ANTES...
Beto Carretta
...de
um bom vinho, o saca-rolha.
Muitos podem não dar valor a este
instrumento, no entanto, principalmente aos enófilos de plantão, e estou
incluindo aqui todos os apreciadores de vinho, de plantão ou não, que cabe a
missão de abrir uma garrafa, sabem das dificuldades que se apresentam nesta
hora.
Acreditem, não é fácil não.
No entanto, se souberem da
importância de se ter um bom abridor de vinho em casa, ou até mesmo no
restaurante, tenham a mais absoluta certeza de que as coisas podem ficar bem
mais agradáveis.
Muitas vezes a luta é desigual,
principalmente quando se tem pela frente uma boa rolha, que, aliás, é um
pequeno cilindro de aproximadamente 24mm de diâmetro e, em torno de 45mm de
comprimento, todavia de uma resistência sem fim se, encontramos uma garrafa bem
vedada.
Trava-se uma verdadeira luta
corporal.
Força é o que mais se exige, além de
um aquecimento corporal intempestivo, tapas no fundo da garrafa, opiniões
daqui, resistência dali, e, aquela velha solução que, só agora aprendemos ser
totalmente contraindicada, ou seja, empurrar a rolha para dentro do recipiente.
NÃO, ISSO NUNCA!!!!
Não se admite sob hipótese alguma
esta atitude, no entanto eu me pergunto, e, se estamos longe de um saca-rolha,
bem distante da civilização, o que se faz?
Dia desses lia algumas informações a
respeito de vinho, o que tenho feito muito ultimamente, com o intuito de aprender
(nunca é tarde...) um pouco mais a respeito desta bebida de tantos atrativos,
tão misteriosa por suas nuances, e, deparei-me com algumas considerações de
Adolfo Lona, enólogo, na qual comentava sobre a necessidade de se ter um bom
saca-rolha.
"
...o problema é que, quando se encontram um saca-rolha inadequado e uma rolha
valente, o estrago pode ser grande, para o vinho ou para a vítima de
turno."
E é o que também opinamos.
Ele comenta que muitas pessoas, e, eu
diria, a grande maioria, subestima a importância de um bom saca-rolha,
adquirindo exemplares não muito recomendáveis, e, depois, acontece tudo aquilo
que a gente já sabe.
Segue ele: "...um dos mais
temidos é o bate-coxa em formato de T, que exige força bruta como recurso para
extrair a rolha."
O nome bate-coxa aqui apelidado pelo enólogo refere-se a
posição que ocupa a garrafa (entre as pernas), o que ajuda a obter mais força
para se abrir o frasco do precioso líquido.
Com ele, tem de se fazer alavanca, usando as coxas e os
braços e muita força.
É bem verdade que o saca-rolha pode ser um instrumento de
trabalho ou de tortura.
Também é verdade, conforme Adolfo
Lona, que tem alguns saca-rolhas muito sofisticados que vêm acompanhado de um
manual de instruções que exige um curso mais apurado para se lidar com ele.
Esse também não serve, a não ser que
você queira ir a Brasília (meus colegas de BB vão entender...).
Pois é, estamos diante de um impasse,
contudo, muito simples de ser resolvido caso você não queira abrir briga com as
suas garrafas de vinhos e as respectivas rolhas em frente aos seus amigos e
convidados.
É bastante constrangedor.
Por isso, prefira os que possuam um
espiral de espaço perfeito, fino, e, que seja bastante resistente, mas, que
também seja de fácil manuseio, principalmente que possua uma sistemática que
lhe favoreça, para que não exija de você músculos forjados em academias.
Ainda ensina nosso enólogo de que é
preciso usá-lo adequadamente, introduzindo-o até uma profundidade que deixa
fora o último anel, para não perfurar a rolha, deixando cair pequenos pedaços
no vinho, que por sua vez cairão no copo de alguém.
Um bom saca-rolha evita muitos
movimento inúteis, lembre-se.
-:-
Fonte:
Jornal Zero Hora, Caderno Gastronômico, enólogo Adolfo Lona.
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