quarta-feira, 28 de março de 2018


A MORTE DE UM GÊNIO

                                                            Krretta

        Poucas pessoas, exceto do mundo astrofísico, deram a devida importância para as pequenas manchetes que foram estampadas nos jornais do dia 15/03/18.
        Se nós encontrarmos a resposta, seria o último triunfo da razão humana – nesse momento, saberemos o pensamento de Deus e conheceremos o espírito de Deus” – sobre o porquê da existência do universo
        Stephen Hawking.
        Não pelas manchetes, e muito menos pelos jornais, mas por quem foi Stephen Hawking.
        Uma simples definição daria a resposta: era o cientista mais popular desde Albert Einstein.
        Mas isso não traduz nem um centésimo da sua inteligência, da sua genialidade, da complexidade das ideias que desenvolveu.
        Infelizmente, e a grande maioria deste planeta não percebeu, este homem que tinha status de um astro de rock, morreu aos 76 anos de idade, depois de surpreender também o mundo da medicina, em ter sobrevivido a sua doença (ELA – Esclerose lateral amiotrófica), que diagnosticada (quando ele tinha 21 anos), lhe dava 24 a 36 meses de vida.
“Eu vivi cinco décadas mais do que os médicos haviam predito. Tentei fazer bom uso do meu tempo”.
        Dentre tantas contribuições para a humanidade, duas causaram grande impacto, quando detalhou o funcionamento dos buracos negros, que desafia a intuição comum dos mortais, e a necessidade de procurarmos outro planeta, se quisermos continuar a viver.
        “Se os extraterrestres nos visitarem um dia, acho que o resultado será semelhante ao que aconteceu quando Cristóvão Colombo desembarcou na América, resultado que não é realmente positivo para os índios”.
            Recentemente começou a se falar em inteligência artificial (AI), e as notícias que se tem ouvido não são as melhores, pois que o seu emprego, por exemplo, poderá estar sendo extinto.
        Nosso gênio destacava, já há algum tempo, que a inteligência artificial, transformará todos os aspectos das nossas vidas, e destacava as incertezas quando aos benefícios ou malefícios deste avanço.
        Particularmente, e seria uma total alienação a fuga deste debate, tenho a convicção de que ela, a inteligência artificial, instala-se cada vez mais em nosso dia-a-dia, portanto está viva e presente, e vai continuar progredindo, até chegar ao tempo de termos a noção de seus prós e contras.
        Vale ressaltar aqui, as coincidências de datas que interligam mentes brilhantes: Hawking nasceu em 08 de janeiro de 1942, data que marcava os 300 anos da morte do astrônomo italiano Galileu, ao passo que a sua morte ocorreu na mesma idade, 76 anos, e no mesmo dia de nascimento de Einstein.
        Stephen Hawking foi a certeza da vitória do cérebro sobre o corpo, devido a sua doença, principalmente por desenvolver fórmulas complicadíssimas e fazer cálculos inimagináveis dentro do seu cérebro, pois as suas grandes limitações, o impediam de usar qualquer tipo de anotação, muito menos rabiscar um papel.
“Sem imperfeição, você e eu não existiríamos”.
            E, pasmem, mesmo com a infelicidade das suas condições físicas, mesmo com a seriedade de seus estudos, a cosmologia, ainda assim, tinha um bom humor apuradíssimo.
        Certa feita, lhe foi feito uma pergunta, com a esperança de que a resposta fosse algo bombástico:
- Em todo o universo, o que mais o intriga?
        O único músculo que ele conseguia movimentar em todo o seu corpo, que era o da bochecha, servia para a sua comunicação por meio de um computador que interpretava seus gestos faciais e os traduzia para uma voz eletrônica, sua marca registrada.
        Ah, sim, a resposta que mais o intrigava no universo?
- A mulher!
-:-
(Fonte de pesquisa: ZH – 15/03/18 – Pgs. 28 e 29)

sexta-feira, 9 de março de 2018



                                 DEBANDADA

                                                                                                                    Krretta

        Vi, ou li, e gostei imensamente da brincadeira que surgiu esta semana nas redes sociais, onde as pessoas perguntavam se as outras lembravam de fatos ou personagens, que fizeram parte das suas épocas, aqui na cidade de Encruzilhada do Sul, e arredores.
        Ficou mais que latente as saudades das pessoas por aqueles tempos, os quais, com toda a certeza estão perpetuados em suas memórias.
        Também se notou que hoje, agora e aqui na mesma Encruzilhada do Sul, as coisas mudaram, e muito.
        Talvez as pessoas que participaram, e que estão longe do pago, não tenham a verdadeira dimensão do que hoje se vive aqui, a exemplo disso está o relato abaixo.
        Dia desses encontrei um amigo numa dessas praias do nosso litoral, encruzilhadense nato, nascido, criado e ferrenho participante de nossa comunidade, com forte cunho político, mas de oposição as minhas ideologias.
        Sim, ainda morador da nossa Encruzilhada do Sul.
        E, onde tem encruzilhadense, tem um bom papo.
        Pois dissertamos sobre alguns assuntos, no entanto, a tônica ficou (e parou) sobre o abandono de nosso município.
        Quem sai, quem viaja, quem visita outras localidades, têm a dimensão do que estávamos falando, e de que este amigo comentou.
        Dizia-me ele que estava com muita vontade de ir embora da nossa cidade.
        Para ele, conviver com este empobrecimento que estamos presenciando em nosso município é que fazia tomar esta decisão.
        A dificuldade estava em apenas se desfazer do seu imóvel.
        Então, olhávamos ao nosso arredor, e não havia como discordar de seus argumentos.
        Vivemos uma intensa deterioração da nossa cidade e interior, o atraso é galopante, nosso declínio acontece a olhos vistos, a decadência é eminente, e a continuar desse jeito, será irreversível.
        Assim como este conterrâneo, sabe-se lá quantos outros conterrâneos estão pensando a mesma coisa. . .
        A expressão “o último apaga a luz” se aproxima a galope.
        As mazelas, os dissabores, os abandonos, os desleixos, as irresponsabilidades e desinteresses estão por todos os lados.
        Há muito tempo deixaram de ser pontuais.
        Contudo, tenho a plena convicção que tudo isso ainda vai mudar para melhor.
        Sinceramente, eu não acredito que essa bancarrota vai continuar, não é possível, ninguém consegue ser tão ruim/incompetente, por tanto tempo.
        Alguma coisa, ou, muitas coisas devem estar por acontecer, para melhor, é claro.
        Cartas na manga hão de aparecer, com toda a certeza.
        Volto a afirmar, dentro da mais pura lhaneza: essa degradação que estamos vivenciando deverá chegar ao fim dentro de mais alguns dias, pois não é concebível não terem aprendido a lição em todos estes anos.
        Penso que estão reunindo forças, verbas, trabalho, determinação, firmeza, ânimo, capricho, vontade, interesse, responsabilidade, e tantos outros atributos que sumiram da pauta, para jorrarem em profusão daqui para frente, em nossa Encruzilhada do Sul, inundando-a de progresso, desenvolvimento, empregos, saúde, educação, segurança, estradas, pontes, desratizações. . .evitando assim, uma debandada geral.
        Eu acredito.
                                       Alium silere quod voles, primum sile.