quarta-feira, 27 de junho de 2018


A G E N D A


FORAM ELES QUE SE AFASTARAM...

                                                                                                     Krretta

         Bastou terminar a partida entre Brasil X Costa Rica, e Neymar desabou justamente no meio do campo, levando as mãos ao rosto para desandar num choro convulsivo.
         Verdade ou mentira?
         Teatro ou vida real?
         São várias as interpretações, são várias as opiniões, todas elas com suas verdades e exageros, com seus egoísmos e revoltas, com suas admirações e idolatrias.
         A bem da verdade fica difícil num país como o nosso, contemporizar/harmonizar o sucesso de uma carreira, ou de várias, com as contundentes mazelas que açoitam ferozmente sua população.
         Isso é o que é.
         Não existe mau humor e nem hipocrisias.
         Ao ponto de dizerem que alguns milhões de tupiniquins são entediantes, enfadonhos e que a seleção brasileira de futebol não tem nada a ver com os problemas do país. . .!?!
         E, lá do outro lado, numa exageração sem fim, defendem-se que não são hipócritas, pois enquanto o Brasil é um fiasco, não vão vibrar com um bando de gays travestidos de jogadores alienados (extraído publicação Coluna do Leitor-ZH-23/06/18), que levam maquiadores e fabricantes de penteados para a Rússia, enquanto seus irmãos morrem de fome...
         Como eu disse, existem aí muitas verdades e muitos exageros.
         De um lado um povo massacrado por um Estado que não dá a mínima para os seus problemas, ao contrário, roubam-no indiscriminadamente, tirando inclusive verbas extremamente necessárias para a saúde, a educação e segurança, e colocando nos seus bolsos.
         Pode isso Arnaldo?
         Na outra margem, vê-se helicópteros, uma concentração de 17 milhões de reais, voos para outros continentes com aeronave particular remodelada para primeira classe, hotéis de luxo, ternos de 15 mil reais, muito exibicionismo e espetacularização. . .
         Eis aí o “X” da questão!
         Fica bastante claro o abismo que existe entre jogadores e o seu povo.
         Não por culpa de A ou B. . . são grandes mansões, carros inimagináveis, salários que são verdadeiras fortunas, festas nababescas, mulheres lindíssimas, e em países extremamente desenvolvidos, com saúde top, educação para os seus filhos de primeiríssima qualidade, e segurança extrema.
         Enquanto aqui. . .
         Esse é o distanciamento.
         Eles conseguiram tudo isso com trabalho, suor e talento, eles são artistas, e quem quiser ter um artista em seu elenco, tem que pagar por sua arte.
         Certo!
         Mas, uma grande maioria percebeu que nada disso contribui para o melhoramento das suas vidas.
         Perceberam que isto é apenas e tão somente uma anestesia, ou seja, amanhã, quando tudo acabar, os artistas continuarão a serem artistas e multimilionários, e os que se dizem não serem hipócritas, continuarão com suas chagas abertas e sangrando.
         Então, por favor, não me venham com “é muita pressão”, “não sabe o que eu passei”, “foi uma grande superação”, “foi muita garra e vontade de vencer”...
         “Alívio” sim, com isso eu concordo, pois um empate com a singela Costa Rica, em uma Copa do Mundo, é de rir...além de ser ridículo.
         Em se tratando especificamente do menino Neymar, que considero talentoso e marqueteiro, escuto contrariadamente que ele passou dois meses e meio parado, convalescendo de uma lesão grave... como seria a convalescência do Zé Povinho, numa mansão, com médico, fisioterapeuta, enfermeira, cozinheira, copeira, passadeira... churrasco de picanha uruguaia, piscina, amigos, pagode, e muitas Brunas, noite e dia?
         Vejam, percebam, notem,  são mundos diferentes!
         Os jogadores brasileiros, a seleção brasileira, seu técnico e tudo o que compõe esse mundo milionário que engloba o futebol, como muitas  outras atividades, todos eles se afastaram do verdadeiro povo brasileiro.
         Que dirá o Estado e a grande maioria dos políticos corruptos deste país!
         Mágoas? Ah, sim, elas podem existir.
         Agora, falar em pressão, convalescência, superação, perseguição, choros convulsivos de puro marketing, enquanto milhões e milhões de euros espocam nas suas contas bancárias?
         Mais uma vez percebam: Eles estão muito distantes do Brasil e do povo brasileiro!
        



quarta-feira, 20 de junho de 2018



A G E N D A


SEM ESTRESSE
                                                                                                    
                                                                                                    Krretta

         Vivemos Copa do Mundo, então, o assunto não poderia ser outro, sob pena de ficar “demodê”.
         “Yo no creo” nesta tal estatística onde aponta que 85% dos brasileiros não estão nem aí para a seleção brasileira e, muito menos para a Copa do Mundo, mas...
         Todavia, alguns acontecimentos precisam ser colocados em evidência, para que as pessoas possam fazer as suas avaliações, no intuito de terem os seus posicionamentos frente a este indubitável acontecimento.
         Pois bem, é público e notório as incontáveis mordomias que a seleção brasileira de futebol angaria, absorve, detém, desde a convocação dos atletas (que, diga-se de passagem, são multimilionários), até o final deste evento.
         Como exemplo, está o deslocamento de alguns jogadores do aeroporto do Rio de Janeiro até a Granja Comary (um paraíso de 17 milhões de reais), que foi feito de helicóptero, para “evitar os congestionamentos”.
         Vi uma entrevista do grande campeão mundial de 1970, Jairzinho, onde indignado com isso, comentava que no tempo dele se apresentavam em ônibus de “carreira”, “de linha”, e que agora tinha frescura demais.
         Concordo.
         Convocados, Granja Comary, e então começa: dia da visita dos familiares, dia da visita dos torcedores, dia da visita da mulher, da namorada, do pai, da mãe, da foto, da entrevista. . .treinamentos para quê, pois são só sete jogos e o hexa está na mão? Isso foi voz corrente por lá.
         Agora, chegam os amistosos antes da competição, e diferentemente de outras seleções, o Brasil vai jogar em outros países, contratando outras concentrações, outros hotéis, voos fretados, avião particular, e segue a grande mordomia por todos os lados, quando, na verdade, poderia executar tais amistosos em casa, pois já tem um paraíso de 17 milhões de reais, e junto da sua torcida.
         Não, o Brasil é diferente!
         Vocês devem estar perguntando quem paga a conta, certo?
         Pois é uma entidade corrupta, caçadora de níquel, e que os seus últimos mandatários ou foram condenados pela justiça ou estão em vias de...
         E de onde saiu o dinheiro para bancar tudo isso?
         Contratos espúrios, patrocínios corruptos, venda de imagem arrecadadora, do bilionário comércio esportivo nada transparente, comandado por um modelo anacrônico de gestão, onde têm por meta o enriquecimento individual.
         É chegada a hora da estreia! Sabem quanto ganha apenas um daqueles caras que entraram em campo? 81,5 milhões de euros por ano!!!!
         Não acredita? Vai no Dr.Google e faz a pesquisa, depois, traduz isso em reais, divide por 12 e terá o salário do dito cujo por mês.
Para refletir: piso salarial dos professores gaúchos – R$ 2.455,35
Será que eles, jogadores, estão preocupados com o Brasil e os brasileiros, com as políticas praticadas neste país, com o professor, o gari, a empregada doméstica, os caminhoneiros...?
                Então, empatam com a Suíça. O treinador diz que foi a ansiedade e a culpa do juiz. Detalhes: a seleção brasileira sofreu gol aos 4 minutos do segundo tempo, então, teve 41 minutos do tempo normal e 5 minutos dos acréscimos para ganhar, não ganhou; das 20 finalizações, apenas 4 foram no gol, mas têm helicóptero, visita da família, da namorada, avião particular, voo fretado, primeira classe, hotéis e concentrações de luxo...
         O juiz roubou! Roubou? Puxa vida, tá bem que a Suíça nos dá um banho em educação, saúde, segurança, pois nisso eles são muito melhores, não tem nem comparação, mas ganhar também na especialidade do nosso país? Aí já é demais.
         Pois no campo, é preciso que se diga que o treinador estava apático, substituiu mal, o seu Neymar foi individualista além da conta, o Alisson podem chamar de “araldite”, lateral direito (?) inexistente, Gabriel Jesus não esteve lá, Marcelo capitão sumiu, e o protagonismo ficou por conta de Philippe Coutinho.
         É preciso que se compreenda a “ansiedade” dos jogadores.
         Vocês sabem qual é o prêmio pela conquista do hexacampeonato?
         Resposta: 4 milhões de reais PARA CADA UM!
         Então tá: foi falta no Miranda, foi pênalti no Gabriel Jesus e o árbitro de vídeo se omitiu.
         Roubaram do Brasil!!
                                                                                    

sexta-feira, 8 de junho de 2018




                                                           SINCERAMENTE?

                                                                                                                Krretta

         Eu sou daqueles que apreciam, com entusiasmo, os dias outonais.
      Os que estamos vivendo são verdadeiras obras de Deus, que nos brinda com manhãs e tardes esplendorosas, e nos remete às muitas relembranças.
         Vez ou outra, nestes dias ensolarados de outono, maravilho-me repentinamente a recordar de fatos e pessoas que fizeram parte da minha história.
         Seguidamente me perguntam se eu tenho saudades do Banco do Brasil.
         Sinceramente?
         Sinceramente, não.
         O Banco do Brasil, pela selvageria do mercado, nos últimos dez, quinze anos, fez com que aqueles que construíram a sua história, não lhe tributarem mais nenhum sentimento de gratidão, de saudades, de alegria e reconhecimento por ter participado de seu quadro funcional, mas esta é outra história...
         Tenho saudades, sim, de todos aqueles com quem convivi nos trinta anos de labor profissional, dentro desta Casa.
         Não há como esquecê-los.
         Nossos esforços pelo bem comum, nossas alegrias, angústias, tristezas, realizações, as festas, as perdas, frustrações, nossos sonhos, a família, amigos, clientes, na realidade uma existência inteira, com certeza tenho saudade daquela vida vivida com meus colegas.
         Ah, é claro que tenho saudades!
         Mal sabia eu que, naquela manhã cinzenta, escura e tomada por um nevoeiro frio e trançado, característica marcante da nossa Encruzilhada do Sul, no longínquo 23.05.1977, estaria começando uma vida intensa, repleta de sentimentos múltiplos e, sendo mais um personagem na história do prédio nr. 46, da Praça Ozy Teixeira.
         Como não sentir saudades do Setin/Relic, setor de registro de títulos, de liquidação e cobrança, do saudoso colega Hilário, grande líder espiritual e guru, como ele mesmo se autodenominava, a Marilda, a Béia, e a dupla inseparável Beto Bossa e Juarez, assim como Bigo e Rubnei.
         A plataforma, a bateria dos Caixas que era de onde brotavam as maiores conversas, trotes e pegadinhas, tendo o mestre Escobar na batuta, com seu tradicional e inseparável lanche da tarde... depois o saxofone e o Conjunto Copacabana.
         De contrapeso, nossa portaria, o “Trio Irakitan” composto por Alcides Campos Júnior, Ademar Júlio de Araújo e o Varli Bueno, os não menos famosos Campinhos, Julinho e Foguinho.
         Borjão, responsável pelos lançamentos nas fichas gráficas e suas NCRs, sem falar no seu “bom humor” quando as diferenças apareciam... e o grande lançador Sérgio Carlos, o Jacaré.
         O Setop, os fiscais, Barulhinho, Mário Soares, Zé Eli, Sílvio Carlos, Marcão Kleinowski, Olmes Odriosolla, o destemido Wharton Costa de Aguiar, exímio jogador de sinuca, o comandante do segundo piso e construtor de barcos Elias Gonçalves Ribeiro, o homem das codornas e investigador de cadastro Paulo Gilberto Drews, Glarice, Odoni Miguel, Lorena, Yara, Luci, Fernando nas contratações, Nery Baptista de Assis, e o general de todos, José Ignácio Soares, e mais uma gurizada repleta de sonhos e vontades, recém-chegados, assim como eu, naquele longínquo 1977. . .
         O espaço é muitíssimo pequeno para citar o nome de todos aqueles que fizeram parte desta extraordinária história, perdoem-me. . .
         Éramos felizes e realizados com que a vida nos dava e, nunca, em momento algum o trabalho, por mais árduo que se apresentasse, foi empecilho para qualquer outra coisa que pudéssemos querer.
         Quantas NCRs, CRPHs, EPC, EAC, EPI, EAI, AP, SD foram datilografados ao longo deste saudoso e maravilhoso tempo?
         Quantos menores estagiários e novos funcionários lavaram carbono, buscaram máquinas e réguas de procurar e medir diferenças, envelopes redondos para expedir correspondências circulares?
         Quantos calouros fizeram a assinatura da revista Desed e, outros tantos que levaram o lucro para Porto Alegre, no último dia do ano?
         O Intro, o Coord, o Caiex, Conta I, Passo Fundo, Bento Gonçalves, Porto Alegre, Brasília, quantas festas e diária puderam ser comemoradas?
         A tarde ensaia o seu desmaio, a claridade se rende ao horizonte cinza plúmbeo, é hora de ir...
Se eu tenho saudades do Banco do Brasil?
         Sinceramente?
         Sinceramente, sim, daquele tempo e muito mais daquela gente... dos meus colegas!
                                                                  -:-