... quem sabe reservadas para as ocupações profissionais a que se submetiam seus transeuntes, num ir e vir de responsabilidades infindas, junto a tarde, mais amena, prenúncio do anoitecer, guardada para um pouco mais de lazer, após os manuseios domésticos, onde quem sabe as calçadas das ruas se enchiam do vai-e vem despreocupado das senhoras e moçoilas distraídas pela busca das novidades do comércio? Quem sabe? E a noite? Seriam dos enamorados, é claro!
Quem sabe como eram as ruas, naquela época?
Por um tempo, com certeza se faziam de chão batido, levantavam poeira, e, quando da chuva abundante na Serra do Sudeste, talvez barro, quem sabe?
As ruas de Encruzilhada do Sul nos fazem pensar, porque não temos suas lembranças, desconhecemos suas histórias, seus personagens, estancamos em nossas imaginações e, assim, enquanto caminhamos por seus dorsos assimétricos, resta-nos conceber pressuposições, nada mais.
Ah, as ruas de Encruzilhada do Sul...
Muito embora o passado esteja recôndito talvez em gavetas cerradas pelo esquecimento ou ausência de inquisições, o mesmo não podemos afirmar das ruas de hoje, de Encruzilhada do Sul.
São tantos os percalços, obstáculos, fendas, gretas, depressões, outras tantas ondulações, que cada vez mais se torna um desafio equilibrar-se e manter-se em pé, aos que por elas propendem-se a caminhar, eretas e, sem sobressaltos.
Muito também penam os veículos que se movimentam mecanicamente a motor de explosão.
Alguém tem algum projeto para a recomposição destas personagens de tantas histórias e, que venha de encontro a sua aceitável transitabilidade, nesta histórica Encruzilhada do Sul?

POUCO OU NENHUM VALOR

Krretta


Eu não sei se esta seria a definição certa.
Demérito seria muito forte e, não estaria condizendo com a verdade.
Desinteresse, bem, quem sabe então isso, já que o tempo decorrido, a continuidade, o trivial, leva para as pessoas a certeza de que sempre as coisas, como estão acontecendo, hão de seguir acontecendo, de modo como decorre desde há muitos e muitos anos atrás, e, que, assim, vem mantendo a fórmula do sucesso.
Talvez também sucesso não esteja muito bem empregado, ou, devidamente empregado, talvez não seja a palavra pontual, pois nem sempre o sucesso chega a tempo e à hora, nos dias em que se expõe a crítica, o que é cotidiano nestes tantos anos já cumpridos.
As pessoas, decididamente ignoram a introspecção aos seus pensamentos e sentimentos, as suas palavras ditas e que, pior ainda, não foram ditas, não medem atitudes, julgam o que não presta e, legam ao esquecimento o que verdadeiramente deveria ser valorizado.
Isto é essencialmente verdade, a história não mente.
Você pensou ao menos algum minuto nestas últimas vinte e quatro horas em quem lhe ajudou em alguma coisa, em quem lhe prestou um favor, em quem lhe estendeu a mão por uma necessidade, em quem lhe disse uma palavra de carinho, lhe deu um beijo de agradecimento? Você só pensou em si, ou é totalmente desprovida de sentimentos altruístas?
Pensou em retribuir a ajuda? Pensou em uma primeira oportunidade retribuir o favor recebido? Quer restituir de uma outra maneira a necessidade suprida? Já pensou em devolver o carinho, que não seja com outro carinho, vá lá, então, com uma flor, uma visita, um aperto de mão?
Você já pensou algum dia, agradecer alguma coisa a alguém, e, lhe oferecer bem mais do que recebeu?
Retribuir-lhe a altura do que você acha que deveria receber,se estivesse no papel inverso?
Nem sempre é assim, ou, quase nunca é assim.
Outras vezes, este mesmo egoísmo, esta mesma excentricidade provida de resultados, palpáveis e, jamais divisíveis, também deixam de proferir palavras de incentivo, de conforto, de amabilidades, e, por não serem ditas, ferem o coração e a alma de seus surdos interlocutores, deixando-os como velas soltas aos ventos, seus sentimentos e agora, conceitos, sejam eles de amizade, de profissionalismo, de sentimentos tantos quantos o ser humano possa definir.
O desprovimento dos conceitos básicos de atitudes, suas abrangências, causas e efeitos, podem vir a ser extremamente consideráveis, negativamente, é claro, incomensurável quanto ou mal ou a ofensa feita a outrem, mas, que, com certeza, nunca passou pelas grelhas da sua sapiência, é bastante provável.
Não somos deste mundo para que possamos emitir julgamentos que não sejam aos desígnios dos homens com seus atos e obras, previstos nas Leis Divinas, e, que nos permitem, então, traçar destinos.
Enfim, estamos falando verdadeiramente do egoísmo das pessoas, dos seus mundos egocêntricos, dos seus segredos guardados ao bel prazer, mas contados ao ar, das suas casernas senhoriais fortificadas e ornadas pelo labor de outrem, estamos falando de quem não preza, de quem não tem apreço ao que lhe rodeia, estamos falando de quem construiu falsas fortalezas baseadas na história passada, e, nada fazem em sentido de outras atitudes qual sejam a de valorizar quem lhes trouxe novos ventos e favoráveis, determinando o porto, seguro e testemunha do seu sucesso!
Se cada uma soubesse do seu amor excessivo ao bem próprio, sem consideração aos interesses alheios?
Acho que estou cansando...
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“Leia, não para contradizer nem para acreditar; mas para ponderar e considerar”
Francis Bacon – escritor inglês