quarta-feira, 25 de abril de 2018

O TRATADO




O TRATADO

                                                                                                                    Krretta

        Estamos vivendo tempos em que a intolerância convive lépida e faceira, como se perene fosse, na confraria da espécie humana.
        Reina no ar um espírito bélico, de assaz incivilidade.
        Se eu tenho uma predileção pelo azul, quem gosta do vermelho tem por mim sentimentos não muito celestiais.
        Seu eu opto pelo partido político A, os pares do B, ou do C, até do Y, me veem um inimigo absoluto.
        Se eu tenho em carro da Ford, quem possui da Renault, Citroen ou Chevrolet afirmam que minha escolha é um grande equívoco, e passam a externar certa antipatia por mim.
        Se eu vou a um restaurante e o garçom me serve uma bebida quente, quando eu queria bem gelada, o barman é um idiota, não conhece o seu ofício, um preguiçoso que não quer trabalhar.
        Todavia, quando opto pelo vermelho, ou sou do partido B, ou C, até Y, quando externo aversão pelos “fordianos”, e na pele do garçom, espremo o guardanapo encharcado no copo do cliente, EU SOU O CARA!
        Nossos dias transformaram-se em constantes beligerâncias infundadas.
        Tipo assim: “Se hay gobierno, soy contra!”
        A estupidez de se imaginar fruto da nobreza, genuína arrogância, converte tudo em um grande enfrentamento, desmensurado, é claro.
        Embora providos de sensibilidade e inteligência, estamos voltando a passos largos para o período paleolítico, onde a bestialidade e a ignorância eram inerentes ao Homo Sapiens Neanderthalensis.
“Podemos escolher o que semear, mas somos obrigados a colher aquilo que plantamos”. - Provérbio Chinês
         Valha-me Deus! Senhor, chegou a hora de fazer um “recall” na casta humana.
        Carecemos de uma profunda reflexão tendo em vista esta exposição cotidiana ao ódio, e a esta agressividade desmedida.
        As virtudes da mansidão e do equilíbrio estão sendo suplantadas em larga escala pelo rancor violento e duradouro, quando a exposição de argumentos e teorias não conseguem persuadir “nossos oponentes”, em razão de seus “bytes” programados.
        Cada vez mais transformamos nossa convivência em uma estrada sinuosa e de muitos empecilhos.
        Talvez muitos ainda não tenham percebido quão árdua transmudam suas travessias, neste mundo que pensam só seus, e abastados pela prepotência, ignoram os preceitos da sociabilidade e da salutar convivência.
        Necessitamos reconstruir nossos conceitos de coletividade, de evolução da espécie humana, necessitamos elevar acima dos nossos olhos o véu do orgulho, e da empáfia em querer ser o que não somos, superiores aos nossos contraditores.
        Precisamos exercitar a paciência, compreender mais, sermos mais tolerantes, aprender e aceitar as contradições das nossas ideias e convicções, precisamos recitar nos recônditos escaninhos da alma e do coração, o verbo amar.
        Urge que celebremos um tratado, pelo bem de tudo e de todos.
        O Tratado da Benignidade!
        É disso que precisamos.
       
       
       


       
       
       

quarta-feira, 18 de abril de 2018



                                                                           
                      O CELULAR E AS NOSSAS VIDAS

                                                              Krretta

                Quem diria que um dia nós seríamos dirigidos, ou mandados, por um telefone?
        Sim, porque o celular, no princípio, não passava apenas de um telefone portátil, e que iria facilitar imensamente as nossas vidas.
        E, facilitou.
        Até demais, para tanto, basta dominar as suas opções, o que nem sempre é simples.
        No mundo, são 7,8 bilhões de aparelhos, e cresce em torno de 18 milhões/mês.
        No Brasil, com uma população em torno de 208 milhões, existem em atividade, portanto em funcionamento, 236 milhões de celulares.
        Com isso, inúmeras outras facilidades do século passado, caíram em total desuso, tais como os rádios portáteis, as calculadoras, os relógios, blocos de nota, agenda de papel, as cartas, pesquisas em bibliotecas, as pequenas máquinas de fotografias, etc., etc., etc.
        Alguém de vocês, algum dia, recebeu uma carta?
        E já fizeram pesquisas nas mesas grandes e em total silêncio de uma biblioteca?
        Garanto que já usaram muitos anos uma agenda de papel. Compromissos, endereços, telefones...
        E calculadora nos bancos escolares? Era uma barbada.
        Sabemos que tudo isso ainda existe e que muitas pessoas, conservadoras, preferem usar o que já estavam acostumadas, em detrimento de algo mais novo.
        Cada um no seu quadrado.
        Segundo especialistas no assunto, os celulares num futuro bem próximo, também será responsabilizado pela redução drástica dos aparelhos de televisão e videogames.
Já vivemos a facilidade de termos no celular os nossos documentos e o cartão de crédito.
        Tudo isso concentra-se em dois itens básicos, ponto de gestão e engajamento com o mundo.
        Cada vez mais poderemos controlar as nossas vidas através de um aparelho de celular.
        Hoje, em testes avançados e alguns já em uso, você pode regular à distância, a temperatura da sua casa, pode acionar o forno, regular a intensidade das luzes, pode ligar uma música, acionar o alarme e as câmeras de segurança. . .
        A LG e a Samsung, em parceria com o Google, já entregam geladeiras e fogões com wi-fi embutidos.
        E vocês sabem do intuito das gigantes Facebook, Google e Amazon?
        De posse da enormidade de dados que eles possuem sobre nós, das nossas vidas, do que fizemos, do que compramos, para onde vamos e o que deixamos de fazer, informações estas obtidas através dos já indispensáveis celulares, pois estão pesquisando e analisando tudo isso para influenciar em nosso consumo.
        Como assim?
        Querem saber, antes de nós mesmos, o que queremos. (“Bueno, assim de pronto eu diria para eles que estou precisando de um celular novo. . .”)
        É lógico que estas pesquisas e análises não ficarão restritas ao âmbito das “gigantes”, presumo.
Então, eu pergunto: e daí? Algum mal nisso? Absolutamente.
        Não será confortante você saber, através do seu Android, sem nem mesmo perguntar ou pesquisar, o que você está precisando, ou vai precisar?
        As nossas vidas, definitivamente estão nos aparelhos celulares, não há dúvidas.
       
       
       
       


quarta-feira, 4 de abril de 2018



BASTA DESCOMPLICAR

                                                                                                                     Krretta

         Já não é a primeira e nem a segunda vez que a mesma coisa acontece.
       Mas são estes improvisos que depois de passados, nos fazem ter um gosto maior pela vida.
         São estes temperos que nos fazem vivos.
         Veja bem, se você parar para pensar um instante, verá que grande monotonia seriam os seus dias e anos, se tudo desse certo, se tudo corresse tranquilo, se tudo fosse perfeito.
         Que graça teria?
         Claro que não, não estou querendo afirmar aqui que tudo precisa dar errado para que a vida tenha graça e seja boa de ser vivida, não, não é isso.
         O que pretendo inserir neste contexto é de que, em alguns momentos, uma “pimentinha” a mais é ideal para termos a dimensão de como, e o que se faz para construir esta caminhada.
         Traduzindo, digo que as dificuldades impostas em nossos caminhos é uma maneira coerente de reconhecermos de que nem tudo são flores, e de que precisamos saber superar os desafios.
         Simples assim.
         O jornalismo é apaixonante.
         Principalmente porque o transformamos imediatista (culpa nossa), fazendo com que as exigências sejam bem maiores, como um rio caudaloso com suas corredeiras.
         Pimenta? Jornalismo? Rio? (Agora sim...será que o Krretta tá cheirando flit?)
         Vejamos.
Depois de muitos e muitos anos de experiências, ganhamos com isso um tanto de maturidade no jornalismo, o que nos faz livre e feliz em passear por suas nuances, inventar e criar com as letras, um mundo de comunicação.
         E é claro que o cachimbo deixa a boca torta, fazendo com que a antecipação dos textos para a redação, não faça parte da vida cotidiana.
         Isso tudo sempre foi uma grande correria.
         E este é o jornalismo apaixonante, e que se fosse possível, com as devidas exigências que teria eu a fazer, com toda a certeza minhas horas completas e totalmente felizes seriam estar em frente do “note”, produzindo tantos outros textos quanto esse.
         Jornalismo é a vontade imensa de comunicar-se.
         Vai mais além ainda, porque é vida, é inspiração, é superação, também é paixão, conceito e opinião, onde tudo exige responsabilidade, muita responsabilidade.
         Curto muito tudo isso.
         Então, vamos juntar os improvisos, os temperos da vida, mais a pimenta, e os desafios, ao jornalismo apaixonante, de pura inspiração, com imediatismo e os rios caudalosos e temíveis, mas sem “flit”.
         Brincadeiras à parte, mas o fato é que dias atrás, depois da criação sempre de última hora da minha coluna para este espaço, fui encaminhá-la para a redação do Jornal 19 de Julho, e quem diz que o “note” quis enviar?
         “Petimbou”total!!
         Claro que eu sei que foi de última hora, claro que eu sei que se tivesse feito com antecedência teria tido tempo para resolver a questão, claro que o cachimbo...mas, de uma coisa eu e você podemos ter certeza: o que não tem solução, solucionado está!
         E isto funciona maravilhosamente bem, experimente!
         Pois aqui está a lição que aprendi e que se transformou nestas linhas de hoje.
         Nada de estresses.
         Não consegui enviar o meu texto para a redação do “19”, e como não tinha solução, solucionado estava, o que me deixou muito tranquilo e me fez ver que a vida e as suas dificuldades são bem mais fáceis de serem administrada quanto a gente pensa.
         Sabe aquela história de criar um monstro. . .
         Basta descomplicar.
         Neste momento, misturamos intempéries cotidianas, com oréganos e nozes moscadas, incluímos aí pitadas de amor, inspiração e desejos, navegando por águas escuras e caudalosas, chegando ao mar da serenidade e sapiência.
         Lição aprendida.
O jornalismo é fascinante!