quarta-feira, 24 de outubro de 2018




OLHO NO OLHO

                                                                                                    Krretta

         Assumo a responsabilidade, o dever e também o direito de usar o espaço, para lhes falar olho no olho.
         Este estado de ânimo nestas eleições, agora na reta final, intimidam e atemorizam.
         Nunca e em nenhum momento da política nacional nas últimas décadas, houve beligerância tão acentuada como a que estamos vivendo.
         Daqui quatro dias vamos eleger um Presidente da República e um Governador do Estado e, neste instante é preciso que se diga que eles não vão ser eleitos para governar eternamente.
         Dito isso, afirmamos também que a democracia por excelência e em sua prática incontestável, admitido por todos nós, enuncia a vontade alheia e o primor dos fundamentos, a liberdade de se expressar.
         Isso quer dizer também que precisamos respeitar as opiniões e a vontade dos outros, muito mais quando não estão alinhados com as nossas predileções.
         Liberdades e direitos são comensuráveis, tais as linhas imaginárias que dividem trópicos e nações, faça-se entender.
         Todavia, o que estamos vendo e vivendo é um monturo de acusações, impropérios e ofensas pelas redes sociais, também instigados e extensamente corroborados pelas propagandas político/partidárias.
         Descemos ao último degrau do debate político, que decididamente foi à bancarrota, se é que isto pode ser chamado de contenda de ideias, onde qualificar pessoas de nazistas/fascistas ou, do outro lado criminosos/bandidos, passou a ser consuetudinário, ou seja, habitual e usual.
         Decididamente não!
         Num país tropical, ensolarado, de lindas mulatas, samba e futebol não cabe extremismos.
         Extremismo esse que vem sendo abrasado pela má qualidade das informações: fake news.
         Tais notícias propagam de forma cruel e inconsequente publicações ora alteradas, distorcendo as verdades, onde em sua origem estão profissionais extremamente competentes e apreciadores dos bons costumes.
         E, como as fontes não são checadas, tornam-se “verdades”, que inflam os ânimos, exatamente num momento em que o País precisa de tanta paz.
         Fazer propaganda ou ter preferências não é sinônimo de agressão, e nem revide com virulências verbais e até ofensivas físicas.
         Fora dos períodos eleitorais falamos tanto em liberdade de expressão, por que não agora, também?
         Faz bem em não lembrar?
         Então, não somos cidadãos legítimos para viver em democracia.
         Nesta segunda-feira, um dos dois candidatos será eleito presidente desta nação, e vai ter como objetivo número um a pacificação do seu povo, por que então não começar agora? E pelos próprios brasileiros, o seu povo?
         Vale também para o cargo de governador.
         De que servirá a animosidade, a radicalização e a violência, senão separar as pessoas de bem e de boa alma?
         Vá lá, aperte a mão de seu opositor, e entenda que ele não é seu inimigo, apenas comunga de ideias que não são as suas... um direito.
         Tenho conhecimento de causa e muitos as conhecem, pois ainda mais por isso...
Eis o meu dever, a responsabilidade que carrego como articulista deste jornal, e o direito que o tempo me concede por todos esses anos transcorridos.
         Pedir amor e paz.
         Harmonia e conciliação entre os homens de boa vontade, pois as ideologias políticas não devem separá-los.
        
        
        
        

sexta-feira, 19 de outubro de 2018


A HIPOCRISIA NA POLÍTICA

                                                                                                    Krretta


         Buscar a lealdade em seus princípios e agir com honestidade frente aos seus atos e diante de uma sociedade organizada, é o mínimo que um cidadão de bem e honrado pode e deve fazer.
         Infelizmente e para deleite de muitos, por paradoxal que possa parecer, o campo da política não é fértil nestes sentimentos.
         Ao contrário, o que se diz e se prega num dia, não é a mesma coisa que se lê no outro.
         Os preceitos inquestionáveis que foram pauta das discussões num plenário, em um dado momento, e se for principalmente para o bem próprio, passa a serem suscetíveis as mais diversas impressões e alterações, sem nem mesmo provocar seu ferrenho paladino.
         Como pode ser num dia ruim e, apenas algumas horas depois, ser o melhor?
         Eis que aí está a tal da hipocrisia.
         Senão vejamos: particularidade ou modo de hipócrita; falsidade; ação ou efeito de fingir, capacidade de esconder os sentimentos mais sinceros; característica daquilo (ou de quem) que não é honesto...
         “Certa vez, num condomínio, ia haver uma eleição para síndico, pois havia vencido o tempo de administração e os estatutos exigiam novo pleito.
         Haviam duas correntes fortes naquela pequena comunidade e, que por certo, haveriam de apresentar as suas candidaturas.
         Uma terceira via um tanto quanto mais radical, que até então nunca havia tido o privilégio de gerir aquele condomínio, e também se apresentava para a disputa eleitoral, mas sabia-se que sua luta seria em vão e totalmente impossível de chegar ao êxito de sua empreitada.
         Disso, os condôminos todos estavam convencidos, menos os que comungavam de um radicalismo exacerbado, dando hora e vez para sentimentos de arrogância, cegamente convictos da vitória.
         Estrategicamente, foi sugerida a união desta corrente mais radical com outra de conceitos aproximados, para que juntos, enfrentassem às urnas, com enormes e reais chances de vitória.
         NÃO!
         Foi a resposta incisiva, determinada, convencida, aguda, mordaz e cortante.
- Nós não nos juntamos a vocês. Sigam os seus rumos e nós vamos seguir o nosso, só que vamos ganhar a eleição. – eis o epílogo daquela sugestão.
         Não obstante ao exorcismo do convite, ainda por tempo da caminhada no pleito, em diversas oportunidades onde as ideias para o bem do condomínio eram debatidas, ofensas foram proferidas por conta do apoio partidário ao plenário nacional dos síndicos, na marginalização da diretoria federal, por falcatruas.
         Ganhou a oposição, e nem os radicais e nem quem lhe fez convite para enfrentarem juntos uma batalha que poderia ser vencida, obtiveram êxito.
         Os tempos se passaram e, recentemente abertas às urnas para, agora, as eleições nacionais dos síndicos, não é que o representante da terceira via aquela que não aceitou o convite, foi para o segundo turno?
         Sim, mas as pesquisas dão conta de que seus índices são muito baixos e, provavelmente não sairá vitorioso, então o que fizeram os radicais?
- Vamos pedir aos néscios que não apoiamos lá nas eleições para síndico do nosso condomínio, suporte incondicional e irrestrito para o nosso candidato que está praticamente perdido no seu embate.
         E não é que pediram mesmo?”
         Não se tem o que dizer se não classificar o fato como insolente, desaforado e atrevido.
         Sim, antes não era, agora, como é para os seus próprios interesses, o apoio é conveniente?
         Antes eram ruins, agora são bons?
         O que não servia ontem, hoje serve?
         Hipocrisia, pura e contundente, para não dizer insultante, hipocrisia.
         Por essas e outras que a política chegou ao nível que está, e se nada for feito pelos novos políticos que aí estão, e que tenham na decência e moralidade os seus princípios, castelos de areia continuarão a habitar condomínios na beira da praia.
          Ah sim, não terão o meu apoio!
        
        
          

segunda-feira, 15 de outubro de 2018


F L U O X E T I N A



RESPOSTA 
        

          Nestas eleições, cansados de sofrer as amarguras de um cotidiano acachapante, os brasileiros estabeleceram critérios claros e convincentes.
        Contra a maioria das previsões, nem mesmo o Congresso Nacional somado ao fundo eleitoral foi capaz de conter a renovação tão almejada.
        Fato inédito nas últimas décadas.


MEA CULPA

        Parece mentira, mas até agora e com todas as nuances desde o estabelecimento da Lava-Jato com denúncias, prisões e delações, nem mesmo antes e durante as eleições, o PT e seu líder foram capazes de fazer uma autocrítica franca e sincera dos erros cometidos em seus governos.
        Prepotência e narcisismo!


HUMILDADE

        “... não teve a grandeza de se afastar e apoiar outro candidato.
        A questão não é o País?
        Não, eles estão provando que a questão é o PT!”
                                   Kátia Abreu


ANTIPETISMO

        Uma grande maioria de eleitores que não concordam 100% com os planos e declarações de Bolsonaro, dizem que vão tapar o nariz e votar em prol do Capitão, porque é melhor um salto no escuro do que a volta do PT ao poder.


PAZ

        Seja A ou B o eleito Presidente da República Federativa do Brasil, terá uma árdua tarefa de imediato: governar para todos os brasileiros pacificando e unindo uma sociedade que está “em cacos pelo chão”.


OAB

        De Cláudio Lamachia: “É preciso mais do que nunca governar buscando o encontro de ideias, não o confronto.
        Responsabilidade é a palavra-chave e demonstração de maturidade democrática para governo e oposição.”
        Perfeito.


INVESTIGAÇÃO

        É preciso que o Ministério Público investigue até esgotar todas as possibilidades, no caso da menina que se disse agredida e mutilada por pessoas identificadas como “bolsonaristas”, na Cidade Baixa, em Porto Alegre-RS.
        É um caso gravíssimo e que requer uma investigação a fundo, com seriedade e profissionalismo, sob pena de acirramento ainda maior da beligerância que já estamos vivendo nestas eleições.
        Urge um esclarecimento a toda à sociedade brasileira.


FATOR AJAX

        Ainda não foi a limpeza desejada.
        Mas a renovação do Parlamento foi uma vitória do povo brasileiro.
        Apostaram todas as fichas que não haveria renovação, protegendo-se em votações de projetos feitos para si, só que ruíram.
        Foram dizimados pela vontade popular.
        Junte-se aí o belíssimo trabalho da Lava-Jato/Sergio Moro.

       
       

quarta-feira, 10 de outubro de 2018


F L U O X E T I N A



CONSTATAÇÃO

        Este pleito nos leva as mais diversas constatações, mas a mais visível nos mostra que os partidos políticos perderam totalmente a capacidade de representação.
        Tornaram-se apenas e tão somente uma via obrigatória, pela legislação, para se chegar às urnas.
        Nada mais.


MÍDIA

        Vejam que nem tudo que reluz é ouro.
        Uma mudança radical nos diz que aqueles que dispuseram de mais tempo nas mídias e também gastaram mais dinheiro na campanha, sucumbiram.
        Ficou provado, mesmo que em situação atípica, que não se precisa ter todo o tempo do mundo e recursos fartos para vencer uma eleição.


MUDOU

        Bolsonaro e Haddad foram os candidatos que menos participaram de debates, entrevistas e sabatinas.
        Um por estar numa cama de hospital e outro por ser “ungido” por seu líder aos 40 minutos do segundo tempo.
        E os dois ganharam o passaporte para o 2º. turno.
        O que quer dizer que...


LIMPEZA

        Quem viveu os tempos áureos das campanhas eleitorais que eram praticadas essencialmente nas ruas de todas as cidades entristeceu e estranhou.
        Pois os desavisados, que não sabiam que havia uma eleição em curso no Brasil, também não notaram nada de diferente.
        As propagandas e campanhas políticas saíram das ruas (que maravilha!), e foram habitar as praças das redes sociais.
        Lamentável as fake-news.


DAS REDES SOCIAIS

        Os adjetivos abaixo devem colocar os políticos eleitos com a barba de molho:
“entes teratológicos, biônicos, parasitas, pianistas, gazeteiros, corruptos, virulentos, dilapidadores, trampolineiros, ardilosos, populistas, demagógicos, enfadonhos...”
        Está lá nas redes sociais e não adianta fechar os olhos.


PARA ESCLARECER

        Até agora os planos de governo dos candidatos para as duas esferas, Estado e País, foram uma incógnita.
        Genéricos.
        Nada e em nenhum momento esclarecem ações e/ou movimentos quanto à área econômica, saúde, educação, segurança e tudo o mais que venha ao encontro dos anseios da população em geral.
        Pode ser que agora...


VISÍVEL E PALPÁVEL

        O resultado das urnas comprova o cansaço, a fadiga do povo brasileiro, em todas as instâncias, dos políticos tradicionais, da corrupção, do enriquecimento ilícito, e da falta de investimentos polpudos no bem-estar dos tupiniquins.
        Na dignidade das pessoas.
        Só não vê quem não quer.


FALA DOS ESPECIALISTAS

        Eduardo Leite (35,9%) – jovem, moderado, ficha-limpa, facilidade ímpar de comunicação e com um discurso inovador, moderno e proativo.
        Ivo Sartori (31,2%) – experiência, sincero, credibilidade, homem público com 40 anos de atividade e um currículo irrepreensível.
        A escolha é sua.



PARA REFLETIR

        A Constituição Brasileira comemora (ou chora, sei lá) o seu 30º. aniversário.
        Sem controvérsias, foi a pior de todas elas.
        Nestes 30 anos já foram feitas 99 emendas, e está em curso mais 1.477 em discussão no Congresso.
        A dos EUA tem 231 anos com apenas 27 emendas.
        Pode isso, Arnaldo?





























































































































































































































































































































































































































































































































RECADO DADO

                                                                                                      Krretta

         O eleitorado brasileiro transmitiu o seu recado em alto e bom tom, quando depositou nas urnas deste último domingo suas preferências para os cargos políticos em votação.
         A democracia assim constituída oportunizou que milhões de brasileiros pudessem manifestar os seus desejos na política tupiniquim, e aí está o recado: mudança já!
         Com isso, fica bastante claro o rompimento do eleitorado com a história das duas últimas décadas, definitivamente.
         Vejam que quase a metade dos brasileiros aptos a irem às urnas disseram NÃO, límpida e claramente, para as duas forças partidárias que vinham dominando e polarizando o cenário político brasileiro.
         A prova disso está nos 49 milhões de votos conquistados por Jair Bolsonaro, o equivalente a 46,2% dos votos válidos e cerca de seis pontos percentuais acima do que as pesquisas previam.
         Surpreendentemente, e na onda desse rompimento com o passado, quem alinhou o seu nome ao de Bolsonaro, nitidamente foi recompensado nas urnas, pois o fenômeno se repetiu nas eleições para as assembleias legislativas, governos estaduais e Senado.
         Com isso, fica nítido o movimento que o Brasil dá em direção a novos rumos, dizendo um não bem grande ao que até agora se viu em termos de gerenciamento do nosso país e todos os conglomerados dos cargos políticos.
         E para tudo isso existe uma grande razão, ou seja, ninguém mais suportava esta corrupção que, se não fosse a Operação Lava-Jato, nada seria feito para sofrear o assalto que estavam fazendo aos cofres públicos.
         Atrelados a estes escândalos, como a crise econômica, as greves, os próprios conchavos políticos através do toma-lá-da-cá, sendo o espetáculo comandado por PT, PSDB e MDB, fizeram com que o copo d’água transbordasse.
         Chega! – foi a palavra do eleitor neste pleito.
         É preciso renovação, foi o entendimento das urnas, pois tudo e todos que até aqui vinham tomando como ação definitiva de seus princípios políticos toda essa corrupção e enriquecimento ilícito, sucumbiram sonoramente.
         De um choro convulsivo em que os brasileiros estavam, passam agora a ter uma outra esperança, e veja que falamos tão somente em uma “nova esperança”, e milhões de sorrisos já estão estampados nos rostos sofridos e vilipendiados desta grande maioria que sufragou “a mudança”.
         Como convicção fica a certeza que a classe política não deve jamais e em momento algum abscindir, golpear, vulnerar os valores cívicos de uma nação, pois que a sua justiça pode tardar, mas não vai falhar.
         O povo brasileiro pode ser de muito boa paz, mas também não é tolo, nem mesmo simplório como muitos pensaram e disseram nos recônditos escuros e fétidos do palácio do Planalto, ao sabor de risadas cáusticas.
         E o Brasil, senhores e senhoras, tenham a certeza que nos últimos anos foi vilipendiado, injuriado, ultrajado por gente da pior espécie, e que hoje habitam os corredores das penitenciárias e salas de carceragem.
         Não atribuam a um só partido, não, mas a um condomínio de partidos políticos que se utilizaram do poder e desceram as mais desprezíveis atitudes.
         Lembrem-se das pessoas morrendo nos corredores dos hospitais, nas crianças sem merenda escolar, na juventude que a todos os dias morrem pela violência urbana, e muito mais...
         A mudança já começou, timidamente, mas começou, pois a renovação no Senado poderá chegar a 61% (fonte: Portal do Senado) e da Câmara Federal de 43,7% (fonte: Portal da Câmara).
         Ainda não é o ideal, mas já demonstra que o que foi pregado em todos os meios de comunicação responsáveis e com desejo de uma política íntegra, ou seja, para que o eleitor tivesse o discernimento de dirigir o seu voto para os candidatos ficha-limpa, com um histórico de trabalho em prol do bem-comum e uma vida pregressa sem embaraços, deu certo.
          Parece que renasce a esperança no horizonte verde-amarelo.
         Mas nem por isso devemos negligenciar nossa fiscalização e cobrança dos que foram eleitos, ao contrário, agora é a hora de interagirmos bem mais junto a eles, e assumir de vez o protagonismo na política.
         Afinal de contas, como sempre dissemos, mas nunca cobramos, somos nós quem pagamos os polpudos salários dos políticos brasileiros, portanto, que eles trabalhem em prol do bem comum, porque a nós cabe a fiscalização ferrenha dos seus atos e ações.
         Existe sim uma luz no fim do túnel.
         O recado está dado.