sábado, 9 de novembro de 2024


BLACK FRIDAY

 

                                                                                           Beto Carretta

 

 

Afinal de contas, o que é isso?

        Para os incautos, a “Black Friday” tem um significado e ele vem lá dos ianques, ou seja, não é só uma “compralhada” sem limites.

        A Black Friday ou “Sexta-feira Preta”, é uma campanha de vendas que acontece na sexta-feira seguinte ao “Dia de Ação de Graças” (que tem muito significado lá nos EUA), e marca o início da temporada de compras de Natal.

        Mas, cuidado!

        Na maioria das “promoções” da black friday, mora um grande engodo.

        Aliás, o Procon, que tem como objetivo a proteção dos cidadãos em todas as relações de consumo descritas no Código de Defesa do Consumidor, deveria atuar muito mais nesta data.

        Por quê?

        Simples.

        Porque noventa e nove por cento destas promoções, não são promoções e, tenho quase certeza que a maioria de vocês sabem disso.

        O que acontece?

        Peguemos, por exemplo, uma caixa de fósforos: ela, nos dias comuns custa para o consumidor em torno de R$ 2,00 (sei lá qual o preço de uma caixa de fósforos...), daí, na semana anterior à black friday, o comerciante joga o preço da caixa de fósforos lá prá cima (R$ 5,00), contudo, quando entra na promoção da black friday, ela estará custando R$ 2,00.

        Daí, estampa nas suas propagandas: de R$ 5,00 por R$ 2,00!

        Mas, sinceramente, eu queria mesmo era contar uma história que eu sei e que é de um rapaz muito bem apessoado, alto, olhos verdes profundos, perfumado, cabelos alinhados, com barba, de massa muscular bem definida, paquerador de primeira e que se passou numa black friday dessas...

        Pois então, estava ele num shopping e, ao divisar uma menina lindíssima, morena, cabelos pretos longos, corpo delineado, perfumadíssima, cheia de curvas (se é que dá para imaginar), com um sorriso magistral, atendendo numa loja de produtos importados, ele não teve dúvidas e se chegou de mansinho.

- Boa tarde, senhorita!

- Boa tarde, moço – respondeu a morena.

        Disse ele: - eu vi agora aqui, um presente formoso, lindo, perfeito que a minha mãe me pediu nesta black friday e eu gostaria de levar para ela.

- Ah, pois não, como posso lhe ajudar? – respondeu a moça.

- Sim, eu poderia mandar uma foto deste presente maravilhoso para a minha mãe?

- Não é problema para você? Tu não te importas? Fico preocupado...

- Sim, sem problemas, pode tirar a foto, não te preocupas, pois se ela vai gostar, tá na conta.

- Onde ele está?

        E ele, suavemente, sem responder para ela onde estava o presente, pegou o seu celular e num gesto “hollywoodiano”, bateu uma foto dela mesmo.

- Não entendi – disse a linda moça da loja.

- Tu não vais ficar chateada, vais?

- Se me disseres o motivo, pode ser que não.

- Pois então, a minha querida mãe me pediu uma nora de presente na black friday e, eu, estou mandando a foto da minha namorada para ela agora e, conforme ela me pediu!

- Aliás, quem tem uma promoção nesta black friday prá ti, sou eu: se me pedires um beijo, te dou dois!

- Que tal?

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Agenda

*Foto meramente ilustrativa.



 

sexta-feira, 8 de novembro de 2024

 


Preço justo e qualidade

 

                                                                                                                   Beto Carretta

 

 

        Você precisa saber de tudo isso, aliás, você tem que conhecer para opinar sobre tudo isso, contudo e no fim, ter uma opinião formada, o que foi demonstrado nas últimas eleições.

        Sim, é isso mesmo, estamos falando das privatizações e do poder público.

        A bem da verdade, existem correntes políticas que estão enveredando para outras pautas e, deixam o que realmente interessa ao povo, de lado.

        Justamente combatem as privatizações, entre outros assuntos, dando ênfase às suas ideologias exageradas, trazendo à baila, como por exemplo neologismos que não acrescentam coisa nenhuma e que, o povo não está nem um pouco preocupado.

        Ao contrário, e “eles” não enxergam assuntos que deveriam estar nos seus intentos, como o preconceito e as políticas de inclusão.

        Coloquemos aí, as privatizações.

        Entendo que o poder público não deve, sob hipótese nenhuma, administrar, gerir, e, ao fim e ao cabo patrocinar lucro às empresas como por exemplo, a CRM (Companhia Riograndense de Mineração, a EGR (Empresa Gaúcha de Rodovias S/A), o BADESUL (Badesul Desenvolvimento S/A), a CEASA (Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul S/A), entre tantas outras.

        Leia-se, também, a nível federal, como Eletrobras, Infraero, Conab, Trensurb...

        Além de todos os percalços que estas empresas causam ao poder público, aqui e agora, temos a obrigação de salientar que também são elas, os subterfúgios da política, os “pagamentos” em eleições, pois tais empreendimentos não deixam de ser “cabides de empregos”.

        Concordam?

        Imaginem o Estado, por exemplo, sem tem que arcar com o ônus da administração, do caixa, do lucro, do pagamento de salários, da admissão e exoneração de funcionários, etc., etc., etc.?

Todo esse tempo em que é despendido e que, sabemos nós, nunca dá lucro (ao contrário), pode ser jogado para a administração da saúde, da educação, da segurança, do esporte...pois então?

        Tais ideologias que se fazem baluartes de neologismos, entre outras pautas identitárias, como o ferrenho combate (infrutífero) contra correntes políticas outras, que trazem em suas diretrizes um Senhor, a sua pátria e família, além da liberdade, por extremismos ainda não compreenderam o recado das urnas e muito menos os números das abstenções.

        O que ali foi escrito é que a maioria da população não está preocupada em quem administra esta ou aquela empresa, se é pública ou privada, todavia, exige um preço justo e um serviço de qualidade.

        Eis a questão: preço justo e serviço de qualidade.

        Neologismos, linguagem neutra, ódio, perseguições, injustiças jurídicas onde condenam uma mãe de 38 anos, com dois filhos pequenos a 17 anos de prisão, porque estava nos jardins do Alvorada e, possuía na bolsa não uma pistola 9mm, mas apenas e tão somente um batom...golpe de estado?

        Pois estes mesmos, são radicalmente contra as privatizações...mesmo que as empresas não deem lucros, que sejam cabides de emprego, que arcam com os ônus das suas administrações...são contra.

        O que todos nós queremos é um celular funcionando, a luz estável, água potável nas torneiras, esgoto tratado...e, em tudo, um preço justo e o serviço de qualidade.

        Privatizações sim, mas que funcionem, pois o Estado não deve gerir o que não lhe compete.

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Cismas

       

 

 

       


terça-feira, 5 de novembro de 2024

 

GALINHA CEGA

 

                                                                             Beto Carretta

 

 

- Mas então, Carretta véio, como tu estás?

- Que maravilha, meu amigo Pilhério, pois faz tempo que não nos vemos, aliás, não muito tempo assim, pois que, nas eleições nos encontramos.

- Contudo, Pilhério, é sempre uma satisfação poder te encontrar para uma prosa. Como estás?

- Nem te conto, Carretta véio, tô voltando do meu urologista.

- Tô muito chateado, Carretta véio.

- Mas não com a minha saúde, mas com a muié véia, a Espiridiana.

- Tu imagina que ela me deu um grande susto?

- Tchê, Carretta véio, eu quase tive um ataque fulminante do coração.

- Se eu te disser que eu tô até agora tremendo mais do que vara verde, tu não vai acreditar, mas é verdade.

- Só que eu tive que ir no urologista.

- Sabe, Carretta véio, a gente toma por um amor, por uma amizade das nossas companheiras, que um susto desses que eu levei, quase fui parar num cardiologista, isto sim e, na emergência do hospital.

- Mas, amigo Pilhério, o que houve?

- Tu estás me deixando apreensivo, com tudo, graças a Deus eu estou te vendo aqui e na minha frente, e parece-me que estás muito bem.

- Aliás, e a tua esposa, Dona Espiridiana, está bem de saúde?

- Com a Graça de Deus, Carretta véio, ela está e muito bem, só que me deu este susto.

- Tchê, Pilhério, me conta aí o que houve, pois já estou com muita vontade de saber tudo isso.

- Pois então, Carretta véio, minha mulher foi fazer os seus exames de rotina, aliás, o que todas as mulheres sempre devem fazer, ou seja, aqueles exames de prevenção e, de quebra, avaliar a sua saúde.

- Fez as consultas devidas, como deve ser e, foram prescritos os exames que ela deveria fazer.

- Isto, Carretta véio, é muito importante, tanto para as mulheres quanto para os homens.

- Sim, com toda a certeza, amigo Pilhério.

- Mas, então, Carretta véio, no dia que ela foi pegar os exames e ir ao médico, pediu para eu ir junto e, eu acho isso muito válido, pois devemos sempre estar juntos, ainda mais nestas ocasiões.

- E não é que, ao sair do médico, eu muito curioso, fui logo perguntando como tinha sido a consulta, como tinha sido os exames que ela fez, resultados, indicações, tratamentos...

- Sabe o que que ela me disse, Carretta véio?

- Que tava com a Síndrome da Galinha Cega!

- Putz, Pilhério, o que é isso?

- Eu também perguntei imediatamente para ela, pois tremi nas bases, quase tive uma síncope cardíaca, comecei a suar frio, o coração se acelerou, me senti quase desfalecendo...

- Por favor, muié, o que é isso? É grave? Nunca ouvi essa doença, tô nervoso, desembucha duma vez...

- Achei, Carretta véio, que até poderia ser uma daquelas infecções generalizadas, vindas da gripe aviária ou coisa parecida...afinal de contas, não sou médico.

- Vou enfartar, muié, o que é isso, Síndrome da Galina Cega??

- Já tava achando que a coisa era muito feia, como tantas outras que andam por aí...

- Bueno, Carretta véio, entenda o final da história como tu quiser, porque ficou feio foi prá mim.

- Pilhério, o médico disse que eu estou muito bem de saúde, todavia algo está faltando...e é o que está ocasionando uma lacuna na minha vida e que pode atrapalhar meu lado emocional, muiiitttoooo...

- Tá, muié, mas o que é isso?

- Pilhério, meu amado marido, a Síndrome da Galinha Cega apareceu em mim porque faz muito tempo que eu não vejo “pinto”.

- Entendeu, Pilhério, ou quer que eu desenhe?

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Agenda