Krretta
Quem ficou em Encruzilhada do Sul, ou, quem veio para passar o carnaval aqui em nossa cidade, com certeza não se arrependeu em nenhum momento, ao contrário, deve ter dado graças a sua escolha, pois acertou em cheio.
O carnaval de rua surpreendeu muita gente, embora as previsões dessem conta de tempo ruim, ou seja, chuvas e, a ausência de duas escolas de samba, mesmo que houvesse a presença de agremiações de Rio Pardo e Santa Cruz do Sul (aqui caberia um capítulo a parte...), não seria o mesmo de anos anteriores.
E não foi mesmo.
Foi melhor.
Superando a condição de ser apenas uma escola de samba a passar na avenida, a Amimiec transformou seu desfile em um grande show, onde misturou beleza, luxo, empolgação, garra, uma bateria coerente com o compasso do excelente samba, desenvolvimento perfeito, fantasias e alegorias extremamente dentro do enredo, enfim, fez sua parte, ou melhor, a parte que lhe competia, como se houvesse um grande concurso, que, com toda a certeza estaria dentre as primeiras, sem sombra de dúvidas.
Não há como negar diante da realidade dos fatos, pois quem esteve presente ao seu desfile foi unânime na aprovação e empolgação quanto aos mais elogiosos comentários, aliás, conquistando de vez quem a conhecia, pois quem não a tinha visto, tenham a certeza que se deixaram fascinar por tão bela apresentação.
Valeu o esforço da sua Diretoria e de seus integrantes que, mesmo não havendo um julgamento, trouxeram sua empolgação e sua alta classe, entusiasmando a todos que a assistiram.
Por sua vez, os blocos carnavalescos não deixaram por menos, Halterocopistas, Garrafa Vazia e G9-Limps também fizeram a festa dos foliões encruzilhadenses e visitantes, trazendo para a avenida suas hilariantes interpretações dos temas propostos e que foram apresentados.
Aqui sim houve concurso, onde os Halterocopistas sagraram-se em primeiro lugar, desenvolvendo na avenida o tema que se relacionava com o cinema, donde tiraram das telas dos filmes mais famosos seus personagens, colocando-os na avenida do samba, de um modo bastante original, que fez com que a plateia, empolgada, aplaudisse entusiasticamente a plasticidade e perfeição destas reproduções.
Garrafa Vazia e G9-Limps também cumpriram o que deles se esperava, ou seja, empolgaram o público presente, cada um a sua maneira e do seu jeito de fazer carnaval, o que tornou a segunda noite de desfiles tão importante quanto à primeira.
Mas, volto a insistir em minha opinião, ou seja, tenho a convicção de que não deveria haver concurso para os blocos carnavalescos, ou melhor, na classificação da folia de Momo os blocos aqui citados, para quem não sabe, têm a denominação de “burlescos”, o que significa irreverência, comicidade, espontaneidade, liberdade, zombaria, enfim, nada eles têm a ver com horários, temas, organização, alas, abre-alas, porta-estandarte, comissão de frente, ou seja, o que lhes aproximar de uma suposta escola de samba, nada a ver.
É preciso entender que todo este compromisso de desenvolver uma história na avenida do samba, (aliás, já está mais do que na hora de se pensar em asfaltamento, o que proporcionaria, além do bom desenrolar dos carros alegóricos, um melhor desempenho dos sambistas, sem terem que sair dos desfiles direto para o Posto de Atendimento Médico com tornozelos torcidos, joelhos esfolados, dentre outras lesões causadas pela irregularidade da rua, que é oferecida aos desfiles pelo Poder Público), é de praxe das escolas de samba, para que não tolham os descompromissos inteligentes dos blocos burlescos, na mais pura acepção da palavra.
Tenho dito.
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