A HIPOCRISIA NA POLÍTICA
Krretta
Buscar a lealdade em seus princípios e
agir com honestidade frente aos seus atos e diante de uma sociedade organizada,
é o mínimo que um cidadão de bem e honrado pode e deve fazer.
Infelizmente e para deleite de muitos,
por paradoxal que possa parecer, o campo da política não é fértil nestes
sentimentos.
Ao contrário, o que se diz e se prega
num dia, não é a mesma coisa que se lê no outro.
Os preceitos inquestionáveis que foram
pauta das discussões num plenário, em um dado momento, e se for principalmente
para o bem próprio, passa a serem suscetíveis as mais diversas impressões e
alterações, sem nem mesmo provocar seu ferrenho paladino.
Como pode ser num dia ruim e, apenas
algumas horas depois, ser o melhor?
Eis que aí está a tal da hipocrisia.
Senão vejamos: particularidade ou modo
de hipócrita; falsidade; ação ou efeito de fingir, capacidade de esconder os
sentimentos mais sinceros; característica daquilo (ou de quem) que não é
honesto...
“Certa vez, num condomínio, ia haver
uma eleição para síndico, pois havia vencido o tempo de administração e os estatutos
exigiam novo pleito.
Haviam duas correntes fortes naquela
pequena comunidade e, que por certo, haveriam de apresentar as suas
candidaturas.
Uma terceira via um tanto quanto mais
radical, que até então nunca havia tido o privilégio de gerir aquele condomínio,
e também se apresentava para a disputa eleitoral, mas sabia-se que sua luta
seria em vão e totalmente impossível de chegar ao êxito de sua empreitada.
Disso, os condôminos todos estavam
convencidos, menos os que comungavam de um radicalismo exacerbado, dando hora e
vez para sentimentos de arrogância, cegamente convictos da vitória.
Estrategicamente, foi sugerida a união
desta corrente mais radical com outra de conceitos aproximados, para que
juntos, enfrentassem às urnas, com enormes e reais chances de vitória.
NÃO!
Foi a resposta incisiva, determinada,
convencida, aguda, mordaz e cortante.
- Nós
não nos juntamos a vocês. Sigam os seus rumos e nós vamos seguir o nosso, só
que vamos ganhar a eleição. – eis o epílogo daquela sugestão.
Não obstante ao exorcismo do convite,
ainda por tempo da caminhada no pleito, em diversas oportunidades onde as
ideias para o bem do condomínio eram debatidas, ofensas foram proferidas por
conta do apoio partidário ao plenário nacional dos síndicos, na marginalização
da diretoria federal, por falcatruas.
Ganhou a oposição, e nem os radicais e
nem quem lhe fez convite para enfrentarem juntos uma batalha que poderia ser
vencida, obtiveram êxito.
Os tempos se passaram e, recentemente
abertas às urnas para, agora, as eleições nacionais dos síndicos, não é que o
representante da terceira via aquela que não aceitou o convite, foi para o
segundo turno?
Sim, mas as pesquisas dão conta de que
seus índices são muito baixos e, provavelmente não sairá vitorioso, então o que
fizeram os radicais?
-
Vamos pedir aos néscios que não apoiamos lá nas eleições para síndico do nosso
condomínio, suporte incondicional e irrestrito para o nosso candidato que está
praticamente perdido no seu embate.
E não é que pediram mesmo?”
Não se tem o que dizer se não
classificar o fato como insolente, desaforado e atrevido.
Sim, antes não era, agora, como é para
os seus próprios interesses, o apoio é conveniente?
Antes eram ruins, agora são bons?
O que não servia ontem, hoje serve?
Hipocrisia, pura e contundente, para
não dizer insultante, hipocrisia.
Por essas e outras que a política
chegou ao nível que está, e se nada for feito pelos novos políticos que aí
estão, e que tenham na decência e moralidade os seus princípios, castelos de
areia continuarão a habitar condomínios na beira da praia.
Ah
sim, não terão o meu apoio!
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