REGNO DEL DISINCANTO
Krretta
Era uma vez um reino não muito distante, de nome
Incrocio e não muito auspicioso.
Nessa urbe havia uma grande confusão.
O imbróglio estava justamente no reajuste de um dos
tantos tributos exigidos daquela turba.
A multidão estarrecida perguntava:
“Porque este tributo aumenta todo o ano, se nossa “indirizzo” é a mesma,
Incrocio não tem gasto nenhum com ela, e foi “noi” quem comprou e pagou”?
Este assunto corria vales, trespassava
montanhas, rios e lagos, e a comuna de Incrocio não chegava a um denominador
comum.
“Perché”?
O “amministratore” feudal de Incrocio e seus publicanos,
por interesses óbvios, haviam reajustado os valores do imposto e, em vista
disso, aconteceram naquela oportunidade muitas intrujices como, por exemplo,
“indirizzos” que dobraram de área construída, imposto que subiu mais do que cem
por cento, outro cobrado sobre “immobile coperto” inexistente, e por aí vai...
De dez “contribuentes”, onze tinham reclamações a
fazer.
“La comunitá” estava a exigir os seus direitos, visto
que a “amministrazione” de Incrocio exagerava em seu equívoco, e, pior, ciente
dos “assurdos” mandava um recado: “quem estivesse descontente com o seu imposto
que se dirigisse ao palácio (devia ter filas “homéricas”) para apresentar a sua
reclamação”!
“Il popolo del regno de Incrocio”” achava tudo isso “um
assurditá”, vez que estavam sendo prejudicados pelo valor contraditório daquele
tributo.
“Indignatos”!
E vocês sabem por quê?
Porque fazia em torno de 820 dias que
Incrocio fora levado “al declino e all’abbandono totale”.
Não, não seria uma grande
justificativa, mas atenuaria o caso dos aumentos contestáveis daquele tributo
se a “amministratore” de Incrocio e seus “servi che devonos” estivessem
cumprindo para com seus comunas a sua contrapartida, ou seja, um reino com
estradas onde as bigas pudessem transitar sem quebrar, boas passarelas, vias
limpas e sem buracos, “marciapiedes” recompostas, mais “galenos in piccolos
ospedales,” “medicinas”, “scuolas” em condições... enfim, a plebe exigia uma
“reciprocitá”.
Com isso, os plebeus de Incrocio diziam
ser justo o realinhamento de tributos, desde que estivessem dentro das normas
que regiam os seus reajustes, e que a “amministratore” estivesse cumprindo com
a sua parte, ou seja, atendendo a sua “comunitá” nos seus anseios.
Tributo “giusto”, prestação de
“servizios giustos”!
Enquanto tudo isso acontecia, chamava a
atenção à passividade dos tribunos de Incrocio, pois eram funcionários eleitos para proteger os
direitos dos plebeus (leiam
Tribunos-Roma 494 a.C.),
e, dentro
destas atividades, com certeza estava exigir a contrapartida da
“amministratore”.
Isto era um desprezo sem precedentes
para com aquela “comunitá”.
Os “incrocienses” sentiam-se
abandonados pelos tribunos, e, tentando interpretar este sentimento, os
“stregones” de hoje diriam que “la casa delle tribunos sembrava” ao alarme em
um Fiat 147...
Dentro da voz da “democrazia” e do
“diritto vero di espressione” a plebe de Incrocio estava a fazer “solo una
critiche costruttiva”, pois ansiava, suspirava pela construção de uma urbe pujante,
desenvolvida, com perspectivas de um futuro engrandecedor e, tribunos atuantes,
que fossem em busca deste futuro, na luta pelos interesses “del popolo”,
justificando os seus holerites.
“Cosi hanno scritto i plebeos di
Incrocio”.
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